Você está lendo...
Great Wall registra no Brasil SUV Wey Macchiato, possível rival do Corolla Cross
Mercado

Great Wall registra no Brasil SUV Wey Macchiato, possível rival do Corolla Cross

Depois de comprar a fábrica da Mercedes-Benz no interior paulista, chinesa Great Wall Motors registra SUV híbrido da sua marca de luxo Wey

Jady Peroni, Especial para o Jornal do Carro

16 de set, 2021 · 6 minutos de leitura.

Publicidade

SUV Wey Macchiato
Possível SUV foi registrado no Brasil e pode faz parte do cardápio da Great Wall no Brasil
Crédito:Divulgação/GW

Após comprar da fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP), a Great Wall Motors continua a traçar planos para o mercado brasileiro e latino. A montadora chinesa vai iniciar sua operação nos próximos meses com modelos importados, e, somente daqui a um ano, deverá ligar as máquinas da unidade paulista. Por ora, sabe-se apenas que a GWM vai fazer picapes e SUVs. Pois nesta semana, a empresa registrou mais um modelo no País, da sua marca Wey, de carros mais luxuosos.

O SUV Macchiato teve uma imagem do seu desenho industrial publicada na revista INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). Com 4,52 metros de comprimento, por 1,85 m de largura, 1,66 m de altura e 2,71 m de entre-eixos, o utilitário tem exatamente o mesmo tamanho do Haval H6, um dos modelos cotados para o Brasil.

Ou seja, é um candidato a rival do Toyota Corolla Cross, um dos destaques nas vendas deste ano. Inclusive, o Wey Macchiato é vendido na China em versão híbrida. Assim, se a marca chinesa apostar na tecnologia e seguir os passos da Toyota, futuramente pode ter a sua versão híbrida flex para o mercado brasileiro. Afinal, a Great Wall agora tem uma fábrica local, que vai abastecer toda a região da América do Sul.

Publicidade


Como é o Wey Macchiato?

O utilitário em questão, com desenho registrado no INPI, possui três versões disponíveis e usa a plataforma modular DHT híbrida. Ou seja, o Macchiato nasce da base do H6, que, por sua vez, também é usada pelo Jolion, outro SUV cogitado para o mercado brasileiro. No entanto, o modelo da Wey tem estética diferente dos demais, que usam o logotipo da Haval.

Reprodução

Na trilha do Corolla Cross

No Brasil, o SUV da Great Wall pode se tornar um concorrente em potencial do Corolla Cross. Contudo, chega até a se sobressair ao grande sucesso da marca japonesa. Na mecânica, o Wey Macchiato traz um motor 1.5 aspirado de ciclo Atkinson que rende 102 cv e outro elétrico (DHT100), que gera 136 cv. Combinados, oferecem um total de 192 cv e 25,5 mkgf de torque, contra 177 cv e 21,4 mkgf entregues no SUV híbrido da Toyota.  


Divulgação/GW

O sistema híbrido do SUV da marca chinesa possui, ainda, uma transmissão automática e usa uma bateria de lítio com 1,6 kWh. Dessa forma, é capaz de rodar até 35 km/h usando somente eletricidade. Já em sua versão híbrida plug-in (PHEV), o Wey Macchiato traz o motor elétrico de 204 cv que é usado pelo ORA Big Cat. Com ele, segundo dados da montadora, o consumo médio com gasolina é de 21,2 km/l, e a autonomia chega a 1.100 km.



Great Wall no Brasil

Nos últimos dois anos, a Great Wall Motors comprou fábricas da General Motors na Tailândia e na Rússia. E está perto de fazer o mesmo na Índia, assim como fez no Brasil, adquirindo a unidade inaugurada pela Mercedes-Benz em 2016. Nesse sentido, a operação brasileira tende a nascer como uma das maiores da empresa no mundo.


Recentemente, o Jornal do Carro divulgou as expectativas em relação ao cardápio da marca chinesa no Brasil. Em seu portfólio, a Great Wall tem utilitários de todos os tipos e tamanhos. Só a marca Haval, especializada em SUVs, possui 16 modelos disponíveis em seu site oficial. Já a GWM tem cinco picapes, algumas 4×4 e, portanto, voltadas ao off-road.

Great Wall picape
Great Wall/Divulgação

Por ora, a Great Wall ainda não detalhou os futuros modelos nacionais. Mas é certo que, antes de produzir no País, a marca vai trazer alguns importados da China. A fabricante não revelou o valor da negociação com a alemã Daimler, dona da Mercedes-Benz. Mas já anunciou a meta de produzir 100.000 veículos por ano no interior paulista.


O Jornal do Carro está no Youtube

Inscreva-se
Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”