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Fumar no carro vai render multa de até R$ 16 mil na Alemanha
Legislação

Fumar no carro vai render multa de até R$ 16 mil na Alemanha

Fumar dentro do carro com gestante ou criança poderá punir motorista com multa de € 3.000; projeto precisa de aprovação do parlamento alemão

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

24 de mar, 2022 · 4 minutos de leitura.

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multa
Fumar ao volante também rende multa
Crédito:Helvio Romero/Estadão

O cerco aos fumantes está próximo de ganhar um novo capítulo na Alemanha. Os governantes do país estão discutindo a aplicação de multa salgada para quem fumar dentro do carro, principalmente com passageiros gestantes e crianças a bordo. De acordo com o site 24auto, o estado alemão da Renânia do Norte-Vestfália (perto de Hamburgo) quer mudar a Lei Federal de Proteção Contra o Fumo.

Isso, em síntese, impediria os motoristas de fumar em seus veículos. A regra, entretanto, vale apenas para os fumantes que transportarem gestantes ou menores de idade dentro do carro. Nesse sentido, a proibição não se aplica a quem dirige sozinho.

cadeirinha
Volvo/Divulgação

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Valores

Pelo projeto, quando o motorista fumante for pego, os valores das multas variam. O infrator, dessa forma, pode ter de desembolsar entre 500 euros e 3.000 euros – na conversão direta, vai de aproximadamente R$ 2.600 a quase R$ 16.000!



Para implantar a lei, o conselho alega que os passageiros em questão tornam-se fumantes passivos e são impedidos de escapar voluntariamente da fumaça. Salvo em veículos conversíveis (que não estão de fora da proibição), abrir janelas ou teto solar é insuficiente.

Para virar lei, o PL precisa passar pelo Parlamento Federal Alemão para aceitação ou negativa da proposta. A proteção dos fumantes passivos já entrou em discussão na Alemanha em 2019. Em alguns países da Europa, como a Grã-Bretanha, por exemplo, motoristas ficaram impedidos de fumar nos carros a partir de 2015 sob as mesmas condições.


Trânsito de Paris carro autônomo
Hairton Ponciano

De acordo com o Centro Alemão para a Investigação de Doenças Cancerígenas, todos os anos morrem 166 mil crianças vítimas do fumo passivo globalmente. Estudos apontam que a concentração de fumo dentro de um veículo é até cinco vezes superior à de um bar. Dados da instituição, por fim, apontam que – só na Alemanha – há 1 milhão de menores expostos a isso nos veículos.

E no Brasil?

Aproveitando o tema, cabe lembrar que, no Brasil, quem for pego fumando ao volante leva multa. E nem precisa ter passageiras grávidas ou crianças no carro. Aqui, a lei defende que, quem fuma ao volante, está, então, dirigindo com apenas uma das mãos.


De acordo com o Artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), trata-se de infração média tirar as mãos do volante enquanto dirige. Salvo sinalização de manobras ou mexer no sistema de entretenimento do carro. Quem desrespeitar, leva multa de R$ 130,16 e perde quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”