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Novo Honda Accord troca turbo por híbrido e fica mais caro que o Volvo XC40
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Novo Honda Accord troca turbo por híbrido e fica mais caro que o Volvo XC40

Sedã da Honda adota tecnologia e:HEV e traz três motores, dois deles elétricos e um 2.0 a gasolina de 145 cv; Accord híbrido custa R$ 299 mil

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

29 de ago, 2021 · 8 minutos de leitura.

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Honda Accord híbrido
Honda Accord e:HEV é o primeiro carro híbrido da Honda no mercado brasileiro
Crédito:Honda/Divulgação

Nem V6, nem turbo. A nova motorização do Honda Accord no mercado brasileiro é híbrida. O sedã, conhecido por seu apelo em potência, abre mão dos altos números de desempenho em nome da eficiência. Para isso, lançou – ainda na décima geração, de 2018 – a tecnologia e:HEV. O sedã importado de Ohio, nos Estados Unidos, está na lojas por R$ 299.900.

Pela primeira vez, a Honda conta com motorização híbrida no mercado brasileiro. Nela, há três propulsores. São dois elétricos – um que traciona as rodas traseiras e outro que atua apenas como gerador de energia – e um a combustão, com 2,0 litros, aspirado. De acordo com a Honda, o modelo é o primeiro de três híbridos que desembarcarão no Brasil até 2023 – tem CR-V e Civic na lista. Ou seja, motivo de preocupação para a Toyota, que vai de “vento em popa” com as vendas de Corolla, RAV4 e Corolla Cross.

Honda Accord híbrido
Honda/Divulgação

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Em prol da mobilidade com zero emissões, a derivação e:Technology da Honda visa otimizar as tecnologias de eletrificação de seus veículos. Basicamente, o novo Accord tem na eletricidade sua principal fonte de tração. Dessa forma, ao contrário dos híbridos tradicionais (com conversor para distribuição de energia), o 2.0 do sedã japonês também se conecta às rodas por meio da transmissão e-CVT multidiscos. Basta, assim, acionar o modo Engine Drive (veja os outros dois abaixo).

Neste modo, a embreagem permite fazer a conexão direta do motor a combustão com as rodas, mas só em situações de velocidade de cruzeiro. Ou seja, na prática, o funcionamento sem os motores elétricos acontece somente quando o motor de 145 cv e 17,8 mkgf (a 3.500 giros) opera com alta eficiência energética – em velocidades acima de 110 km/h. A potência combinada (elétrico + combustão) não é divulgada pela Honda.

Accord e:HEV
Honda/Divulgação

Movido por motor elétrico

Já nos modos EV Drive (100% elétrico) e Hybrid Drive (com atuação do motor elétrico), é o motor elétrico de 184 cv e 32,1 mkgf de torque que movimenta o Accord. Assim, o 2.0 a gasolina opera, na maior parte do tempo, para alimentar o motor gerador, que é o responsável por enviar eletricidade ao motor principal.

Com tecnologias como freios regenerativos para alimentação do motor elétrico, o Accord híbrido, então, promete fazer média de 17,6 km/l na cidade, afirma a marca japonesa. São, no total, três modos de regeneração de energia: Normal, Eco e Sport.

Honda Accord e:HEV
Honda/Divulgação

Durante a coletiva de imprensa para apresentação do modelo, a Honda foi questionada sobre autonomia em modo puramente elétrico. Os executivos afirmaram que não é possível cravar um número, mas não passa de 1,5 km. A explicação é que baterias de íon de lítio – alocadas debaixo do assento traseiro – tem só 1,3 kW/h. No mais, não se trata de um híbrido plug-in, onde o usuário recarrega na tomada e pode rodar média de 50 km sem se preocupar com visitas aos postos de abastecimento.

De acordo com a engenharia da marca, tanto os motores elétricos quanto a embreagem de acoplamento do motor 2.0 ficam no espaço do câmbio (e-CVT). Há borboletas atrás do volante, mas elas só servem para ajustar a intensidade da aceleração e da frenagem. Isso porque o Accord e:HEV não tem relações de marchas.

Honda Accord e:HEV
Honda/Divulgação

Visual

Baseado na geração 10, que estreou lá fora em 2017, o novo Accord tem leves retoques na carroceria. Grade dianteira, para-choque e novos faróis de neblina (iluminados por LEDs) são destaques. Tem, dessa maneira, novas rodas de 17 polegadas com partes escurecidas e novo acabamento na base do para-choque. Nos logotipos, o fundo azulado faz alusão à versão amiga do meio ambiente. Por dentro, mesmo visual. Apenas inclusão de equipamentos, como carregador wireless mais potente, de 15 Watts, para smartphones. E na parte de trás, disponibiliza duas entradas USB.

Na central multimídia, há espelhamento via Android Auto e Apple CarPlay, sem fio. No painel de instrumentos, novas funções, como a operação dos sistemas de condução.



Por falar em condução, o Honda Sensing foi aprimorado e ganhou o Low Speed Braking Control. Em síntese, a tecnologia aciona automaticamente os freios em baixa velocidade caso note risco iminente de colisão. O assistente de permanência em faixa também está mais preciso, e o controle de cruzeiro adaptativo, dessa forma, tem desaceleração mais suave.


O Honda Accord e:HEV tem 3 anos de garantia, sem limite de quilometragem. E o conjunto elétrico, composto por baterias e motores, tem cobertura de 8 anos. O maior problema do sedã da marca japonesa é o preço: é mais caro que um SUV Volvo XC40 em versão híbrida plug-in, que custa R$ 269.950 e roda até 44 km apenas com eletricidade.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.