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Chevrolet Bolt tem recall de 140 mil unidades por risco de incêndio
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Chevrolet Bolt tem recall de 140 mil unidades por risco de incêndio

Após colisão, gases gerados pela detonação do pré-tensionador do cinto de segurança podem entrar em contato com as fibras do carpete do Bolt e produzir fogo

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

27 de dez, 2022 · 4 minutos de leitura.

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Chevrolet Bolt
Chamado envolve 120 mil Bolt vendidos nos EUA e outros 20 mil no Canadá
Crédito:Chevrolet/Divulgação

O Chevrolet Bolt EV, mais uma vez, é alvo de recall. Recentemente, a General Motors iniciou a convocação dos proprietários do hatch elétrico por possível risco de incêndio. A ação afeta mais de 140 mil unidades dos carros de ano/modelo 2017 a 2023. Segundo a GM, esses veículos foram vendidos no Canadá e nos Estados Unidos. Além disso, o recall não inclui o SUV Bolt EUV.

De acordo com informações da agência Reuters, o carpete pode pegar fogo após acidente. Ou seja, após o pré-tensionador do cinto de segurança dianteiro ser acionado”. A GM ainda não fez um chamamento público para resolver o problema. Conforme a notificação enviada aos proprietários, o possível defeito aconteceu em “casos raros”.

Chevrolet Bolt EV 2023
Chevrolet/Divulgação

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Para ficar claro, cabe explicar que o Bolt tem pré-tensores nos cintos de segurança. Esse sistema trava o cinto em frações de segundos após colisões severas. Segundo a apuração, os gases gerados pelo disparo do sistema podem, em contato com as fibras do carpete, gerar combustão. Até o momento, há relatos de três acidentes do tipo.

Entretanto, a GM não fará a troca dos pré-tensores. Para evitar o problema, a solução será instalar uma folha de metal ao longo do carpete perto dos pré-tensionadores. Em alguns casos, a fabricante poderá até colocar uma tampa no dispositivo.

Conforme a empresa, os proprietários dos Bolt em risco poderão fazer a atualização a partir de janeiro de 2023. Até o momento, a filial da GM no Brasil não informou se o recall envolve as unidades do carro vendidas no País.




Não é a primeira vez

Seja como for, não é a primeira vez que o Bolt EV passa por recall. Em 2021, houve o chamamento de milhares de unidades também por causa de um potencial risco de incêndio. Conforme a GM, as baterias desses carros poderiam sofrer sobrecarga. Assim como agora, o recall envolveu unidades vendidas na América do Norte.

Como resultado, a GM suspendeu a produção do Bolt até abril de 2022. Assim, houve atraso na entrega de encomendas feitas sobretudo por países de outras regiões. Isso explica, ao menos em parte, o atraso na estreia do Bolt EV no Brasil. Aqui o modelo feito nos EUA tem preço sugerido de R$ 329 mil.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”