O segmento de SUVs médios foi o mais concorrido em 2021, com as estreias do renovado Jeep Compass e dos inéditos Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos. Pois estes são os três rivais que a Caoa Chery desafia a partir deste mês com o Tiggo 7 Pro, ao preço de R$ 179.990. Após três anos de Brasil, o SUV da marca chinesa acaba de ganhar nova geração.
O Tiggo 7 mudou completamente por fora e por dentro, e recebeu ajustes da engenharia brasileira, sobretudo na suspensão, que foi redesenhada e tem sistema independente nos dois eixos, com braços múltiplos atrás. A mecânica é a mesma do Tiggo 8 e vem fazer frente aos rivais. No lugar do motor 1.5 turbo de 150 cv e 21,4 mkgf, entra o 1.6 turbo GDI a gasolina, que gera 187 cv de potência e um torque de 28 mkgf logo a 2.000 rpm.
Além do motor, o Tiggo 7 Pro ganha também o câmbio de dupla embreagem e sete marchas – eram seis no Tiggo 7 TXS, que sai de linha. Com esse conjunto, a Caoa Chery anuncia aceleração de zero a 100 km/h em 8,1 segundos. Ou seja, é mais rápido que Compass, Corolla Cross (2.0 flex) e Taos, que levam 9,4 s, 9,8 s e 9,3 s, respectivamente.
Já o consumo médio, segundo dados do Inmetro, é de 9,9 km/l na cidade e de 11,7 km/l na estrada. Assim, o Tiggo 7 Pro fica atrás dos três adversários, que fazem médias melhores com gasolina no tanque. No caso do Compass, são 10,5 km/l e 12,1 km/l, respectivamente. Com motor 2.0 flex, o Toyota faz 11,5 km/l e 12,8 km/l, na mesma ordem. Por fim, o VW Taos roda 10,2 km/l em ciclo urbano, e 12,2 km/l no rodoviário.
Linhas elegantes
Um dos acertos do Tiggo 7 Pro é o estilo. Embora seja algo subjetivo, o visual é moderno e elegante, e não passa despercebido. A dianteira tem a nova grade em teia que estreou no Tiggo 3X e faz o logotipo da Caoa Chery flutuar. Os faróis estreitos e levemente inclinados se conectam à grade, e o para-choques traz luzes diurnas e de neblina, com iluminação Full LEDs.
Com essa nova grade e os faróis posicionados mais acima do que antes, o Tiggo 7 Pro parece ter a frente mais alta. Essa sensação é realçada pelas caixas de rodas com vincos bem marcados que fazem o SUV parecer maior que antes, mesmo tendo dimensões quase inalteradas. Já a traseira traz as lanternas conectadas por uma barra e lembra o SUV maior Tiggo 8.
Por dentro, a Caoa Chery claramente buscou refinar o seu SUV médio, que chega em versão única e completíssima. Os materiais de acabamento estão mais ricos e de bom gosto, sem exageros. O painel, por exemplo, tem a parte central coberta com couro com costura pespontada, enquanto a parte superior é toda emborrachada e macia ao toque.
O desenho, nesse caso, é quase igual ao Tiggo 8, com duas telas no alto, e um console central largo entre os bancos. O volante é o mesmo, com base reta e vários botões, e, atrás dele, há uma grande tela colorida e personalizável para o quadro de instrumentos. Já a multimídia em formato retangular tem 12,3 polegadas e os sistemas Android Auto e Apple CarPlay.
Muito conteúdo
Pelo preço promocional de lançamento (R$ 179.990), o Tiggo 7 Pro vem repleto de tecnologias para tentar fisgar clientes dos rivais. A lista começa com seis airbags, bancos dianteiros elétricos com apoio lombar para o motorista, chave presencial que permite ligar o motor e o ar-condicionado à distância, tampa elétrica do porta-malas e teto solar panorâmico.
O SUV também vem com monitor de ponto-cego que alerta até quem vai no banco traseiro, com um LED próximo das maçanetas das portas. Além disso, tem alerta de tráfego lateral e de tráfego traseiro, bem como câmera de 360º que mostra todo o entorno na multimídia. Por fim, traz carregador de celular sem fio e tem iluminação ambiente com várias cores.
O Tiggo 7 Pro só fica devendo os recursos avançados de segurança ativa do pacote ADAS, da Bosch. Não tem frenagem automática de emergência, nem controle de cruzeiro adaptativo ou assistente de permanência em faixa, por exemplo. Mas a Caoa Chery garante que está na reta final de calibração desses sistemas, que irão estrear nos carros da marca em 2022.
Primeiras impressões
Nosso primeiro contato com o Tiggo 7 Pro foi, de certa forma, suficiente para mostrar alguns de seus trunfos. Certamente o maior deles é o motor 1.6 turbo GDI de 4-cilindros com injeção direta de gasolina. São 187 cv e um torque de 28 mkgf disponível a baixos giros. Assim, o SUV acelera com desenvoltura, entregando uma direção prazerosa.
O câmbio de dupla embreagem e sete marchas também mostrou qualidade, com trocas dinâmicas e baixo ruído do motor em velocidade de cruzeiro. Com este conjunto, o Tiggo 7 Pro chega com números de desempenho para fazer frente aos adversários. Ao volante, parece ter fôlego de sogra, mesmo no modo Eco. No zero a 100 km/h, é o mais rápido, como mostramos.
Um detalhe esquisito que chamou a atenção foi o grande retrovisor interno. Como o vidro do vigia é estreito, a imagem parece distorcida. Os comandos sensíveis ao toque do ar-condicionado de duas zonas também são um pouco estranhos no começo. Já a alavanca tipo Joystick do câmbio dá um toque de classe, junto com o freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold.
Em movimento, o SUV médio da Caoa Chery revelou um ajuste agradável de suspensão. O time brasileiro de engenharia fez várias modificações e praticamente redesenhou os conjuntos de molas e amortecedores. Na estrada, pareceu equilibrar bem a maciez com o equilíbrio dinâmico, mostrando-se seguro em curvas, a despeito de ser alto.
Vale a compra?
Pelo valor de lançamento de R$ 179.990, o novo Tiggo 7 Pro chega com muito conteúdo. Embora seja apenas a gasolina e não flex, o motor 1.6 turbo mostrou desempenho forte, sobretudo no modo Sport. O desenho é moderno e se impõe, com rodas de liga leve de 18 polegadas. E a cabine é ampla, com 2,67 metros de entre-eixos e um porta-malas de 475 litros.
Se considerar o preço e o conjunto, o Tiggo 7 Pro está no páreo dos rivais. Deve poucos recursos, como o pacote ADAS e internet a bordo com serviços conectados, algo que o líder Jeep Compass já oferece. Entretanto, o Caoa Chery chega como o SUV mais rápido dessa turma. Bem como com acabamento mais caprichado que o de alguns concorrentes.