Após cinco bem-sucedidos anos de mercado brasileiro, a Fiat Toro foi renovada e está de cara nova. Quer dizer, o design mudou pouco na linha 2022. Entretanto, podemos dizer que a picape chega agora a um novo patamar tecnológico e de desempenho. A despeito da aparência quase igual, o modelo evoluiu muitíssimo e corrige a falta de apetite da versão flexível.
A nova Fiat Toro, portanto, tem várias novidades, mas vamos começar pela principal delas, que é o inédito motor 1.3 turbo flexível. Esse propulsor marca a estreia da nova família de motores GSE turbo, que vai equipar todos os veículos do grupo Stellantis. Ou seja, modelos nacionais da Fiat, da Jeep, da Peugeot e também da Citroën terão a novidade.
Na Toro, o 1.3 GSE turbo fez um bem danado, trazendo um desempenho muito superior ao do antigo 1.8 flex aspirado da família Etorq. Este novo motor gera 185 cv de potência com etanol e um torque de 27,5 kgfm com ambos os combustíveis a partir de 1.750 rotações. Assim, é mais forte do que o 1.4 FSI turbo flex da Volkswagen, com 150 cv e 25,5 kgfm.
Design sutilmente alterado
Se olharmos muito rápido para a nova Toro, vai parecer que a picape é a mesma de antes. É porque o design não mudou muito. A Fiat fez leves retoques na dianteira, e praticamente manteve as laterais e a traseira sem alterações. Uma das peças novas na frente é o capô, que ganhou vincos pronunciados no meio, deixando a Toro com aspecto mais bruto.
A versão que veio para testes no Jornal do Carro é a intermediária Freedom, que traz frisos cromados no interior da grade que vão de encontro ao novo escudo com o nome Fiat em letras maiúsculas. Também na grade há quatro barrinhas no canto esquerdo inferior com as cores da bandeira da Itália. É um detalhe que agora está em todos os Fiat.
Por fim, os faróis e lanternas preservaram as formas anteriores, mas trazem iluminação Full LED na versão. Além disso, o pacote opcional de segurança (ADAS) incluí até ajuste automático do farol alto, um importante ganho de segurança. Outro detalhe legal são os faróis diurnos, que agora mudam para a cor amarela quando se liga a luz de seta.
De resto, nada muda. Inclusive o excelente sistema de abertura bipartida da tampa da caçamba, que torna o acesso ao compartimento muito fácil. Um detalhe legal na versão Freedom é a presença da capota marítima de série. O item faz a caçamba de 937 litros da Fiat Toro virar quase um porta-malas gigante para viagens longas em família.
Novo painel na cabine
Quem ver a nova Toro pela traseira, só vai saber que a picape mudou se notar a plaquinha no canto direito da tampa da caçamba. A inscrição Turbo 270 é uma indicação da presença do motor 1.3 turbo. O número é uma referência ao torque de 270 Nm (ou 27,5 mkgf). Mas na cabine, em compensação, agora é quase tudo novo.
A Fiat investiu um pouco mais para redesenhar totalmente o painel da sua picape. E dá para ver que a marca italiana teve certa preocupação em refinar o ambiente e os materiais de acabamento. Até para justificar melhor os preços maiores com o novo motor turbo flex. Essa versão, por exemplo custa quase 132 mil reais. Por isso, há muitos equipamentos modernos.
Um deles é o display de 7 polegadas que serve de quadro de instrumentos e é de série desde a versão de entrada Endurance 1.8 flex. Já a multimídia tem uma tela maior de 8,4 polegadas que é de série a partir da Toro Freedom. Além disso, o novo sistema é sofisticado e oferece espelhamento sem fio para celulares com as plataformas Android Auto e Carplay.
Essa nova multimídia usa um chip da operadora TIM que conecta a picape à internet por meio do serviço Fiat Connect Me. Assim, é possível ver a localização na tela do celular pelo aplicativo My Uconnect, bem como acessar dados do computador de bordo. Dá até para abrir e travar as portas à distância, ou ligar luzes e buzina para achar a Toro no estacionamento.
Acelerando a nova Fiat Toro
O primeiro aspecto para enaltecer na Fiat Toro 2022 é o desempenho do motor 1.3 turbo flex. A picape é claramente mais esperta nas acelerações, embora o modo normal de condução priorize o conforto. Mas quem quiser sentir todo ímpeto do motor turbo pode acionar o modo Sport. Uma vez acionado, o pedal do acelerador fica mais sensível e responde mais rápido.
Da mesma maneira, o câmbio retarda a troca de marchas e deixa o giro do motor subir um pouco mais, fazendo a Toro acelerar com vontade. Os números oficiais da Fiat confirmam a superioridade. Com o motor turbo, a Toro é quase 3 segundos mais rápida do que a versão com o veterano 1.8 Etorq flex, que usa o mesmo câmbio automático de seis marchas.
Na prática, a picape parece um SUV ao volante, agora com desempenho um pouco mais esportivo. Na maior parte do tempo, o condutor sequer se lembra que há uma caçamba de quase 1.000 litros na traseira. Somente na hora de manobrar, a Toro deixa a desejar por causa do diâmetro de giro compatível com o de picapes maiores. Ou seja, a Toro requer espaço.
Outro patamar tecnológico
Mas há outros recursos presentes, tais como sensores de obstáculos frontais e traseiros, e câmera de ré. Por sinal, um dos pontos fortes da nova Toro é o pacote ADAS de segurança avançada. A picape pode ter frenagem autônoma de emergência com reconhecimento de pedestres e assistente de permanência em faixa, que aplica leves correções no volante.
Só senti falta da chave presencial. Pelo preço que custa, o modelo deveria trazer o item de fábrica. Como não tem, a partida do motor é feita à moda antiga, girando a chave no contato.
Em resumo, nem parece, mas a nova Toro mudou muito, principalmente para o motorista que agora dispõe de um desempenho realmente superior na picape com o novo motor 1.3 GSE turbo flexível. A picape da Fiat é um dos veículos mais vendidos do Brasil nos últimos 5 anos (ou desde 2016, quando estreou. Dessa forma, tem tudo para manter a sua hegemonia.