O Nissan Leaf completou dois anos à venda no mercado brasileiro, mas, até hoje, o hatch elétrico teve apenas 200 unidades emplacadas. Por ser o primeiro carro de produção em massa no mundo movido a eletricidade, e por ter sido um dos primeiros a chegar ao Brasil, o volume é, portanto, ainda modesto. Por isso, a marca japonesa vai iniciar a “fase 2” do seu plano de comercialização do Leaf. Até agora, apenas 7 concessionárias no País estavam aptas a vender o modelo, isso em cinco estados.
Dessa forma, a Nissan vai ampliar esse número para 44 pontos de vendas de carros elétricos em 15 Estados de todas as regiões do Brasil. A nova infraestrutura, que deve estar completa a partir de setembro – quando chega um novo lote de Leaf ao Brasil – tem como meta vender todo o estoque de 500 unidades do elétrico até o fechamento do ano fiscal. Ou seja, a marca prevê liquidar tudo até 31 de março do ano que vem.
A rede começa agora a ser preparada para proporcionar atendimento completo, com vendas e serviço de oficina, e atuar como ponto de vendas. Assim, em setembro, todas terão completado os treinamentos específicos para lidar com o carro elétrico.
“Produtos eletrificados”
Durante coletiva de imprensa para apresentação do projeto, o presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da Nissan do Brasil, Airton Cousseau, foi questionado se haverá outros modelos elétricos na gama da Nissan num futuro próximo. E, a princípio, foi enfático.
“Não haverá lançamento de outros elétricos, mas traremos novos produtos eletrificados”, disse Cousseau. O executivo, nesse sentido, refere-se ao híbrido Kicks e-Power, que deverá ter a tecnologia flexível no Brasil. Porém, a marca diz apenas que o modelo será importado.
Ariya e outros elétricos podem vir ao Brasil?
Não se sabe quando, mas é possível que o SUV Ariya venha ao Brasil. De acordo com Cousseau, a venda é provável porque carros elétricos não exigem grandes adaptações de mercado. “Basicamente, precisamos mexer na suspensão e em alguns pontos. Seria um carro interessante para cá (Brasil)”, complementa o executivo.
O primeiro SUV totalmente elétrico da Nissan estreou no ano passado. Chamam atenção suas belas linhas e a carroceria com pintura em dois tons. As rodas têm 19″ ou 20″. Por dentro, no entanto, os ocupantes ficam acomodados num espaço de 2,77 (entre-eixos) e têm vasta tecnologia. O Ariya tem apenas duas telas de 12,3″ cada no painel. Tem Apple CarPlay, Android Auto e integração com a assistente Alexa, da Amazon.
O modelo possui duas opções de motorização. Feito sobre a plataforma da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi CMF-EV, o SUV, em sua versão mais básica, gera 215 cv. O torque é de 30,5 mkgf, com tração dianteira. O pacote de baterias de 65 kWh garante autonomia de 320 km.
Todavia, até mesmo por causa de fatores como a baixa representatividade do segmento por aqui – e ainda a desvalorização do real -, a marca não pensa em ampliar o portfólio nacional de elétricos além disso. Tanto que a van e-NV200 está totalmente descartada pelo executivo.
Tecnologia do Leaf
O Leaf apareceu pela primeira vez no Brasil em 2010. De lá para cá, o elétrico já foi táxi, fez parte de portfólio de empresa de carsharing, compõe frota de companhias de aluguel de carros, entre outros programas que, afinal, ajudam a desmistificar o carro elétrico. Nesse sentido, trata-se do primeiro automóvel 100% elétrico vendido em larga escala no mundo.
Para se mover com zero emissão de poluentes, o Leaf conta com motor elétrico de potência equivalente a 149 cv. A princípio, entre a inércia e os 100 km/h são gastos 7,9 segundos. A velocidade máxima, por fim, é de 144 km/h. De acordo com a Nissan, as baterias de íon de lítio de 40 kWh garantem autonomia de 389 km.