Qual é o segredo do Volks Polo

Você pode até pensar que ele está caindo no ranking. Porém, a história é bem mais profunda que isso

Volkswagen Polo Crédito: Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Em junho e julho, o Volks Polo vem perdendo espaço para o principal rival, o Fiat Argo. Porém, quando o assunto é cliente final, o hatch da VW continua em uma incrível onda de sucesso, que perdura desde seu lançamento.

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Como isso é possível? É que a Fiat está aumentando a presença do Argo no atacado. Essa modalidade gera menos lucro por unidade à montadora, pois há muito desconto. Por outro lado, faz o estoque rodar.

O principal, no entanto, é que as vendas no atacado, no geral, dependem mais de bons contratos com empresas que do gosto do consumidor. O Volks Polo, na contramão, é fraco de atacado. O sucesso do carro é quase exclusivamente com o público.


Por isso, o Volks Polo é o assunto da terceira análise da série “Qual é o segredo”. O objetivo é desvendar a fórmula do sucesso de carros que são unanimidades para o público brasileiro.

Os primeiros capítulos foram dedicados ao Corolla e ao Compass. Agora, chegou a vez do Volks Polo, um dos lançamentos mais bem sucedidos dos últimos anos.

VEJA TAMBÉM: OS CARROS AUTOMÁTICOS MAIS BARATOS DO BRASIL


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Trajetória de sucesso do Volks Polo

O Polo foi lançado em novembro do ano passado e já fez sucesso logo no primeiro mês cheio de vendas. Este ano, é o quarto carro mais emplacado do País, atrás apenas do trio Onix, HB20 e Ka.

Um mérito e tanto para um carro que tem preço inicial de R$ 50 mil, bem acima do sugerido para as versões de entrada dos concorrentes.


Quando olhamos para as vendas no varejo, o Polo mantém a quarta posição no ranking de emplacamentos. Já no atacado, em junho, ele foi apenas 35º.

Das 4974 unidades do Polo vendidas no mês passado, apenas 15,7% foram de maneira direta. Na lista de exemplares comercializados no varejo, ele ficou bem à frente do Argo, que somou 3.200 unidades.

Os méritos do Volks Polo

O hatch compacto tem como principais méritos a tecnologia embarcada, o baixo consumo e, principalmente, a dirigibilidade. Perto dele, os rivais parecem carros já bastante defasados. Esse conjunto acabou transformando o Polo em um sonho de consumo possível.


Vencedor da maioria dos comparativos dos quais participou (contra Argo, Yaris, Onix, HB20, etc), ele é o carro moderno que o brasileiro pode ter. Minha impressão é de que esta é a imagem do Polo no mercado nacional.

Aqui, houve não apenas um bom trabalho de marketing da Volkswagen, mas também um bom trabalho na concepção do produto. Trata-se daquele carro desejado que, quando o cliente compra, não se decepciona. Ao menos, não a curto prazo.

O Volks Polo tem uma das centrais multimídia mais modernas e fáceis de usar do segmento. E a melhor notícia? Ela está disponível, mesmo como opcional, para a maioria das versões.


Outro charme é o painel virtual. Mesmo sendo oferecido apenas na versão de topo, e como opcional (há, inclusive, longa espera para exemplares com o item), ele passa uma imagem de modernidade absoluta para o carro. Como os rivais podem competir com isso?

Além disso, seus motores 1.0 estão entre os mais modernos do mercado. Tanto o aspirado quanto o turbo, ambos de três cilindros. Eles rendem bem e gastam pouco.

O câmbio automático é o Tiptronic de seis marchas, o mesmo do Golf. Além disso, o carro sobressai em itens de segurança ativa e passiva.


Também foi uma jogada certeira da Volkswagen investir em um produto de maior valor agregado que os tradicionais populares. O mercado mudou, e hoje os carros que vendem mais são os compactos mais modernos e bem equipados. Não é à toa que hoje o Volks Polo é o modelo mais vendido de sua marca.

Falhas do Volks Polo

Nem tudo é um mar de rosas para o Volkswagen mais vendido do Brasil. Ele também tem suas falhas. Porém, elas não parecem ser tão graves, a ponto de afastar o público.

Os principais defeitos do Volks Polo estão na aparência. O exterior é genérico demais. Os menos observadores podem até confundir o Polo com o Gol.


O interior também não se destaca. O acabamento é simples e deixa a desejar. Nada além do da maioria dos concorrentes. Na comparação com o Argo, aliás, ele é pior.

Há quem também considere o preço um ponto fraco. Em média, a versão mais simples é R$ 5 mil mais cara que as de entrada dos rivais. Porém, caro ou não, ele tem vendas absolutamente altas.

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