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Aceleramos o novo Porsche 718 Cayman GT4 RS de R$ 1.157.000
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Aceleramos o novo Porsche 718 Cayman GT4 RS de R$ 1.157.000

Com várias peças de fibra de carbono e cabine de carro de corrida, Porsche 718 Cayman GT4 RS tem aerodinâmica reforçada e motor de 500 cv

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

09 de out, 2022 · 10 minutos de leitura.

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Porsche
Lançamento fez parte do evento Porsche World Road Show
Crédito:Porsche/Divulgação

O 718 Cayman GT4 RS consegue ser ainda mais instigante que os outros exemplares da Porsche. Em um campo dominado pela esportividade, e sob pesada concorrência, a marca alemã consegue destaque seja pelas opções que disponibiliza à clientela ou mesmo no coração dos entusiastas. E, agora, a fabricante veio com mais essa carta na manga. O preço é salgado: R$ 1.157.000. Mas há quem pague. E as primeiras entregas já começam neste trimestre.

Porsche
Porsche/Divulgação

O grande chamariz para justificar esse valor milionário vem das mudanças evolutivas na comparação com o 718 Cayman GT4 (veja vídeo). Este tem tabela de R$ 798.000.

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Pois bem, para ver isso de perto, o Jornal do Carro foi pilotar o bólido no autódromo Velocittà, em Mogi Guaçu (SP). Lá, uma fileira de esportivos da Porsche esperava por nós. Entre eles, o sedã elétrico Taycan, o híbrido Panamera Turbo S E-Hybrid e até os bólidos cobiçados, como o 911 GT3 RS, por exemplo. O test drive faz parte do Porsche World Road Show, evento anual que roda o mundo e mira potenciais clientes. E a estrela desta edição é o 718 Cayman GT4 RS.

Porsche
Vagner Aquino/Jornal do Carro

O encontro

A nova versão do cupê exala esportividade por todos os ângulos. O exemplar que aceleramos tinha pintura na cor Cinza Ártico (são 115 tons disponíveis na paleta) e um pacote estético de encher os olhos, com materiais leves para reduzir o peso, que totaliza 1.415 kg.


De acordo com a Porsche, esse peso foi obtido com alguns truques, como o uso de plástico reforçado com fibra de carbono no capô e nos para-lamas dianteiros, janela traseira com vidro mais leve, material de isolamento reduzido e rodas de liga de alumínio de 20″, por exemplo.

Porsche
Porsche/Divulgação

A pressa de entrar no carro é grande. Mas, antes, vale conferir a traseira do 718 Cayman GT4 RS. Ali, destaque para a enorme asa traseira, também de fibra de carbono. O componente tem fixação do tipo pescoço de cisne. Dessa forma, melhora o fluxo de ar e aumenta a pressão aerodinâmica em alta velocidade.


O que também não passa despercebido é a dupla saída de escape, que pode ser de titânio com um pacote opcional, mas sem custo. Com essa peça, o esportivo produz um ronco alto e grave quando se afunda o pedal acelerador. Soa como música – e bem de perto, já que as duas entradas de ar nos vidros laterais deixam o barulho entrar na cabine.

Motor boxer de 500 cv

O 718 Cayman GT4 RS é o mais poderoso da gama. Ele traz o motor boxer 4.0 de 6 cilindros opostos e naturalmente aspirado – trata-se do mesmo motor 911 GT3 Cup de corrida. Em comparação com o 718 Cayman GT4, tem 80 cv a mais de potência. Assim, alcança os 500 cv máximos e entrega uma relação peso/potência baixinha de 2,83 kg/cv.

Motor ligado (com partida à direita, como em todo Porsche), colocamos o câmbio de dupla embreagem PDK e 7 marchas em “Drive” e começa a diversão. O piloto do carro madrinha recomenda deixar o câmbio na posição “D”, mas com o modo Sport ativo.


