Ele é pequeno e simpático, mas pouca gente o conhece pelo nome de batismo. Desde sempre – pelo menos no Brasil – o Renault 4CV atende por “Rabo Quente”. O apelido é uma referência ao motor traseiro refrigerado a água, algo não tão comum nos carros dos anos 40. E, diz a lenda, como chegou por aqui antes do Fusca, o 4CV poupou o besouro da Volkswagen de ser contemplado com a alcunha.
Entre 1947 e 1961, a Renault montou na França cerca de 1,1 milhão de unidades do 4CV. Muitas dessas unidades vieram para o Brasil, mas como boa parte foi usada pela garotada nas pistas de corrida – conforme já contou Tião Oliveira no “Jornal do Carro” -, poucos exemplares sobraram para contar a história.
Seu motor de 4 cilindros e 747 centímetros cúbicos de cilindrada desenvolve 21 cavalos a 4.400 rpm. O câmbio é de três marchas. O carro atingia no máximo 100 km/h, mas consta que fazia médias superiores a 15 km com um litro de gasolina.
Continua depois do anúncioO carrinho tem concepção interessante. As linhas arredondadas dão um ar simpático ao 4CV. As portas dianteiras são do tipo suicida (elas se abrem pela parte da frente). A área envidraçada é relativamente grande para os padrões da época e as rodas, largas, têm desenho interessante.
Na dianteira, frisos dão ideia de uma grade, que não existe. A marca registrada do Rabo Quente, no entanto, é a tampa traseira, com dois conjuntos de nove aberturas cada, para refrigerar o motor.
Por dentro, o conjunto de instrumentos agrupados num nicho no centro do painel informa temperatura de água e óleo. O volante branco, de dois raios, contribui para um ar elegante ao carro.