Você está lendo...
Adeus, Fox: funcionários da Volkswagen se despedem do hatch compacto
Mercado

Adeus, Fox: funcionários da Volkswagen se despedem do hatch compacto

Registros nas redes sociais mostram suposta última unidade do Volkswagen Fox feita na fábrica de São José dos Pinhais (PR), após 18 anos

Redação

04 de out, 2021 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

Volkswagen Fox
Em produção há 18 anos no Brasil, o Volkswagen Fox foi aposentado em outubro com um total estimado de quase 2 milhões de unidades feitas no País
Crédito:Volkswagen/Divulgação

Na última semana, a Volkswagen deixou de produzir o Fox no Brasil após 18 anos. Segundo registros feitos nas redes sociais, o hatch popular teve sua última unidade fabricada no dia 29 de setembro. Foi quando o exemplar da versão Extreme, com pintura vermelha, passou pela última vez na linha da fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná.

A cena não passou em branco. Embora a marca alemã não tenha feito um anúncio oficial do fim do Fox, alguns funcionários aparentemente quebraram o protocolo e publicaram imagens da última unidade. Na foto abaixo, uma pequena aglomeração de funcionários, mas todos de máscaras. Afinal, foram quase duas décadas montando o modelo.

Certamente a Volkswagen ainda fará um registro de despedida do Fox. Em 2018, o compacto bateu a marca de 2 milhões de unidades produzidas. Do Brasil, foi exportado para vários países, até mesmo para a Europa. No México, chamava-se Lupo. Além do hatch, o Fox teve por anos a perua SpaceFox, bem como o aventureiro CrossFox.

Publicidade


Fox
Volkswagen/Divulgação

Era para substituir o Gol

Lançado em 2003, o Fox foi projetado no Brasil para ser o substituto do Gol. O time brasileiro criou o hatch sobre a plataforma PQ24, do Polo de 4ª geração. A ideia original era batizar o modelo de Tupi. Contudo, reza a lenda que a Volkswagen desistiu do nome por causa da sua pronúncia em inglês, que soaria como “to pee”, que significa “urinar”.

A marca, então, escolheu Fox, que significa “raposa” em inglês. Um nome que combinava com a proposta do carro, de ser compacto e ágil, tal como são as raposas. Seja como for, o Fox caiu nas graças dos brasileiros e vendeu bem. Um dos méritos se deve ao fato de que, bem antes dos SUVs, o hatch inovou com estrutura mais vertical.


Um das marcas registradas do Volkswagen Fox, e que foi decisiva para o seu sucesso, foi justamente o teto alto. Diferente do Gol e do Polo, o hatch compacto tinha silhueta de monovolume, com o capô em inclinação que quase acompanhava o ângulo do para-brisas. Assim, oferecia uma cabine mais generosa em espaço, o que atraiu muitos clientes.



Sem fôlego contra os novos rivais

Embora seja um triste fim para um carro nacional com tanta história, o tempo pesou para o Fox. Com aproximadamente 16 mil emplacamentos em 2021, o compacto da Volkswagen não têm mais fôlego para disputar com Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Fiat Argo, três dos hatches mais vendidos do País neste ano – e que são concorrentes diretos.

E não é só na Volkswagen. A Fiat, por exemplo, prepara a aposentadoria do sedã Grand Siena, da multivan Doblò e do Uno. No caso do hatch de entrada, o fim da produção será ainda mais emblemático: ele é feito no Brasil desde 1984, ou seja, há 37 anos. Quase tão velho quanto a VW Kombi, o Uno já vendeu mais de 4 milhões de unidades. É um ícone.


O Jornal do Carro está no Youtube

Inscreva-se
Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”