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Ford quer ser a Tesla com o Mustang elétrico
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Ford quer ser a Tesla com o Mustang elétrico

Com o Mustang Mach-E, a Ford pretende enfrentar a Tesla, especialmente o Modelo Y. Será que vai conseguir?

Redação

08 de dez, 2019 · 6 minutos de leitura.

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Ford Mustang Mach-E
Mustang Mach-E elétrico herda o nome de um mito que sempre foi sinônimo de muita gasolina. Agora, meta é competir com a Tesla
Crédito:Ford/Divulgação

Quando chegar ao mercado, no fim do ano que vem, o Mustang Mach-E, primeiro SUV elétrico da Ford, vai ter dois desafios pela frente: o primeiro é convencer o público convencional de que vale a pena virar a chave e comprar um carro elétrico, mesmo que ele tenha um nome que é quase sinônimo de (muita) gasolina. O segundo é tentar atrair a atenção de quem está propenso a comprar um Tesla, marca que nasceu fazendo veículos elétricos, e que em tese tem mais experiência no setor.

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A Ford quer ser a nova Tesla. Ou, pelo menos, rivalizar com ela. E quais suas chances? Vamos imaginar um duelo hipotético entre o Mustang Mach-E e o Tesla Modelo Y, SUV que também deverá chegar no ano que vem.

A começar pelo preço, a Tesla sai em vantagem. O Modelo Y deverá chegar por cerca de US$ 39 mil (aproximadamente R$ 163 mil, na conversão direta) na versão mais barata, enquanto o Mach-E irá partir de US$ 43.895 (cerca de R$ 183 mil).


Os dois deverão ter a mesma autonomia: até 480 quilômetros. Mas o Tesla deve chegar primeiro. Embora os dois sejam esperados para o ano que vem, o Modelo Y é previsto para chegar às lojas na metade do ano, enquanto o Ford chega no fim de 2020.

Mustang Mach-E oferece menos espaço

Em relação a espaço interno, o Tesla também deverá ser a melhor escolha, pelo menos para quem pretende levar mais ocupantes. De acordo com a fabricante, o Modelo Y oferecerá sete lugares, ante os cinco do Ford.


No que diz respeito a tempo de recarga de bateria, mais uma vez a balança pende para a Tesla. De acordo com a empresa, 15 minutos de carga nas estações da marca são suficientes para uma autonomia de 270 km. A Ford anuncia que o Mustang Mach-E é capaz de alcançar autonomia de 75 km em dez minutos plugado em uma estação de carga rápida.

Além disso, donos de Tesla têm à disposição muito mais pontos de carga espalhados pelos Estados Unidos. Qualquer elétrico tem acesso a pontos públicos, compatíveis com a maioria das marcas, mas só os carros da Tesla conseguem conexão aos pontos exclusivos da empresa. A Tesla tem mais de 1.600 estações Supercharger e mais de 14.400 pontos na América do Norte.



Embora a Ford tenha tentado vincular a imagem de seu primeiro elétrico ao mito Mustang, é difícil negar que há algumas coincidências entre o Mach-E e os elétricos da Tesla. É o caso do grande monitor de 15,5 polegadas no centro do painel, que permite controlar várias funções do veículo. Além dela, como no Tesla, as atualizações do sistema são feitas automaticamente (sem necessidade de levar o carro a uma concessionária), e é possível abrir a porta por meio de comandos no celular.


Condução semiautônoma

Os dois modelos virão equipados com sistemas de condução semiautônomos. Eles são capazes de esterçar o volante, frear e acelerar, embora em ambos os carros ainda seja necessário um motorista. No entanto, o sistema Autopilot da Tesla dispõe de algumas funcionalidades adicionais. É o caso, por exemplo, da habilidade para mudar de faixa de rolamento, não disponível no Co-Pilot360 Assist, da Ford.

Fazer um carro elétrico é um grande passo para marcas tradicionais, mas talvez ainda insuficiente para suplantar a Tesla.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”