A Daimler causou um rebuliço na Argentina após o cancelamento da produção da picape Mercedes-Benz Classe X por lá. Depois, o que era algo específico do mercado argentino, acabou com o fim de todo o projeto da picape, que já era montada em Barcelona, na Espanha.
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A Classe X iria compor a tríade de utilitários feitos na fábrica da Renault-Nissan em Córdoba. Além da picape da Mercedes, a Nissan Frontier já é montada por lá e a Renault Alaskan também seria feita na mesma planta. Com a desistência da Mercedes-Benz e os atrasos no início da produção da Alaskan, a fábrica se viu sem seus dois principais “sócios” atuantes. Ambas são baseadas na Frontier.
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Inicialmente, a Daimler justificou a desistência da produção no país vizinho pela instabilidade econômica da Argentina. A Classe X iria representar nada menos do que 60% da produção do local, cerca de 70 mil unidades anuais.
Isso significaria um importante retorno para a Nissan Argentina, que investiu US$ 600 milhões para produzir as picapes. A produção da Classe X estava prevista para começar no início de 2019, algo que nunca se concretizou.
Alta súbita
No entanto, segundo reportes da imprensa argentina, a Mercedes teve outras razões para cancelar a produção de sua picape no país vizinho. Em entrevista com o portal argentino Autoblog, engenheiros da Daimler afirmaram que um dos motivos foi uma súbita alta no preço de custo de cada unidade da Classe X. Nos acordos iniciais, cada X sairia por US$ 26 mil para a Mercedes, mas na hora de fechar o negócio da produção em Córdoba, o preço subiu para US$ 35 mil. O valor teria sido inviável para a Mercedes-Benz.
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Embora a Classe X já estivesse em produção na Espanha, o mercado de picapes na Europa é muito pequeno. A Mercedes precisava do volume de vendas de América do Sul, África do Sul e Austrália, que seriam abastecidas pela produção argentina, para tornar a picape rentável. Com o cancelamento da produção, o fim de todo o projeto foi a única solução.
Mitsubishi
O que não havia ficado claro eram os motivos da alta no preço de custo da Classe X. É aí que entra a participação da Mitsubishi nessa “novela argentina”. A marca japonesa, também integrante da Aliança, voltou a operar no país vizinho em junho passado. A “Mit” será vendida por meio de um representante local.
Agora, já há rumores de que a Mitsubishi, também forte em picapes com a L200, poderia assumir o lugar da Mercedes na fábrica de picapes de Córdoba.
Além disso, Nissan e Mitsubishi já trabalham na próxima geração de picapes, onde a L200 vai “se juntar à turma”. Com isso, a próxima L200 deverá ser produzida na Argentina. Embora isso ainda demore, é uma forma da Nissan conseguir reverter o investimento feito.
A possível produção da Mitsubishi na Argentina foi confirmada pelo presidente da Nissan America Latina na última semana.