A JAC Motors mostrou mais um SUV de sua nova linha de modelos. Agora, foi a vez do intermediário T60 chegar às lojas. O utilitário parte de R$ 99.990 e será vendido em apenas uma configuração, com direito a um pacote de opcionais. Completo, chega a R$ 104.990 e pretende competir com nomes de peso, como o Jeep Compass.
Porte ele tem, com 4,41 de comprimento e visual moderno. O entre-eixos de 2,62 metros é apenas um centímetro menor que o rival pernambucano. No entanto, a faixa de preço o coloca mais próximo de modelos menores, como Renegade, também da Jeep, e todos os outros ferozes concorrentes entre os SUVs compactos.
T60 é bem completo, mas tem seus pecados
A seu favor, o T60 tem o tamanho e o preço. Por R$ 99.990, ele é maior também que Honda HR-V e Hyundai Creta e tem uma bem fornida lista de itens de série, comparável às versões intermediárias e de topo dos concorrentes menores. Há itens que chamam atenção, como faróis automáticos, painel virtual e motor turbo. Os R$ 5 mil a mais são razoáveis pelo combo formado por teto solar elétrico e bancos de couro.
No entanto, há alguns deslizes nos equipamentos e na ergonomia. O ar-condicionado, por exemplo, tem comandos digitais, mas não há controle automático da temperatura. Já o painel virtual é bonito, mas é possível se ver no reflexo criado pelo plástico que o reveste, dificultando a leitura em ambientes claros. Além disso, o banco do motorista tem comando elétrico, mas apenas do assento. O encosto continua com ajuste manual, por meio de uma alavanca na lateral.
Por fora, o T60 mostra uma evolução no desenho dos SUVs da marca chinesa. As proporções são mais elegantes do que as do T50 e a traseira ostenta uma faixa reflexiva que cruza a tampa do porta-malas e simula uma fileira de LEDs.
Espaço e acabamento
A cabine é espaçosa e o acabamento correto. O banco traseiro conseguirá acomodar ainda com conforto dois passageiros de cerca de 1,80 metro. No entanto, um terceiro elemento atrás precisará ter relação amigável com os demais. Ao menos, com apenas dois atrás, há encosto de braço central traseiro, item comum apenas do segmento de médios para cima.
O painel é de plástico rígido, algo que depõe contra o T60 e sua faixa de preço. Há apenas um aplique macio sobre o painel de instrumentos, logo à frente do motorista, mas o restante da peça é rígida. Ao menos, o visual interno é elaborado e a cabine agrada. O silêncio a bordo só é quebrado quando o 1.5 turbo ultrapassa as 3.500 rotações.
Motor
O motor, aliás, é valente, e o câmbio CVT surpreende ao procurar manter o 1.5 sempre em baixas rotações. Como há boa dose de torque em giros baixos, o T60 deslancha com facilidade. É difícil, aliás, fazer o 1.5 trabalhar em rotações elevadas. O que é bom, pois fica ruidoso e incomoda quem vai dentro da cabine. O CVT não mascara suas características, mas faz bom trabalho acoplado ao quatro cilindros turbo. Na cidade, o T60 é ágil, ajudado também pela direção leve.
Na estrada, o propulsor consegue dar ao T60 bom ritmo de viagem e o CVT varia pouco as rotações. As retomadas, no entanto, são um pouco prejudicadas, justamente pela transmissão custar a elevar as rotações ao ponto onde há mais potência. Ajuda a possibilidade de trocas manuais pela alavanca. A transmissão consegue simular seis marchas virtuais e dão uma “forcinha” ao conjunto.
Ainda assim, o desempenho não deixa a desejar. Contribui para o bom comportamento o peso relativamente baixo para o modelo, cerca de 1.300 quilos, patamar de Nissan Kicks.
A suspensão também é silenciosa, mas é macia e permite que a carroceria oscile em mudanças mais bruscas de direção. Há também muita força de retorno nas molas, o que faz o conjunto jogar as rodas para baixo bruscamente em buracos ou quando se passa numa lombada um pouco mais
rápido, por exemplo.
Ficha técnica – JAC T60
Motor: 1.5, 4 cil., turbo, gasolina
Potência (cv): 168 a 5.500 rpm
Torque: 21,4 mkgf a 2.000 rpm
Câmbio: Automático, CVT
Peso: 1.365 kg
Porta-malas: 650 litros
Tanque: 50 litros
PRÓS E CONTRAS
Prós: motor
Propulsor 1.5 turbo tem boas respostas e dá agilidade ao conjunto. Câmbio CVT é bom principalmente na cidade.
Contra: detalhes
Pacote é compreensivo, mas faltam mimos como ar-condicionado automático e painel virtual reflete demais a luz e dificulta leitura