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Preço dos carros 0-km subiu até 35% em 2021; veja variação dos mais vendidos
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Preço dos carros 0-km subiu até 35% em 2021; veja variação dos mais vendidos

Reajuste no preço dos carros novos se justifica em alguns casos pela troca de geração ou mais conteúdo, e em outros pelo aumento da demanda

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

03 de fev, 2022 · 4 minutos de leitura.

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Hyundai Creta foi o modelo que mais encareceu entre os dez carros mais vendidos do mercado em 2021, com 35% de alta
Crédito:Hyundai/Divulgação

O reajuste no preço dos carros 0-km foi uma constante em 2021. Tanto que, muitas vezes, podemos perder a noção da dimensão dos aumentos em um período mais longo de tempo. No entanto, um estudo da Kelley Blue Book (KBB), multinacional do setor de avaliação de veículos, aponta o que aconteceu com os preços dos modelos mais vendidos por aqui no ano passado. Na média, os reajustes foram de 25,4% chegando a um pico de 35%.

Cabe lembrar que, recentemente, o Jornal do Carro noticiou que os preços dos carros novos dispararam no Brasil. Na ocasião, apontamos que, em 12 meses, modelos “populares”, como Chevrolet Onix e Volkswagen Gol, por exemplo, sofreram reajuste de 17%, aproximadamente.

O recente estudo – que comparou o preço médio dos carros mais vendidos do mercado em janeiro de 2021 e dezembro de 2021, com base na lista da Fenabrave – apontou que o Hyundai Creta foi o modelo da lista que mais encareceu. Em valores, passou de R$ 90.497 (janeiro) para R$ 122.151 (dezembro). Com base nesses preços, portanto, chegou-se à variação de 35%.

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Vagner Aquino/Jornal do Carro

Contudo, importante ressaltar que, ao contrário de outros modelos, o Creta não aumentou de preço apenas por questão inflacionária. No período (setembro), o SUV ganhou nova geração. Com ela, passou a disponibilizar novo motor, visual 100% repaginado e sistemas mais modernos, o que contribuiu para a elevação.

Aumento, mas sem novidade

Se tem carro que justifica o aumento, com inclusão de itens, novos motores (caso do Jeep Compass, por exemplo) e até mudança de geração, do outro lado da moeda, alguns modelos não ofereceram absolutamente nada de novo e, ainda assim, sofreram expressivos reajustes.


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Fiat/Divulgação

É o caso do Fiat Mobi, por exemplo, que chegou até a liderar o mercado brasileiro de carros de passeio (em abril de 2021), mas, no mês seguinte, perdeu o posto para o irmão Argo. Isso, vale recordar, aconteceu por causa da paralisação que afetou fortemente a fábrica da General Motors em Gravataí (RS), minando as vendas do então líder Chevrolet Onix. Mobi e Argo, por fim, ficaram 30% mais caros entre janeiro e dezembro.

Abaixo, você confere a lista completa dos dez modelos mais vendidos do mercado em 2021 e suas respectivas variações de preços:


1º) Fiat Strada – de R$ 76.986 para R$ 103.114: 33,9%
2º) Hyundai HB20 – de R$ 67.032 para R$ 83.923: 25,2%
3º) Fiat Argo – de R$ 64.390 para R$ 83.721,00: 30%
4º) Jeep Renegade – de R$ 117.006 para R$ 141.750: 21,1%
5º) Fiat Toro – de R$ 142.150 para R$ 167.400: 17,8%
6º) Chevrolet Onix – de R$ 68.872 para R$ 83.716: 21,6%
7º) Jeep Compass – de R$ 175.985 para R$ 202.038: 14,8%
8º) Volkswagen Gol – de R$ 59.716 para R$ 74.263: 24,4%
9º) Fiat Mobi – de R$ 43.633 para R$ 56.883: 30,4%
10º) Hyundai Creta – de R$ 90.497 para R$ 122.151: 35%

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”