Sabe quando você assiste a um filme, vê um belo e elegante carro roubando a cena e não faz ideia de que modelo é aquele? Pois bem; tem início hoje, aqui no blog, a seção “Carros de Cinema”.
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O objetivo é mostrar veículos que tiveram cenas marcantes em filmes, não necessariamente os de ação – aliás, de preferência, não. Vamos priorizar os clássicos, mas nada impede que, dependendo da relevância, entre em pauta também um carro mais recente.
Neste post inaugural, o modelo escolhido é o Mark X, da Jaguar, que é praticamente o principal parceiro de cena de Mark Ruffalo no longa “Mesmo Se Nada Der Certo” – ou “Begin Again”, no título original. Desde as primeiras cenas, o personagem de Ruffalo, Dan Mulligan, parece ao volante deste clássico dos anos 60.
CONHEÇA O MARK X
O modelo é chamado de Mark Dez (X, em número romano) e também conhecido como MK10. Com 5,1 metros de comprimento, o sucessor do Mark IX foi feito de 1961 a 1970 e, à época, bateu o recorde de produção entre os modelos da marca britânica – com quase 25 mil unidades fabricadas.
Era também, até então, o maior modelo já produzido pela Jaguar. O entre-eixos totaliza 3 metros e a largura e 1,93 metro de largura.
Não é à toa que ele aparece com destaque em um filme que tem a principal cidade dos Estados Unidos como foco. O MK10 foi concebido com foco no mercado norte-americano.
O modelo teve três opções de motor. O da versão mais vendida era o 3.8 de seis cilindros. Destas, foram produzidas quase 14 mil unidades. Os outros eram 4.2 e 5.2. Outra característica mecânica é a suspensão traseira independente herdada do Jaguar E-Type.
No Salão de Londres de 1966, o carro foi apresentado com um novo nome, 420G. Houve pouquíssimas mudanças estéticas, como a barra vertical que dividiu a grade frontal em duas (imagem acima). O sucessor do modelo foi o XJ6.
ENREDO DO FILME
Dan Mulligan é um produtor musical falido e alcoólatra, que teve de vender a gravadora que fundou para pagar suas dívidas, perdeu a esposa e o respeito da filha e, por fim, foi demitido de sua ex-empresa. Ele conhece, na noite mais desesperadora de sua vida, uma jovem cantora e compositora inglesa aparentemente sem muito talento, Gretta (Keira Knightley), e vê nela a esperança de se reerguer.
Juntos, Gretta e Dan, com o apoio de alguns músicos e um amigo também inglês da cantora, Steve (James Corden) decidem gravar um álbum em locais turísticos – e alguns bastante desconhecidos – de Nova York, onde se passa o enredo, com os sons da cidade ao fundo. O Jaguar vintage de Mulligan é adaptado por Steve e se torna um estúdio móvel, com caixas de som, além de ter a função de transportar os instrumentos.
O filme não encanta pela mensagem de superação (que muitos podem considerar chata e clichê), mas pela homenagem à música e à Nova York, uma cidade que pode ser tanto dura quanto mágica. Além das gravações nas ruas da “Big Apple”, Mulligan desfila por toda a ilha de Manhattan e imediações ao volante do Mark X.
Há tanto valorização de locais manjados, como a Times Square, quanto de outros menos explorados pelo turismo, a exemplo do boêmio Greenwich Village ou do descolado Meetpacking District, bem como da Union Square, palco de grandes manifestações na “capital do mundo”.
“Mesmo se nada der certo” traz também no elenco os músicos Adam Levine, vocalista da banda Maroon Five, e Ceelo Green.