“Quando recebi meu Tucson zero-km, notei que a câmera de ré não funcionava e o friso da porta esquerda estava descascado. Levei o carro de volta à concessionária e, 17 dias depois, tive de retirá-lo sem os reparos, pois precisava usá-lo. Após sair da autorizada, notei que o motor sofria cortes de ignição quando eu pisava no freio, o limpador traseiro parou de funcionar e a fechadura da porta traseira estava com problemas. Retornei novamente à oficina e ao retirar o carro, após 50 dias, percebi que o defeitos da ignição, assim como os da fechadura da porta traseira, permaneciam. Quero uma solução rápida, ou irei devolver o automóvel.”
Francisco José da Silva, SÃO BERNARDO DO CAMPO (SP)
Hyundai responde: pedimos ao leitor que levasse o veículo a uma autorizada, mas ele se recusou. Estamos à disposição para buscar a melhor solução.
O leitor diz que quer o cancelamento da compra ou a troca do carro. Ele aguarda uma audiência no Procon.
Advogado: o leitor tem dois motivos para exigir a troca do veículo. O primeiro é que não se pode considerar em estado de novo um carro entregue com tantos defeitos. Além disso, a montadora teve a oportunidade de realizar todos os reparos e não fez o serviço completo. Quando a lei concede 30 dias para a empresa consertar o produto, supõe uma solução definitiva. Com o reparo de apenas alguns itens, considera-se a norma descumprida, ensejando o direito à troca.
LEIA OUTROS CASOS:
HONDA PCX 150
Scooter parado por falta de peças
“Comprei um Honda PCX150 2014. Sofri um acidente e o scooter está na autorizada Japauto há 45 dias aguardando a chegada de peças. Nem a Honda, nem a concessionária têm previsão de entrega. Já fiz vários contatos e não obtive retorno.”
Ivan Amancio, CAPITAL
Honda responde: o caso foi solucionado com o cliente.
O leitor afirma que ficou 150 dias sem a scooter e não recebeu assistência da marca.
Advogado: o consumidor não é obrigado a aguardar por tempo indeterminado o reparo da veículo. A falta de peças é falha de responsabilidade exclusiva da montadora, que tem de manter o mercado abastecido, conforme determina a lei. Nesse caso, a empresa deve ceder um modelo idêntico para uso do cliente até a conclusão do reparo. Caso contrário, terá de ressarcir os gastos que ele teve com locomoção. Se o scooter for utilizado para fins profissionais, os prejuízos resultantes da impossibilidade de seu uso devem ser reparados.
CHEVROLET MONTANA
Reparo em garantia negado
“Desde os 18 mil km, minha Montana apresenta problemas na caixa de direção. Na autorizada, disseram que isso é normal. Após 19 meses de uso e com 33 mil km, uma luz se acendeu no painel. Na oficina, detectaram defeito na bobina de ignição e vazamento de óleo da caixa de direção. Tomei um susto com o orçamento, de R$ 5 mil, indicando troca da caixa de direção, bobina de ignição, coletor do escapamento e junta metaloplástica. É inaceitável que eu tenha de arcar com a substituição de peças estruturais do veículo com quilometragem tão baixa. A picape sempre rodou no asfalto, com até 200 kg de carga e combustível de qualidade. Como uma microempresa que tem dificuldades para pagar as parcelas do carro pode desembolsar 20% do que ele vale em reparos? Os componentes vieram com defeito de projeto, instalação ou fabricação.”
Franz Lacher, COTIA (SP)
Chevrolet responde: passamos os esclarecimentos ao cliente.
O leitor optou por fazer o serviço em uma oficina independente, por cerca de 20% do valor pedido pela concessionária. Depois disso, se desfez do carro.
Advogado: além da garantia contratual, dada pela montadora, há também a legal, pela qual a empresa deve responder pela qualidade do produto, além de fazer os reparos sem ônus, durante todo o tempo de durabilidade dos componentes do veiculo. Isso só não será aplicado se ficar comprovado que houve desgaste natural das peças ou culpa exclusiva do consumidor pelas falhas.
CONFIRA O RANKING DE RECLAMAÇÕES DO MÊS: