A GM revelou na noite desta quinta-feira (1º de dezembro) a nova geração da Chevrolet Montana, principal lançamento da marca para 2023. Após sair de linha em abril de 2021 com vendas parcas, a picape compacta renasce nesta terceira geração sobre a plataforma modular global (GEM) da linha Onix e do SUV Tracker. Ou seja, esqueça a velha base do Agile e a antiga picape pequena. A nova Montana desta vez não tem elo com o passado.
Mas antes de ir até uma concessionária ou de fazer a reserva online, no valor de R$ 2.000, vamos aos detalhes desta nova geração da picape, que sobe de categoria. Na primeira e segunda gerações, a Chevrolet Montana concorria diretamente com Fiat Strada e Volkswagen Saveiro, por exemplo. Contudo, com a base do Tracker, a picape agora quer clientes de Fiat Toro e Renault Oroch. Para isso, está razoavelmente maior, com cabine para cinco adultos.
Com entregas a partir de fevereiro de 2023, a nova Chevrolet Montana já está disponível em pré-venda a partir de R$ 134.490. Este é o valor da versão LTZ, a primeira disponível por enquanto. Mais acima, a opção de topo de linha Premier custa R$ 140.490. As duas usam o mesmo conjunto mecânico, formado pelo motor 1.2 turbo flex e o câmbio automático de seis marchas. A tração é somente dianteira e não há previsão de oferta de motor a diesel.
A Montana cresceu
Em medidas, tem exatamente o mesmo comprimento da Renault Oroch: 4,72 metros. De acordo com a GM, a largura tem “cerca de 1,80 metro”. Já os dados de altura e distância entre-eixos não foram divulgados ainda pela fabricante.
Mas não é só. Além de maior, a nova Chevrolet Montana virá como uma das picapes mais modernas do mercado. Tal como contamos aqui no Jornal do Carro ao longo das últimas semanas, a nova picape feita em São Caetano do Sul (SP) estreia com motor 1.2 turbo flex instalado no cofre dianteiro e o câmbio automático sequencial de seis marchas – mesmo conjunto das versões mais caras do SUV Tracker. Porém, a Montana terá calibração própria e outras novidades.
Novo visual da Chevrolet
O time de design da GM apostou alto no visual da nova picape. Como fez sucesso na Toro, a Montana pegou a dica e exibe uma ampla grade frontal e os faróis principais abaixo das luzes de iluminação diurna de LEDs. O para-choques vem com aplique central na base. Além disso, a versão LTZ tem acabamentos cromados, enquanto a Premier traz detalhes escurecidos.
Na traseira, o destaque é a moldura pintada de preto brilhante que conecta as lanternas – algo bem parecido com a solução da Peugeot. Logo abaixo, o nome Chevrolet aparece em letras garrafais, impresso em baixo relevo, do mesmo jeito que é visto em outras picapes, como a Nissan Frontier. Ainda sobre o visual, as lanternas usam máscaras negras e ficam na parte rígida da carroceria. Dessa forma, não invadem a tampa da caçamba.
Por fim, a Montana terá uma vedação especial na caçamba que, de acordo com a GM, tem um volume generoso de 874 litros. Com a solução, promete evitar a entrada de água no compartimento mesmo em lavagens ou sob chuva forte. A ideia é seja como um porta-malas. Nas laterais, tem maçanetas na cor da carroceria, linha de cintura elevada e molduras que contornam toda a base do veículo. As rodas têm 17 polegadas e o rack de teto completa o visual.
Soluções inéditas na marca
Da porta para dentro, o destaque é a nova central multimídia MyLink, de 8″, que segue os passos do Tracker RS, vendido na China. A solução, portanto, é inédita na marca. Mas o quadro de instrumentos segue o padrão tradicional, com mostradores analógicos e tela central em TFT. Ou seja, é um pouco mais simples que o da Fiat Toro nas versões mais caras.
Inédita também é a atualização remota de sistemas eletrônicos (OTA, sigla de “Over The Air”). Assim, dispensará idas à concessionária para atualizar funções. A Montana é o primeiro carro feito no Brasil com tal solução. Ainda em conectividade, tem internet (Wi-Fi) e sistema de telemática avançada OnStar integrados. Ademais, há projeção sem fio para Android Auto e Apple Car Play e aplicativo myChevrolet para comandar funções do carro à distância, pelo celular.
Principais itens e acessórios
Na parte de conteúdo, tem ar-condicionado digital, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), sensor de obstáculos traseiro e câmera de ré, chave inteligente com partida por botão e tampa da caçamba com abertura por botão elétrico e com alívio de peso na descida. Ademais, tem assistente de partida em rampas, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, e controle de cruzeiro.
Para quem gosta de personalização, haverá uma gama de acessórios para a parte externa do veículo. Por exemplo, estribos laterais, extensor do para-choques frontal, diferentes tipos de santantônio e faróis de neblina dianteiro de LEDs.
Segurança
A Montana tem para-choques e capô projetados até para amortecer impactos em caso de possível atropelamento, bem como freios ABS com distribuição da força de frenagem. Assistência de frenagem de urgência também está no pacote. Completam a lista de segurança os controles eletrônicos de estabilidade e de tração, monitoramento da pressão dos pneus e serviço de SOS com central telefônica da marca. Já o alerta de ponto cego e os faróis Full LEDs com regulagem de altura e acendimento automático, por sua vez, são exclusividades da versão Premier.
Apenas motor 1.2 turbo
Conforme contamos anteriormente, a Chevrolet Montana terá o motor 1.2 turbo flex em todas as versões de acabamento. Trata-se, portanto, do mesmo usado no SUV Tracker, com quem divide a plataforma modular GEM.
Com opções de câmbio manual (ainda sem data de chegada) ou automático de 6 posições, o motor 1.2 turbo flex tem calibração específica na Montana. Assim como outros sistemas mecânicos, como a direção, os conjuntos de suspensão e os freios – este último analisa e adequa o controle eletrônico para situações como curvas e descidas de serra. A nova geração da picape da Chevrolet tem até pneus especialmente desenvolvidos para o modelo.
Porém, contudo, todavia, embora a marca exalte os ajustes feitos pela engenharia, os números de desempenho do motor 1.2 turbo flex não mudam na comparação com o Tracker. Assim, gera 133 cv de potência e um torque máximo de 21,4 mkgf. A rotação da Montana, no entanto, ainda não foi divulgada pela GM – no Tracker, o torque surge a 2.000 rpm com etanol. Dados como aceleração de zero a 100 km/h e velocidade máxima ainda não foram divulgados.
Números de consumo
Em relação ao consumo, a nova Montana vai bem. Com gasolina, faz médias de 13,3 km/l na estrada, e de 11,1 km/l na cidade. Já com etanol no tanque, tem médias de 9,3 km/l e 7,7 km/l, na mesma ordem. Para comparação, a Fiat Toro com motor 1.3 turbo flex de 185 cv e 27,5 mkgf de torque bebe mais. Pelo Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro (PBVE), faz 8,2 km/l na estrada e 6,8 km/l na cidade com etanol, e médias de 11,6 km/l e 9,7 km/l, respectivamente.
As pré-vendas das versões LTZ e Premier já estão abertas. No lote inaugural, a picape virá equipada com divisórias para a caçamba (foto acima). A estreia nas concessionárias da Chevrolet, entretanto, será só a partir de fevereiro de 2023. Além de mirar versões turbo flex de Fiat Toro e Renault Oroch, a nova Montana também concorrerá com a Fiat Strada Ranch cabine dupla, que tem motor 1.3 flex de 107 cv com câmbio automático CVT e preço de R$ 128.990.