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Bentley usará aviões para garantir transporte em meio ao Brexit
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Bentley usará aviões para garantir transporte em meio ao Brexit

Fabricante britânica importa 90% de suas peças da Europa e exporta 24% para o continente. Bentley aumentou seu estoque de dois dias para três semanas

Emily Nery, para o Jornal do Carro

03 de dez, 2020 · 4 minutos de leitura.

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Bentley
Bentley logotipo
Crédito:Divulgação/Bentley

Há pouco mais de quatro anos, por meio de um referendo histórico, os britânicos votaram para sair da União Europeia. A mudança, repleta de reviravoltas e marcada por trocas de ministros, foi concluída neste ano. Pensando nas possíveis consequências negativas para as relações comerciais, a Bentley se garantiu e reservou aviões cargueiros com o intuito de transportar peças para o Reino Unido.  

Enquanto o futuro das relações comerciais entre países da UE e o Reino Unido é incerto, a marca de luxo contratou cinco aviões ucranianos Antonov para garantir sua produção. Isso porque a empresa do Grupo Volkswagen compra 90% de suas peças da Europa Ocidental e vende 24% de seus veículos no continente, de acordo com o que disse seu presidente-executivo, Adrian Hallmark, à cúpula do Future of the Car, evento online realizado pelo Financial Times.

Estoque aumentou de dois dias para três semanas 

Além disso, a empresa reservou armazéns adicionais e planejou novas rotas, caso os meios de abastecimento da fábrica e fornecimento do produto fiquem congestionadas. “Costumávamos a operar just-in-time com o estoque de dois dias. Agora temos estoque para 14 dias. São 14 dias úteis, então são três semanas de estoque”.  

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O receio da fabricante em haver algum atraso ou paralisação não é de agora. A Bentley já vem planejando à contratação dos aviões há cerca de dois anos. Caso o Reino Unido não consiga firmar um acordo com a Europa, a empresa terá de arcar com 10% a mais de tarifas de importação. Mas Adrian alerta, “interromper fluxos é muito mais perigoso do que as tarifas do Brexit”. 

Esse dinheiro, no entanto, sairá de cortes de custos e aumentos nos valores dos veículos. Vale enfatizar que, em junho, a fabricante já havia anunciado que iria cortar 1.000 empregos devido à crise da Covid-19. 


Contudo, a Bentley almeja terminar 2020 com mais de 10 mil veículos vendidos e um saldo ligeiramente positivo. Segundo o executivo, as vendas na China aumentaram 35% em comparação à época antes da pandemia, enquanto nos EUA e Europa o crescimento foi de 15%.  

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”