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Mitsubishi pode ter causado o fim da Mercedes-Benz Classe X
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Mitsubishi pode ter causado o fim da Mercedes-Benz Classe X

Retorno da Mitsubishi ao mercado Argentino pode estar ligado à mudanças no planejamento. Mercedes acabou cancelando todo o projeto da Classe X

Redação

24 de jul, 2019 · 5 minutos de leitura.

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Elevação no custo foi fatal para produção da Classe X na Argentina
Crédito:Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
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A Daimler causou um rebuliço na Argentina após o cancelamento da produção da picape Mercedes-Benz Classe X por lá. Depois, o que era algo específico do mercado argentino, acabou com o fim de todo o projeto da picape, que já era montada em Barcelona, na Espanha.

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A Classe X iria compor a tríade de utilitários feitos na fábrica da Renault-Nissan em Córdoba. Além da picape da Mercedes, a Nissan Frontier já é montada por lá e a Renault Alaskan também seria feita na mesma planta. Com a desistência da Mercedes-Benz e os atrasos no início da produção da Alaskan, a fábrica se viu sem seus dois principais “sócios” atuantes. Ambas são baseadas na Frontier.

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Inicialmente, a Daimler justificou a desistência da produção no país vizinho pela instabilidade econômica da Argentina. A Classe X iria representar nada menos do que 60% da produção do local, cerca de 70 mil unidades anuais.

Isso significaria um importante retorno para a Nissan Argentina, que investiu US$ 600 milhões para produzir as picapes. A produção da Classe X estava prevista para começar no início de 2019, algo que nunca se concretizou.


Alta súbita

No entanto, segundo reportes da imprensa argentina, a Mercedes teve outras razões para cancelar a produção de sua picape no país vizinho. Em entrevista com o portal argentino Autoblog, engenheiros da Daimler afirmaram que um dos motivos foi uma súbita alta no preço de custo de cada unidade da Classe X. Nos acordos iniciais, cada X sairia por US$ 26 mil para a Mercedes, mas na hora de fechar o negócio da produção em Córdoba, o preço subiu para US$ 35 mil. O valor teria sido inviável para a Mercedes-Benz.

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Embora a Classe X já estivesse em produção na Espanha, o mercado de picapes na Europa é muito pequeno. A Mercedes precisava do volume de vendas de América do Sul, África do Sul e Austrália, que seriam abastecidas pela produção argentina, para tornar a picape rentável. Com o cancelamento da produção, o fim de todo o projeto foi a única solução.


Mitsubishi

O que não havia ficado claro eram os motivos da alta no preço de custo da Classe X. É aí que entra a participação da Mitsubishi nessa “novela argentina”. A marca japonesa, também integrante da Aliança, voltou a operar no país vizinho em junho passado. A “Mit” será vendida por meio de um representante local.

Agora, já há rumores de que a Mitsubishi, também forte em picapes com a L200, poderia assumir o lugar da Mercedes na fábrica de picapes de Córdoba.

Além disso, Nissan e Mitsubishi já trabalham na próxima geração de picapes, onde a L200 vai “se juntar à turma”. Com isso, a próxima L200 deverá ser produzida na Argentina. Embora isso ainda demore, é uma forma da Nissan conseguir reverter o investimento feito.


A possível produção da Mitsubishi na Argentina foi confirmada pelo presidente da Nissan America Latina na última semana.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”