Longe do Brasil há dois anos, o Etios agora se aposenta de vez. A Toyota confirmou oficialmente o fim da produção da família hatch e sedã na fábrica de Sorocaba (SP) no dia 31 de agosto. O modelo chegou ao mercado há 11 anos e, desde 2021, vinha sendo fabricado pela marca apenas para exportação a outros mercados da América Latina.
Com fim de vida já previsto, o Etios, além de já ter passado o período médio do ciclo – de oito anos, em geral -, também precisa dar espaço para ajustes da planta do interior paulista, que vai fabricar o inédito SUV compacto da Toyota. O lançamento do modelo com motorização híbrida flex é previsto para 2024. Por ora, os órfãos do Etios precisam se contentar com a linha Yaris.
De acordo com a empresa, a decisão não afetará os empregos na fábrica de Sorocaba. “A fabricante tem flexibilidade para ajustar a capacidade de produção de acordo com a demanda interna e externa e com as movimentações de mercado”, afirmou a Toyota, em comunicado.
Estratégia do Etios
Na época do lançamento do Etios, a ideia da Toyota era enfrentar a recém-lançada dupla Chevrolet Onix e Hyundai HB20, que chegaram com tudo na briga pelo posto de carro mais vendido do Brasil. O Etios Sedan, no entanto, também apostou na tradição da marca para duelar com modelos da categoria de sedãs compactos. Teve, ainda, a configuração aventureira Cross (2013 a 2018). Ao longo de 11 anos, hatch e sedã somaram mais de 680 mil unidades produzidas.
Quem vai ocupar o lugar do Etios?
Embora a Toyota não tenha informado qual o real substituto do Etios nas linhas de produção de Sorocaba, todas as apostas se voltam para o Yaris Cross. O SUV compacto é voltado a mercados emergentes e, produzido na plataforma DNGA (simplificada em relação à TNGA, de Corolla e Corolla Cross), chegará ao Brasil em 2024 para concorrer com utilitários compactos.
Sobre a motorização híbrida flex, bem como nos irmãos Corolla e Corolla Cross, o novato vai unir propulsor a combustão e outro elétrico. Na Ásia, as versões mais caras têm o 1.5 de 80 cv aliado ao elétrico de 90 cv. Entretanto, no Brasil, acredita-se que a Toyota use a mesma combinação (1.8 flex + elétrico) dos irmãos sedã e SUV. Sobre a estética e lista de equipamentos, ainda é cedo para falar.
Cabe recordar, a princípio, que em meados de abril a Toyota aderiu ao ProVeículo Verde. Trata-se de um programa do governo paulista que incentiva o desenvolvimento de veículos menos poluentes com a liberação de créditos acumulados de ICMS. Dessa forma, a marca anunciou a produção de “um novo veículo compacto híbrido flex”. A meta é, por fim, investir R$ 1,63 bilhão na planta de Sorocaba.