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Toyota Mirai roda 1.360 km sem reabastecer e bate recorde mundial
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Toyota Mirai roda 1.360 km sem reabastecer e bate recorde mundial

Um dos poucos carros a célula de hidrogênio no mundo, Toyota Mirai emite vapor d'água pelo escape e custa a partir de R$ 273 mil nos EUA

Jady Peroni, Especial para o Jornal do Carro

13 de out, 2021 · 6 minutos de leitura.

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Recorde Toyota Mirai
Toyota Mirai percorreu 1360km com apenas um tanque movido a células de hidrogênio e sem emitir CO2
Crédito:Divulgação/Toyota

A corrida pelos carros elétricos está superaquecida na indústria automobilística, mas as montadoras continuam pesquisando outras alternativas para diminuir os níveis de emissão de gases na atmosfera. Um deles é o motor alimentado com células de hidrogênio. Foi com essa tecnologia que o Toyota Mirai acaba de quebrar o recorde mundial de distância percorrida com um tanque de combustível.

Entre os dias 23 e 24 deste mês, a Toyota entrou para o Guinness World Records, o Livro de Recordes, com a maior distância percorrida por um carro sem reabastecer. De acordo com a montadora japonesa, após encher o tanque em cerca de 5 minutos, o sedã percorreu 1.359,9 quilômetros usando o hidrogênio armazenado no reservatório.

”A tentativa de recorde foi monitorada de perto pelos auditores do Guinness, e cumpriu as regras rígidas e procedimentos de documentação. Em sua jornada com foco na eficiência, cumprida de 23 e 24 de agosto de 2021, o Mirai registrou impressionantes 64 km/l, com água como única emissão”, afirmou em nota o juiz da entidade, Michael Empric.

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Toyota Mirai
Divulgação/Toyota

Toyota bateu o próprio recorde

O recorde de 845,3 milhas, ou 1.360 km, aconteceu em uma viagem de ida e volta ao Sul da Califórnia, que durou um total de dois dias. Dessa forma, o Mirai superou seu próprio recorde conquistado em maio deste ano, com 1.003 km percorridos. Inclusive, na época, ele tomou o lugar do Hyundai Nexo, também a hidrogênio, que fez 778 km com um tanque em 2019.

Para isso, o sedã foi guiado por dois pilotos profissionais, Wayne Gerdes como piloto e Bob Winger como copiloto. Ambos foram treinados para otimizar o desempenho do Mirai. Ou seja, a chamada ”hipermilhagem”, que envolve algumas práticas ao volante para economizar combustível no percurso. E como visto, deu tudo certo.


Pilotos Toyota Mirai
Divulgação/Toyota

Emissão zero

A viagem teve início no Toyota Technical Center (TTC), em Gardena, na Califórnia. No primeiro dia (23), a dupla viajou para o sul, chegando em San Ysidro. Depois, seguiram para Santa Bárbara, ao norte e, então, cruzaram as praias de Santa Mônica e Malibu. No final do dia, ao retornarem para a sede, registraram 761,22 km com duas trocas de motorista.

Logo depois, no segundo dia (24), o circuito foi feito na rodovia de San Diego, entre Los Angeles e Orange Country, até o combustível chegar ao fim. Ao voltar para o centro da Toyota, o modelo registrou 372 km, totalizando a marca de 1.360 km com um tanque.




De acordo com a Toyota, o Mirai chegou a passar por 12 estações de hidrogênio, mas não foi preciso parar para reabastecer. Sendo assim, durante o percurso, o sedã registrou um consumo de 5,65 kg de hidrogênio e emitiu 0 CO2, visto que sua única emissão foi água no estado de vapor. Nos EUA, o modelo parte de US$ 49.500, cerca de R$ 273 mil.

”Estamos orgulhosos de sermos líderes nesta tecnologia empolgante, que é apenas uma de uma linha crescente de veículos com emissão zero em nosso portfólio”, declarou em nota Bob Carter, o vice-presidente executivo da Toyota Motor North America.

Recorde Toyota Mirai
Divulgação/Toyota

Sistema foi criado há 180 anos

A tecnologia da célula de combustível foi criada na Inglaterra, em 1839, pelo físico Sir William Grove. No entanto, não decolou na época, uma vez que não havia preocupação com a poluição do planeta. A grosso modo, o sistema funciona como um catalizador, e transforma o hidrogênio em eletricidade. Esta, então, alimenta o motor elétrico.

Dessa forma, na prática, os carros a célula de combustível funcionam como os modelos 100% elétricos. Inclusive em relação à entrega instantânea do torque máximo, o que garante agilidade nas acelerações. Além disso, o processo químico produz apenas vapor d’água. E o abastecimento é similar ao que vemos hoje nos postos de combustíveis. Ou seja, não leva horas, como no caso dos veículos elétricos alimentados por baterias.

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Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.