Por fora, apenas uma discreta identificação perto dos retrovisores revela o nome da série especial. Mas observadores mais atentos talvez percebam os novos trajes desse Renault. A série Captur Bose traz, além do equipamento de som que lhe dá o nome, uma nova combinação de cores externas. É o caso desse cinza com teto prata, exclusivo do modelo.
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O Renault Captur Bose chega em duas opções de motor: 1.6 com câmbio automático CVT, por R$ 97.990, e 2.0 automático de quatro marchas, por R$ 98.990. Em ambos os casos, a versão Bose custa R$ 2 mil a mais que a Intense. O Captur 1.6 CVT sai por R$ 95.990, enquanto o 2.0 automático sair por R$ 96.990. Veja nossa análise e tire suas conclusões.
A diferença de apenas R$ 1 mil entre o 1.6 e o 2.0 naturalmente pode fazer o interessado pender a escolha para o motor maior, mas aqui vai um conselho de amigo: esse 2.0 da Renault é antigo (ainda tem tanquinho de partida auxiliar), rende apenas 148 cv (pouco para a cilindrada) e consome muito. Isso para não falar do câmbio de apenas quatro marchas, que também compromete o gasto de combustível.
Avaliamos o modelo 1.6. Que, cá entre nós, pode até ser mais moderno que o 2.0, mas também tem seus problemas. Como o irmão maior, ele igualmente ainda conserva o reservatório de partida a frio, sistema banido em projetos mais modernos. A potência de 120 cv é aceitável, mas o consumo também deixa a desejar. De acordo com os dados do Inmetro, com etanol ele faz 7,2 km/l na cidade (o que é aceitável) e apenas 8,1 km/l na estrada (o que é inaceitável). Com isso, de acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem, o carro obteve nota D na categoria, numa escala que vai de A a E.
Captur é um carro sem pressa
Andando, o Captur não tem pressa. A associação de motor de baixa cilindrada com câmbio CVT nunca resulta em muita agilidade. O Captur tem respostas lentas, tanto nas acelerações como nas retomadas. De acordo com a Renault, o SUV de 1.286 kg faz 0 a 100 km/h em 13,1 segundos, com etanol. Com gasolina, o tempo sobe para 14,5 s. A velocidade máxima é de 169 km/h, com combustível renovável.
A suspensão que deixa o carro bem alto privilegia o conforto. O rodar é suave e o Captur absorve as imperfeições do piso, mas em curvas a carroceria se inclina bastante. A direção eletro-hidráulica é lenta nas respostas.
O Captur continua atraindo pelo visual e pelo porte. As linhas curvas são simpáticas e a luz diurna de LEDs, em forma de “C”, é o destaque frontal, de dia e de noite. O SUV compacto chama atenção também pela imponência e altura. Ele tem 1,62 m de estatura e 21,2 cm de distância livre do solo.
O sistema de som da Bose, que batiza a versão, é dotado de dois tweeters na dianteira, um alto-falante em cada porta e um subwoofer no porta-malas, que não rouba espaço de bagagem. O compartimento acomoda 437 litros, e está entre os maiores da categoria.
Bose não informa a potência do amplificador
Além disso, o modelo vem com amplificador digital de sete canais e equalizador, que pode ser comandado por meio da tela da central multimídia, de 7″. A Bose não informa a potência. Mas esperávamos mais da qualidade do som.
A recepção de rádio também não é das melhores. A tela inclui câmera de ré e compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay, mas não há GPS nativo.
Os bancos são revestidos com imitação de couro, e há quatro air bags. Uma das coisas legais é que, ao se afastar do carro com a chave (do tipo cartão), as portas travam-se e os retrovisores recolhem-se automaticamente.
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Entre os equipamentos de série estão rodas aro 17, botão de partida, farol de neblina com auxiliar de curva, controlador/limitador de velocidade, quatro air bags e ar-condicionado digital. Que, a propósito, parou de funcionar durante a avaliação.
Ficha técnica
Preço sugerido: R$ 97.990
Motor: 1.6, 4 cil., 16V, flexível
Potência (cv)*: 120 a 5.500 rpm
Torque (mkgf)*: 16,2 a 4.000 rpm
Câmbio: automático, CVT
Porta-malas: 437 litros
Fonte: Renault. *Dados com etanol
Prós e contras
Prós: Estilo
O visual do Captur atrai pela elegância e pelo porte imponente. Um dos pontos altos são as luzes diurnas de LEDs em forma de “C”.
Contras: Desempenho e consumo
O conjunto formado pelo motor 1.6 e o câmbio automático CVT resulta em respostas mornas. Além disso, o consumo também não agrada.