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Cadastro do ‘bom motorista’ pode render desconto no IPVA; entenda
Legislação

Cadastro do ‘bom motorista’ pode render desconto no IPVA; entenda

Programa entrará em vigor nos próximos seis meses e requer algumas exigências; cadastro pode ser feito no app da Carteira Digital de Trânsito

Jady Peroni, especial para o Jornal do Carro

12 de mai, 2022 · 4 minutos de leitura.

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IPVA radares
Rodovias estaduais terão mais de 600 novos radares
Crédito:Nilton Fukuda/Estadão

Nesta semana o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou uma nova deliberação no Diário Oficial da União. Trata-se da medida que prevê o cadastro de motoristas para receber benefícios, caso não cometam infrações de qualquer grau num período de 12 meses. A publicação, de número 257, se refere ao Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), previsto no Código de Trânsito Brasileiro desde sua atualização em abril do ano passado.

O programa, portanto, permite que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ofereçam uma recompensa de qualquer natureza aos ”bons condutores”, seja ela fiscal ou tarifária. Até o momento, não há detalhes sobre quais serão esses possíveis benefícios. Mas, a definição deve acontecer nos próximos meses, segundo o próprio Contran. Entre as possibilidades estão, por exemplo, descontos em pedágios, IPVA, seguro ou, até mesmo, na locação de veículos.

Embora não tenhamos uma confirmação das vantagens que podem ser adquiridas, é certo que elas irão mudar de órgão para órgão. De acordo com o secretário Nacional de Trânsito, Federico de Moura Carneiro, as entidades de trânsito estaduais tem competência sobre as taxas. Dessa forma, ”fica a cargo de cada um definir qual será o benefício concedido ao motorista que esteja no cadastro positivo”, explicou.

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IPVA
Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Como funciona?

Os condutores interessados em participar do programa deverão fazer o cadastro por meio do aplicativo da Carteira Digital de Trânsito (CDT) ou no Portal de Serviços da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito). No entanto, é importante frisar que, através do app ou por outros meios autorizados pelo Denatran, o condutor terá que fornecer uma autorização prévia para a liberação dos dados de cadastro ao público. Ou seja, nome completo e CPF. Portanto, é importante ler as normas com atenção.

A previsão é de que a deliberação entre em vigor nos próximos 180 dias. Nesse meio tempo, serão feitos todos os cadastros positivos e as devidas consultas para aprovação. Lembrando que a atualização da listagem, com os dados de quem ainda está incluso no RNPC, é feita no oitavo dia útil de cada mês.




No mais, há algumas situações que podem resultar na exclusão do condutor do cadastro. São elas: quando houver atribuição de pontuação por infração; caso o direito de dirigir do condutor for suspenso; se a CNH estiver cassada ou vencida há mais de 30 dias; se o responsável estiver cumprindo pena privativa de liberdade; ou se o mesmo solicitar a exclusão.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”