Quando adquiri meu Civic zero-km, notei que o retrovisor do lado esquerdo não mostrava a via corretamente, qualquer que fosse a posição do ajuste. Mesmo quando o regulo totalmente para a esquerda, continuo visualizando a lateral do carro. Queixei-me à concessionária e à área técnica da Honda, e ouvi de ambas que nada poderia ser feito, pois o veículo estaria em conformidade com o projeto homologado. Ora, as recomendações trazidas pela mídia especializada ensinam que o retrovisor bem ajustado não deve mostrar a lateral do veículo. Estou recorrendo à Promotoria de Justiça do Consumidor, com o objetivo de corrigir o que considero ser um defeito de fabricação ou falha de projeto da peça.
Deoclecio Ebert, CAPITAL
Honda responde: prestamos esclarecimentos ao cliente.
O leitor diz que o contato feito pela Honda não o convenceu da inexistência do problema relatado na queixa.
Advogado: o consumidor pode pedir que o Procon ou a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça apurem se, de fato, há defeito de fabricação que comprometa o uso do veículo. É necessário que as autoridades intercedam para confirmar ou negar a regularidade do produto, defendida por sua fabricante.
FORD ECOSPORT
Trepidaçãono câmbio
O câmbio automatizado do meu EcoSport trepida desde novo. Levei o carro à autorizada com mil km de uso e disseram que fariam uma reprogramação da transmissão, que não resolveu o problema. Na revisão de 10 mil km, repetiram o procedimento, também sem resultado. Na inspeção seguinte, dos 20 mil km, apenas fizeram uma medição e pediram que eu voltasse após rodar mais 1.500 km. Segui as instruções e, quando regressei à oficina, finalmente concordaram em encomendar uma nova embreagem à fábrica. Como a peça não chegou em dois meses, cobrei uma posição. Responderam que a Ford havia cancelado todos os pedidos, e ficou por isso mesmo.
Reginaldo Julio Buium, CAPITAL
Ford responde: a questão foi solucionada.
O leitor nega a informação da montadora. Ele diz que a embreagem não foi trocada e o problema do carro piorou, já que o câmbio chegou a travar em uma rodovia. Ele fez uma queixa à diretoria da marca, mas não recebeu retorno.
Advogado: o leitor tem o direito de exigir a troca do veículo. Um carro que se encontra em mau estado de funcionamento já no ato da entrega ao cliente não preenche o requisito de qualidade mínima de um produto novo. Não deveria ter sido sequer entregue e, após a queixa, deveria ter sido prontamente substituído. A lei faculta à empresa fazer o reparo em até 30 dias, desde que definitivo. Se o defeito persiste, o cliente passa a fazer jus a um carro novo, pois não pode ser submetido a idas e vindas infinitas à autorizada, como ocorreu.
FIAT PALIO
O cinto que bate como um sino
Quando rodo com meu Palio por asfalto irregular, o cinto faz um ruído irritante, como um sino batendo. Durante a garantia, reclamei na concessionária e pedi a troca do dispositivo, mas não fui atendido – o supervisor apenas deu um “jeitinho” na peça. Terminado o período de cobertura, o barulho reapareceu. Queixei-me novamente ao supervisor da autorizada, que disse ter dado “uma olhada” no veículo, mas o problema permanece. Estou até pensando em trocar de carro e de marca.
Adriano Morais Matos,
SOROCABA (SP)
Fiat responde: nossos técnicos analisaram o veículo e não encontraram nenhum defeito.
O leitor confirma que o carro foi analisado novamente. Técnicos lhe disseram que o cinto tem folga, mas que isso seria normal e não comprometeria a segurança. Ele não ficou satisfeito e diz que outros veículos da marca não apresentaram tal ruído.
Advogado: se outros modelos idênticos não apresentam o mesmo problema, e isso puder ser comprovado por laudo técnico, o consumidor poderá exigir o reparo e, na falta de solução definitiva, fazer o serviço em oficina independente e pedir o reembolso dos custos à montadora.