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‘Motorista’ de Uber autônomo é indiciada por atropelamento
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‘Motorista’ de Uber autônomo é indiciada por atropelamento

Vídeo mostra que a motorista, que deveria intervir em caso de risco de acidente, estava assistindo TV e, por isso não evitou o s

Emily Nery, special para o JC

18 de set, 2020 · 4 minutos de leitura.

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Uber encerrou suas operações para testes de direção autônoma no Arizona após acidente
Crédito:Uber/Divulgação
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A motorista do carro autônomo da Uber que atropelou e matou uma ciclista em 2018 foi indiciada por homicídio. O acidente ocorreu em 2018, na cidade de Tempe, no Estado norte-americano do Arizona. A Justiça a acusa Rafaela Vasquez de homicídio por negligência. Segundo os promotores, a morte poderia ter sido evitada se ela tivesse tomado o controle do carro.

Elaine Herzberg, de 49 anos, atravessava a rua com uma bicicleta quando foi atingida por um Volvo XC90 a 63 km/h. O carro, equipado com sistemas de condução autônoma, estava sendo testado pela Uber.  Imagens de dentro do veículo mostram que a “motorista” olhava constantemente para baixo.

Em todos os testes de carros autônomos deve haver alguém habilitado a bordo. O objetivo é que esse motorista “estepe” intervenha em caso de risco iminente de acidente. Segundo a polícia de Tempe, Rafaela estava assistindo ao programa de TV “The Voice”. O registro de streaming Hulu também identificou que o dispositivo estava transmitindo um programa televisivo.

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As investigações da Organização Nacional pela Segurança dos Transportes (sigla NTSB, em inglês) apontaram que o erro humano foi o principal responsável pelo acidente. O vice-presidente da organização notificou no relatório: “Nesta viagem, o motorista de segurança (que se identifica como do gênero feminino) passou 34% do tempo olhando para o celular, que transmitia um programa da TV”.

Apesar do acidente, Uber foi inocentada

A Uber, por sua vez, não foi responsabilizada criminalmente. De acordo com a decisão da promotoria responsável pela investigação, “não há base para responsabilidade criminal”. Logo após o acidente, a companhia encerrou suas operações para testes de direção autônoma no Arizona. O fato resultou na primeira morte registrada envolvendo um veículo autônomo da companhia.



O relatório do NTSB ainda explica por que o carro não identificou a vítima. O documento aponta que o sistema não conseguiu classificar o objeto como um pedestre, já que Elaine não estava transitando em uma faixa de pedestre. A tecnologia a identificou como “veículo, bicicleta e outro”. Por isso, freou apenas 1,3 segundo antes da colisão.


Sistema de segurança foi desativado

A Uber também desativou o sistema de frenagem de emergência, porém o recurso não foi projetado para avisar ao motorista sobre a desativação ou ativação.

A motorista se considerou como não culpada e foi acusada no dia 27 de agosto pelo homicídio. Rafaela compareceu ao tribunal na terça-feira, dia 15, e aguarda o julgamento em liberdade. Ele está marcado para fevereiro de 2021. A Uber não se pronunciou sobre o indiciamento de Rafaela.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.