Você está lendo...
McLaren vende sua sede na Inglaterra pelo equivalente a R$ 1,3 bilhão
Notícias

McLaren vende sua sede na Inglaterra pelo equivalente a R$ 1,3 bilhão

Montadora venderá sua sede, mas seguirá nas instalações como inquilina. Crise gerada pela pandemia levou a McLaren a demitir 25% de seus funcionários

Emily Nery, para o Jornal do Carro

21 de abr, 2021 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

Planta da McLaren em Woking
Planta da McLaren em Woking
Crédito:McLaren/Reprodução

A McLaren, marca de supercarros e dona de uma das equipes mais emblemáticas da Fórmula 1, vendeu o prédio onde fica sua sede, na Inglaterra, por £ 170 milhões. Ou seja, cerca de R$ 1,3 bilhão na conversão direta, sem impostos. O comprador é a Global Net Lease (GNL)L, Trata-se de um fundo de investimentos com sede em Nova York (EUA). A companhia é especializada na compra e gestão de propriedades comerciais.

Com a venda, a McLaren pretende se capitalizar. Isso porque a crise gerada pela pandemia da covid-19 atingiu fortemente a empresa. Dessa forma, uma das saídas foi vender o prédio onde ficam os centros de Tecnologia, Produção e Liderança de Pensamento.

O negócio feito entre as duas empresas é conhecido como “sale and leaseback” (venda e relocação, em tradução livre). Ou seja, embora não seja mais proprietária do imóvel, a McLaren continuará a ocupá-lo por 20 anos. Porém, vai pagar um aluguel à GNL.

Publicidade


Planta da McLaren em Woking
McLaren/Reprodução

Crise na montadora britânica

De acordo com a Sky News, a McLaren tenta vender o imóvel em Woking, distante cerca de 50 km de Londres, desde setembro de 2020. A crise gerada pela pandemia da covid-19 causou várias interrupções na produção. Além disso, houve queda nas vendas. Da mesma forma, o atraso no início da temporada da F1 atrapalhou os negócios da empresa.

Segundo o CEO da McLaren, Zak Brown, era preciso capitalizar a empresa para deixar seu caixa positivo. As declarações foram feitas no ano passado.


“Por que todo esse dinheiro está vinculado ao mercado imobiliário?”, afirmou Brown. “Não somos uma empresa imobiliária. Somos uma equipe de corridas e uma empresa automotiva. E esse é o início da jornada para começar a limpar o balanço patrimonial”



Ao mesmo tempo em que colocou o imóvel à venda, a McLaren demitiu 1.200 funcionários, isto é, um quarto de seu quadro de colaboradores. Inicialmente, a marca inglesa pedia cerca de £ 200 milhões (R$ 1,5 bilhão) pelo imóvel. Porém, acabou fechando o negócio por £ 170 milhões.

Nesse ínterim, a McLaren obteve um empréstimo de £ 150 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão) com o Banco Nacional do Bahrein. Além disso, conseguiu atraiu novos investidores norte-americanos. Como resultado, a empresa deverá anunciar novos modelos em breve.


Por fim, nas pistas a McLaren vai muito bem. Em síntese, terminou a temporada 2020 do mundial de Fórmula 1 em terceiro lugar na classificação por equipe. Neste ano, o time britânico também está na terceira posição.

Lando Norris McLaren
Land Norris levou o 3º lugar no GP da Emilia-Romagna e portanto, segue no 3º lugar na classificação de pilotos Divulgação/McLaren

O destaque é inglês Lando Norris, que ficou em 3º lugar no pódio no GP da Emilia-Romagna. A prova, na Itália, ocorreu no domingo passado (18). Com isso, o inglês está na terceira posição no ranking de pilotos.


Tecnologia era ponto forte da fábrica

As instalações de Woking começaram a ser construídas em 1998 e, 12 anos depois, obtiveram a certificação Carbon Trust Standard. Esse selo reconhece inciativas voltadas à redução das emissões de carbono e a adoção de práticas sustentáveis. Para isso, a sede da McLaren tem soluções como telhados autolimpantes e lagos artificiais que contribuem para resfria o ambiente da fábrica.


Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”