Enquanto algumas marcas da Sellantis migram para o mundo eletrificado, a Fiat quer velocidade, agilidade em pista e ronco saindo pelo escapamento. Com essas credenciais, o Pulse Abarth chega ao mercado. O preço fica em R$ 149.990, até para que o modelo não atrapalhe as vendas do irmão Fastback, na versão Limited Edition T270 Powered by Abarth, de R$ 154.990.
Antes de falar do carro em si, cabe explicar que o Pulse Abarth é o primeiro SUV da divisão esportiva da Fiat. Outra novidade acontece no reposicionamento da marca. Até então conhecida no Brasil apenas como sobrenome esportivo (foi assim tanto no Stilo quanto no Cinquecento, lançados nas décadas passadas), a Abarth passou a ser uma espécie de submarca da Fiat. É tanto que a fabricante terá 60 lojas especializadas em todo o Brasil, inclusive, com decoração especial e atendimento exclusivo.
(quase) Todo diferente
O Pulse Abarth se destaca pelo visual diferenciado. Tem novos para-choques na frente e atrás, faróis (de LEDs) com máscara negra que sustentam um aplique em fibra de carbono, além de friso vermelho na base da entrada dianteira de ar e nova grade. Esta última, aloja o Badge “Abarth” no lugar do símbolo da Fiat. O Fiat Flag fica posicionado no canto inferior direito da peça.
Na parte de trás, destaque para a antena shark, a assinatura “Abarth” em letras garrafais coladas na tampa do porta-malas e, como destaque, a dupla saída de escape com acabamento cromado. Nas laterais, faixa em alusão à divisão esportiva e rodas de 17 polegadas com desenho exclusivo e pintura em tom negro. No total, são 5 cores para a carroceria: branca, preta, cinza e dois tons de vermelho. Por fim, tem 13 emblemas do escorpião espalhados pelo carro.
Da porta para dentro, o Pulse Abarth conta com acabamento interno todo preto. Os bancos são revestidas de couro ecológico e têm costuras vermelhas, bem como o apoio de braço, o volante e a coifa do câmbio. Os assentos dianteiros levam o logo da Abarth em baixo relevo nos encostos.
O painel de instrumentos é digital – no modo esportivo, tem conta-giros ao centro – e a central multimídia tem 10,1 polegadas. Quando o carro é ligado, a tela exibe grafismo exclusivo – com o escudo do escorpião. Ademais, o Pulse Abarth vem com um friso vermelho que atravessa o painel.
Mas a cereja do bolo fica por conta do botão vermelho no volante, que aciona o modo esportivo. Com a inscrição “Poison” (veneno, em inglês), o comportamento muda, de verdade.
Mecânica
Antes de falar do milagre operado pela tecla Poison, cabe detalhar o motor do Pulse Abarth. Sob a premissa de oferecer mais performance e direção provocante, como a marca fez questão de frisar durante o lançamento do carro, o SUV desenvolvido na plataforma MLA exigiu bastante da engenharia da marca para se diferenciar do modelo convencional.
A começar pela inclusão do motor T270. Trata-se, portanto, do mesmo 1.3 turbo flex com injeção direta de combustível e bloco de alumínio que desenvolve 180 cv (gasolina) e 185 cv (etanol) usado por outros modelos do grupo, como os Fiat Fastback e Toro, bem como a gama de SUVs da Jeep. O torque é de 27,5 mkgf disponíveis a breves 1.750 rpm. De acordo com a engenharia, o conjunto foi todo recalibrado.
Com tração dianteira e câmbio automático de 6 marchas, o novato recebeu também novo sistema de exaustão, bem como direção e sistema de freios renovados. As suspensões, por exemplo, têm nova geometria na dianteira. Ficou 10 milímetros mais baixa – o carro tem 217 mm em relação ao solo. As novas molas e amortecedores são 13% mais firmes na comparação com o conjunto original do Pulse. Na parte de trás, o número é de 12%.
Como anda?
Para provar que o Pulse Abarth não é só perfumaria, a Fiat decidiu realizar o test-drive para a imprensa especializada no Autódromo de Tarumã, no Rio Grande do Sul. Considera a pista mais rápida do Brasil, o complexo inaugurado em 1970 já abrigou provas de Stock Car, Puick Up Racing e Fórmula Truck, por exemplo. Ou seja, o Pulse Abarth se sentiu em casa.
Ao longo do trajeto, de apenas cinco voltas, deu para notar o quanto o Pulse Abarth é grudado no asfalto. Tem, portanto, comportamento melhor que as unidades convencionais. Há três modos de condução.
A direção poderia ser um pouco mais precisa. E a sensibilidade extrema dos pedais de freio e acelerador também causam certa estranheza logo de início. Mas nada que mais alguns minutos não permitam dominar a máquina. Mesmo se tratando de uma variante esportiva, nada de câmbio manual. Ainda assim, para uma tocada mais agressiva, dá para recorrer às borboletas atrás do volante.
Enquanto observamos a boa atuação dos amortecedores, que absorvem bem os impactos da pista, hora de apertar a tecla Poison. Com o ponteiro próximo aos 100 km/h (velocidade atingida em 7,6 segundos), o carro parece decolar. Nessa hora, a esportividade toma conta dos controles de tração e de estabilidade, bem como da carga da direção e do mapa do acelerador e câmbio. Ativa também a vetorização dinâmica de torque – distribui o torque em curvas. A velocidade fica 42% superior ao modo normal e 13% a mais que no modo Sport.
Aliás, em caso de frenagem, as marchas são reduzidas automaticamente. Assim, o freio motor antecipa o engate mais apropriado para retomada da aceleração.
O que tem de série?
Na lista de equipamentos de série, a princípio, o Pulse Abarth vem com bom recheio. Sem qualquer opcional, o SUV tem, por exemplo, ar-condicionado automático-digital, freio de estacionamento eletrônico, carregador de smartphone por indução e sistema de partida por botão – chave presencial -, entre os destaques.
Na parte de segurança, não tem controlador de velocidade adaptativo, mas o SUV conta com sistema de frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa e comutação automática de faróis. Por fim, tem airbags frontais, laterais de tórax e cabeça para motorista e passageiros.
O modelo, que começa a chegar às concessionárias nesta quinta-feira (17), deve vender entre 350 e 400 unidades por mês, afirma Herlander Zola, vice-presidente sênior da Fiat América do Sul. “Pretendemos vender aproximadamente 10% do volume do Pulse. Se o Pulse vender mais, o Pulse Abarth vende mais”, disse ele, que promete a chegada de mais modelos Abarth, tanto desenvolvidos na região, quanto importados. “Tudo vai depender da aceitação”, finaliza.