O presidente da fábrica da Renault na Argentina, Pablo Sibilla, disse à agência Télam que a operação no país vizinho vai se concentrar na produção de utilitários. Tanto para ampliar o abastecimento local, quanto para exportar a países da região. E essa entrega pode finalmente trazer a picape Alaskan ao Brasil. Para, assim, competir no segmento que tem Toyota Hilux, Ford Ranger, VW Amarok, Chevrolet S10, entre outras.
A imprensa local aponta que o executivo retomou as negociações para exportar a Renault Alaskan ao Brasil. Além do Chile e da Colômbia — o modelo já está nestes dois mercados desde 2016. Atualmente, a Alaskan é a única picape média feita na Argentina que não é exportada.
Mercado dominado pelos hermanos
Do país vizinho, o Brasil recebe Hilux, Ranger, mais vendidas no segmento de picapes médias, além da Volkswagen Amarok. A Alaskan — feita do mesmo projeto da Nissan Frontier (que curiosamente vem do México) e da natimorta Mercedes-Benz Classe X — veio ao Brasil em 2018. Entretanto, depois teve a sua importação suspensa por questões de mercado.
Dessa forma, o recente início da fabricação da picape média da Renault na fábrica de Santa Isabel, em Córdoba (Argentina), pode mudar a situação. Mesmo que não de imediato.
Procurado pelo Jornal do Carro, Pablo Sibilla foi evasivo e disse que não pode fazer declarações sobre o mercado brasileiro. A Renault do Brasil, porém, confirmou que a Alaskan é um produto importante para um “segmento extremamente competitivo”, mas que a hora não chegou. Ou seja, o lançamento da picape no Brasil pode estar próximo, apenas aguardando um momento mais oportuno.
“Alaskan é um importante produto para expandir a atuação da Renault no Brasil, participando de um segmento extremamente competitivo. Estamos trabalhando para trazer o veículo, mas no momento a equação econômica ainda não é rentável”, declarou a fabricante.
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Inscreva-seO que a Renault Alaskan tem?
Como dito, a Alaskan compartilha o projeto com a Nissan Frontier e tem basicamente a mesma mecânica da picape “prima-irmã”. A Mercedes era a única que se diferenciava sob o capô.
Este repórter participou, em 2016, do lançamento colombiano da Renault Alaskan. Assim, pode afirmar que o acabamento da picape da marca francesa é ligeiramente mais pobre na comparação com a Frontier. E traz (ainda) mais plástico duro na cabine.
Em termos de equipamentos, no geral, temos estilo e uso típicos da geração passada do sedã Nissan Sentra, por exemplo. Ainda que itens como câmeras 360°, chave inteligente e partida por botão, bem como ar-condicionado de duas zonas se sobressaiam. O visual externo, porém, agrada mais do que o da Frontier.
Mecanicamente, Alaskan e Frontier são parelhas: motorização 2.3 litros turbo diesel, com opção de 160 cavalos e 41 kgfm para tração traseira. Ou biturbo de 190 cv e 45,88 kgfm com tração nas quatro rodas e câmbio automático. Rodas aro 18, capacidade de carga de 1,1 tonelada, 3,5 toneladas de reboque e controle eletrônico do deslizamento de diferencial são itens comuns no segmento. E presentes em ambas as picapes.