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Primeiro eletroposto de carga rápida de São Paulo cobra de carros elétricos
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Primeiro eletroposto de carga rápida de São Paulo cobra de carros elétricos

Com tarifa de R$ 1,95 por kWh e potência de 50 kW, eletroposto de carga rápida leva cerca de 35 minutos para recarregar carros elétricos

Redação, João Scheller, Especial para o Jornal do Carro

28 de jun, 2022 · 7 minutos de leitura.

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Primeiro eletroposto de carga rápida para carros elétricos já opera em São Paulo, mas cobra tarifa para utilização
Crédito:Shell/Divulgação

A Shell inaugurou recentemente o primeiro eletroposto de carga rápida para carros elétricos em São Paulo. Com potência de 50 kW, a estação fica em uma unidade localizada na zona Norte, às margens da Marginal do Tietê, uma das vias mais movimentadas da capital. Mas, diferente das demais estações de recarga disponíveis em locais públicos e estabelecimentos, como estacionamentos, hotéis, mercados e shoppings, este eletroposto cobra pela recarga.

Já disponível para uso pelos clientes, o carregador de alta potência cobrará uma tarifa de R$ 1,90 por kWh a partir de 15 de julho. Ou seja, permite fazer a recarga completa de um veículo elétrico com bateria de 40 kWh por cerca de R$ 78. Segundo a Raízen, empresa licenciada da Shell no Brasil, o custo é 50% menor na comparação com os combustíveis tradicionais, como diesel, gasolina e etanol, por exemplo. No mesmo posto da Rede Papa, o litro do etanol tem preço de R$ 4,39, enquanto o litro da gasolina custa R$ 6,69 (junho/2022).

Como funciona

O eletroposto inaugurado em São Paulo é o primeiro no Brasil a levar o nome Shell Recharge. Assim são chamados os pontos de recarga de carros elétricos da petrolífera britânica ao redor do mundo. A meta é inaugurar mais 34 estações do tipo na região Sudeste até março de 2023, com potências de 50 kW até 150 kW (carga ultrarrápida). Nelas, o carregamento poderá ser feito em até 35 minutos. E a cobrança é feita pelo aplicativo da Tupinambá.

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A startup surgiu como um app que ajuda os donos de veículos elétricos a encontrarem estações de recarga mais próximas. Entretanto, a Tupinambá já opera uma rede própria com 150 pontos de carregamento, onde a metade já cobra pela recarga. Em 19 de junho de 2018, a resolução nº 819 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) liberou a cobrança da recarga de carros elétricos por empresas e estabelecimentos privados.

Volvo carros elétricos
Volvo/Divulgação

Dessa forma, com o início das operações da Shell Recharge, a empresa passa a realizar a cobrança do carregamento rápido por meio do app no smartphone. Basta cadastrar um cartão de crédito válido para liberar a carga no equipamento. “Vai ser a primeira rede com pontos de 150kW. Hoje você tem um ou outro ponto com essa potência, mas não uma rede completa de eletropostos”, explica Davi Bertoncello, CEO da Tupinambá Energia.




Rede de recarga no Brasil

Um estudo da consultoria McKinsey de 2020 apontou o acesso a carregadores para carros elétricos como o principal ponto de preocupação dos brasileiros. Ele supera questões como, por exemplo, a autonomia e o ciclo de vida das baterias, os preços e os custos de manutenção. Este mesmo relatório traz alguns números interessantes. O Brasil tem cerca de 500 estações de recarga, enquanto os Estados Unidos têm 98,3 mil eletropostos, e a China, mais de 807 mil pontos.

Em linhas gerais, existem dois tipos de eletropostos para recarga de carros elétricos atualmente. Os mais comuns, em corrente alternada, têm potências que variam de 3,7 kW até 22 kW. Estes ficam em locais públicos e são complementares aos carregadores residenciais. Já os pontos de recarga rápida, com potências entre 50 kW e 350 kW, oferecem abastecimento veloz. Por isso, ficam em estradas e vias de grande movimento de veículos.

Quanto custa a energia elétrica?

A cobrança pela recarga de carros elétricos é algo novo no Brasil, já que a maioria dos pontos disponíveis ainda permite o carregamento sem custos. Como não há legislação estabelecida para a cobrança, os valores variam. Por exemplo, o custo em carregadores de parede residenciais (Wallbox), com potências de 7,4 kW, é bem menor que o do eletroposto da Shell. Uma carga neste equipamento é tarifada pelas companhias de energia elétrica, como a Enel X.


Nesse caso, o custo do kWh dependerá da bandeira vigente, que tem valores diferentes em cada estado. Tal como o Jornal do Carro publicou em abril, o valor médio do kWh é de R$ 0,66. Ou seja, encher o pacote de baterias de 26,8 kWh do Renault Kwid E-Tech têm um custo interior a R$ 18 por carga. O hatch elétrico tem autonomia para até 298 km. Dessa forma, tem um gasto mensal com combustível quase dez vezes menor que o de um VW T-Cross turbo flex.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.