Porsche
Porsche/Divulgação

A primeira volta, como de praxe, é para o reconhecimento da pista. Nessa hora, não tem como deixar de focar no torque de 45,9 mkgf a 6.750 rpm. O cupê tem suspensão dianteira do tipo McPherson, que pode ser ajustada de acordo com a preferência do motorista. Ela é 30 milímetros mais baixa que no 718 Cayman GT4 “regular”.

Aceleração e velocidade máxima

A força extraída do motor resulta em aceleração de 0 a 100 km/h em 3,4 segundos e velocidade final de 315 km/h. Ao fim da reta, na primeira volta, o velocímetro beliscava os 200 km/h. Na segunda volta, foi daí para mais. Nas curvas, as trocas sequenciais com as borboletas no volante acentuam a experiência em pista no esportivo.


Moderno, mas retrô

O carro tem vários outros recursos, como o aplicativo Porsche Track Precision, por exemplo. Nele, dá para exibir os dados gravados do veículo no smartphone, bem como cronometrar voltas e até transformar o carro no seu copiloto por meio do Porsche Connect. Contudo, se por um lado é tão moderno, por outro, preserva a tradição, com puxadores em forma de alça e, como não notar, o clássico relógio analógico no topo do painel.

Porsche
Porsche/Divulgação

Na pista, por alguns momentos, o 718 Cayman GT4 RS faz valer a proposta e o motorista se sente como em um carro de corrida. O condutor é abraçado pelo banco em formato concha com cinto de 6 pontos (item opcional). Os dois assentos também são feitos de fibra de carbono, para diminuir o peso. Atrás, o cupê tem uma gaiola tubular de proteção.


Porsche/Divulgação

Deixa a desejar em algo?

O carro não tem regulagem elétrica de profundidade nos bancos dianteiros, só de altura. Este, aliás, é comandado por um interruptor que parece aqueles de comandos dos vidros. Mas é fácil de usar e, importante, perto de onde a mão alcança.

Isso, entretanto, não é um problema. Não dá para reclamar de um carro que tem acabamento quase todo feito com couro Alcantara (inclusive no painel). A tela central de 7″ e o ar-condicionado estão ali, mas chama a atenção o volante sem comandos.


Por fim, o Porsche 718 Cayman GT4 RS não tem quadro de instrumentos digital e cheio de funções e gráficos. Ele traz três mostradores analógicos, ou seja, o básico para o motorista na pista. Da mesma forma, mesmo com 77 opcionais disponíveis, não oferece Head-Up Display, por exemplo.

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Mas isso é tudo bobagem. Não dá para condenar um carro tão comprometido em oferecer o máximo em esportividade. O modelo entrega o suficiente para o uso diário. Afinal, a Porsche quer clientes de “track day” e outros mais tradicionais, que não levam o esportivo para a pista. Como eu não sou um desses clientes, precisei voltar para os boxes após três voltas e pisar no freio, que têm discos de 408 mm e entradas de ar no capô para auxiliar no resfriamento.




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Prós

  • Esportivo tem desempenho agressivo e casamento perfeito do motor boxer 4.0 de 500 cv com o câmbio PDK de 7 marchas; visual impressiona com uso de componentes de fibra de carbono

Contras

  • Para perder peso, versão RS descarta itens como volante com comandos, bancos 100% elétricos e até maçanetas, que dão lugar à alças de tecido

Ficha Técnica

Porsche 718 Cayman GT4 RS

Motor

Boxer, 4 litros, 6-cilindros opostos, gasolina

Potência

500 cv a 8.400 rpm

Torque

45,9 mkgf a 6.750 rpm

Câmbio

Automatizado de dupla embreagem e 7 marchas

Peso (ordem de marcha)

1.415 kg

Comprimento

4,46 metros

Largura

1,82 metro

Altura

1,27 metro

Entre-eixos

2,48 metros

Aceleração 0-100 km/h

3,2 segundos

Velocidade máxima

315 km/h

Preço

R$ 1.157.000

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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.