Você está lendo...
Volkswagen tira comercial do novo Golf do ar após ele ser considerado racista
Notícias

Volkswagen tira comercial do novo Golf do ar após ele ser considerado racista

Criado para as redes sociais da Alemanha, comercial coloca pessoa negra como um marionete comandado por uma mão branca. E este não é o único cunho racista do vídeo

José Antonio Leme

21 de mai, 2020 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

golf
COMERCIAL DA VW SAIU DO AR POR SER CONSIDERADO RACISTA
Crédito:REPRODUÇÃO

A Volkswagen tem alguns comerciais memoráveis ao redor do mundo, inclusive no Brasil, com o Fusca e o Gol, seus carros mais emblemáticos por aqui. Mas o último criado para as redes sociais da marca na Alemanha gerou polêmica. Produzido para divulgar a nova geração do Golf, o comercial foi considerado racista e saiu do ar.

Na propaganda, um rapaz negro aparece apreciando o novo Golf estacionado em frente a um café. Nisso, uma mão branca o “agarra” e o move para longe do carro e de volta para a porta do estabelecimento, no qual ele é empurrado para dentro com um peteleco com os dedos.

Se o caso não fosse ruim o suficiente, o nome escolhido para batizar o café da propaganda foi “Petit Colon”, que pode ser traduzido do francês como “pequeno colono”. Com um pequeno contexto histórico é fácil lembrar que a Alemanha, dentro dos países colonizadores da Europa na África, foi um dos menores, ou seja um “pequeno colono” pela chegada tardia no processo de invasão dos países africanos.

Publicidade


Usuários alemães do Twitter levantaram também a questão sobre a forma com a qual o comercial termina. Ao surgir na tela o slogan “Der Neue Golf”, que traduzido significa “O novo Golf”, as letras antes formam a palavra “neger”. Em alemão, a palavra pode ser uma forma pejorativa de se referir à pessoas negras – o equivalente de “criolo” em português, ou “nigga” em inglês.

O Jornal do Carro está no Youtube

Inscreva-se

Propaganda saiu do ar e VW promete investigar

A propaganda foi retirada do ar e a Volkswagen AG pediu desculpas por meio de uma nota assinada pelo membro do conselho, Jurgen Stackmann, e a Head de diversidade, Elke Heitmüller. A nota evoca até mesmo a culpa pelo passado nazista da companhia como forma de retratar pela propaganda que não deveria ter ido ao ar.


“Nós entendemos o horror que o público sentiu por isso. Ela [a propaganda] ofendeu cada pessoa decente. Nós estamos envergonhados e não podemos explicar agora. Nós vamos fazer todo o possível para deixar claro esse processo [sobre a propaganda]. Buscaremos os resultados e as consequências da investigação se tornarão públicas”.



“Na Volkswagen nós sabemos o histórico e a origem da companhia e a culpa da nossa companhia no regime nazista. E é precisamente por isso que estamos comprometidos a reparar qualquer erro. É por isso que nos opomos a qualquer forma de ódio, agitação e discriminação. A Volkswagen está na Alemanha e também por todo o mundo. E todo o mundo está em casa conosco. Cada etnia, religião e identidade de gênero. Essa é a nossa grande riqueza. É que nós somos. E este vídeo é o oposto de quem nós somos.”


Deixe sua opinião