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Aliança Renault e Nissan corre risco por causa de conflitos entre as marcas
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Aliança Renault e Nissan corre risco por causa de conflitos entre as marcas

Renault e Nissan buscam acordo para reestruturar aliança em meio a discordância sobre investimentos em veículos elétricos e desequilíbrio de poder

Vagner Aquino, Especial para o Jornal do Carro

25 de dez, 2022 · 6 minutos de leitura.

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Aliança Renault-Nissan
Aliança entre Renault e Nissan já tem mais de 20 anos e, desde 2016, incluí a Mitsubishi Motors
Crédito:Renault/Nissan/Divulgação

A reestruturação da Aliança Renault-Nissan está em debate desde o início de 2022. As montadoras são parceiras há mais de 20 anos e negociam a renovação do acordo. Além disso, em 2016 a japonesa passou a controlar a Mitsubishi, que virou integrante do grupo. Mas o acordo está estremecido. Recentemente, Renault e Nissan revelaram que devem fazer um importante anúncio em breve. Entretanto, três fontes ligadas ao grupo afirmaram à agência de notícias Reuters que as discussões estão longe de chegar a uma conclusão. Há impasses para a renovação da aliança dos dois lados.

Segundo fontes, a Renault espera que a Nissan invista na Ampere, braço de veículos elétricos da francesa. Por outro lado, a japonesa quer reequilibrar a estrutura do grupo. Essa reformulação envolve a venda de parte da participação de 43% que a Renault detém em ações da Nissan.

Segundo a Reuters, no dia 29 de novembro o presidente do Grupo Renault, Jean-Dominique Senard, disse que estava otimista sobre um acordo. Tanto em relação à reestruturação de sua parceria quanto sobre a participação da Nissan na divisão de elétricos da francesa. Entretanto, o executivo não quis falar sobre um possível anúncio nem adiantar qualquer ponto da negociação.

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Conclusão deve ficar para 2023

Até o momento, nada foi assinado. Entretanto, Seja como for, há fortes rumores de que Nissan e Renault vão divulgar detalhes do acordo nas próximas semanas. De início, uma primeira reunião teria ocorrido no dia 7 de dezembro. Porém, a conclusão das negociações pode levar tempo.

A princípio, o compartilhamento dos direitos intelectuais de suas contribuições tecnológicas é uma das principais preocupações da Nissan. A posição dominante da Renault na aliança é fonte de insatisfação de executivos da fabricante japonesa há bastante tempo. Inclusive, a Nissan não teria direito a voto nas discussões de estratégias da Renault.

Segundo a imprensa internacional, enquanto isso a Renault continua a todo vapor na formação de novas parcerias. Recentemente, a francesa anunciou várias ações para descarbonizar suas fábricas. Além disso, firmou aliança com a também francesa Airbus para desenvolver baterias de estado sólido. A expectativa é de que a reformulação passe a valer no início de 2023.


Mitsubishi ASX sair de linha
Novo ASX é um Renault Captur com emblema da marca japonesa; Foto: Mitsubishi

Mudanças na Mitsubishi

A Aliança inclui a Mitsubishi Motors. Em 2016, a Nissan comprou 34% das ações da marca, que passava por apuros. Assim, fez como a Renault, que salvou a Nissan da falência, em 1999. Entretanto, desde o fim de 2018 a Aliança está sob risco. Naquele ano, o então CEO do grupo, Carlos Ghosn, foi preso no Japão. Os japoneses estão insatisfeitos principalmente com o fato de a Renault ter o maior poder do grupo.

Ou seja, a Renault tem 43% de participação da Nissan. Ou seja, na prática, a Mitsubishi apenas assiste enquanto as duas grandes brigam por poder. Além disso, a Renault quer ampliar seu acordo com a Geely, que é dona da Volvo. Mas a Nissan não quer compartilhar tecnologias e patentes com a empresa chinesa.


Em janeiro de 2022, foi anunciado um plano estratégico que inclui a aproximação das três marcas nos próximos anos. Após um longo período com projetos separados, a ideia é acelerar o desenvolvimento conjunto de plataformas. Sobretudo para os veículos elétricos. Como resultado, a meta é lançar 35 novos modelos eletrificados até 2030. Bem como cinco plataformas até 2027. Para isso, o investimento total deve ser de cerca de € 23 bilhões. Ou seja, uns R$ 127 bilhões, na conversão direta.

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.