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VW é investigada por pagamento ilegal de bônus a executivo após dieselgate
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VW é investigada por pagamento ilegal de bônus a executivo após dieselgate

Diretor envolvido diretamente no dieselgate recebeu bônus de R$ 4 milhões quando empresa já estava sob investigação pelo escândalo

Thiago Lasco

27 de abr, 2019 · 4 minutos de leitura.

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Sede da Volkswagen
Sede da Volkswagen
Crédito:Fabian Bimmer/Reuters
Sede da VW

O escândalo conhecido como dieselgate, dentro do qual a Volkswagen foi flagrada fraudando o controle de emissões de poluentes de seus motores a diesel, gerou uma dor de cabeça considerável. Mas de vez em quando o assunto volta para assombrar a montadora. Agora o Ministério Público alemão está investigando uma nova irregularidade envolvendo a VW.

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Os promotores em Braunschweig querem saber por que um diretor da VW recebeu bônus de 866 mil euros (cerca R$ 4 milhões) entre 2016 e 2018. Durante esse período, a VW já estava comprometida com o escândalo. E, por isso, o pagamento de bônus deveria ter sido suspenso, sob pena de violação de dever fiduciário.

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A montadora se recusou a comentar os pagamentos. O assunto se torna ainda mais delicado porque não se trata de um executivo qualquer. O diretor em questão é um dos cinco que estão sofrendo processo penal por ajudar a abafar o escândalo de emissões.


Escândalo dieselgate já custou R$ 135 bilhões à Volkswagen

Um desses cinco diretores é o ex-presidente-executivo Martin Winterkorn. De acordo com o Ministério Público, ele e outros quatro gerentes descumpriram o dever de informar as autoridades sobre as fraudes de emissões executadas pela VW de novembro de 2006 a setembro de 2015. Cada um dos cinco investigados pode receber penas de até 10 anos de prisão.

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Advogados que orientaram a Volkswagen na época teriam aconselhado a empresa a não informar as autoridades sobre a existência do software que burlava os testes de emissões. Isso porque não estava claro se o software poderia ser considerado ilegal.


A Volkswagen também foi criticada por não ter avisado seus acionistas sobre o software antes que o escândalo viesse à tona. A fabricante alemã pensou que as multas que sofreria não passariam de 150 milhões de euros (R$ 700 milhões). Mas o dieselgate já custou 29 bilhões de euros (R$ 135 bilhões) aos cofres da empresa. E ainda há uma porção de ações judiciais contra ela em andamento.

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”