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Fornecedora da Apple produzirá carros elétricos em parceria com a Byton
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Fornecedora da Apple produzirá carros elétricos em parceria com a Byton

Parceria da Foxconn com a Byton representa recuperação da montadora. Apple e Google chinesa também querem migrar para segmento de carros inteligentes

Emily Nery, para o Jornal do Carro

05 de jan, 2021 · 4 minutos de leitura.

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Byton M-Byte
Byton M-Byte
Crédito:Divulgação/Byton

Enquanto a Apple não se pronuncia sobre o misterioso Projeto Titan, sua fornecedora, a Foxconn fechou parceria com a montadora chinesa Byton e a Zona de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Nanjing para produção de SUVs elétricos. Previstos para 2022, os veículos fazem parte da nova estratégia da Foxxconn no segmento de elétricos.

As empresas divulgaram um comunicado nesta segunda (4) firmando a parceria, que de acordo com a Bloomberg, pode chegar aos U$ 200 milhões (R$ 1,06 bi). O primeiro utilitário esportivo elétrico fruto da parceria, o M-Byte, deve chegar ao mercado chinês no primeiro trimestre de 2022. A Foxconn , cuja principal subsidiária é conhecida como Hon Hai, ficará responsável pelo fornecimento de tecnologia de ponta no desenvolvimento de carros elétricos e autônomos.

Byton M-Byte Apple
Decerto, parceria com a taiwanesa significa o efetivo lançamento do M-Byte Divulgação/Byton

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O negócio representa uma ressureição para a Byton, que tenta lançar o M-Byte há anos. No ano passado, agravado pela pandemia, a fabricante passou por diversos problemas financeiros e precisou interromper suas operações por cerca de seis meses.

Na época, funcionários reclamavam que a empresa devia a eles cerca de US$ 13 milhões em salário, além de uma dívida que ultrapassava os US$ 500 milhões. Como resultado, a startup demitiu centenas de trabalhadores em sua sede dos EUA e precisou adiar o lançamento de seu primeiro veículo.

Empresas de tecnologia veem futuro no setor automotivo

No entanto, este não é o primeiro caso de gigantes de tecnologia que migram para o segmento de veículos inteligentes. Conforme noticiado pelo Jornal do Carro, a Baidu, conhecida como “Google chinesa”, está em contato com fabricantes japonesas para desenvolver um modelo elétrico e autônomo.


Parceria com fabricante não é inédita

No começo de 2020, a Hon Hai anunciou a formação de uma joint-venture com a Fiat Chrysler para desenvolver carros elétricos na China. Em outubro, a taiwanesa revelou seu primeiro chassi de veículo elétrico, bem como uma inovadora plataforma de software que ajuda fabricantes a entregar seus modelos sustentáveis mais rapidamente.

A empresa do grupo Foxconn também afirmou que pretende apresentar ao público até 2024 uma bateria de estado sólido, cuja trará maior autonomia e eficiência. Vale lembrar que a Apple também trabalha para desenvolver uma bateria com tecnologia semelhante. Ente 2025 e 2027, a companhia pretende fornecer componentes para cerca de 10% de todos os modelos elétricos do mundo.




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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”