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BYD Dolphin ou GWM Ora 03: qual hatch elétrico de entrada é melhor?
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BYD Dolphin ou GWM Ora 03: qual hatch elétrico de entrada é melhor?

Comparamos os dados do BYD Dolphin, elétrico mais vendido do País, e seu mais novo rival, o GWM Ora 03, que terá preço na faixa de R$ 150 mil

Rodrigo Tavares, Especial para o Jornal do Carro

09 de ago, 2023 · 9 minutos de leitura.

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BYD Dolphin e GWM Ora 03 se enfrentam em comparativo técnico
Crédito:Montagem/Rodrigo Tavares/Jornal do Carro

O segmento de carro elétrico de entrada ganhou dois novos competidores no último mês, vindos diretamente da China: o BYD Dolphin, que o Jornal do Carro já acelerou, e o GWM Ora 03, que estreou no Festival Interlagos, em julho. Ambos chegam para conquistar o público interessado em modelos como o Renault Kwid E-Tech e JAC e-JS1, por exemplo. Entretanto, os novos hatches têm armas distintas para conseguir destaque no mercado brasileiro.

No caso do Dolphin, o modelo desembarcou no País no fim de junho e já aparece entre os cinco elétricos mais vendidos de julho, conforme dados da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Aliás, o preço competitivo de R$ 149.800 forçou a concorrência a baixar os valores de seus carros. Assim, a JAC reduziu a tabela do e-JS1 e a Caoa Chery fez um generoso corte no valor do iCar, que passa a ser o elétrico mais barato por R$ 119.990.



BYD DOLPHIN EV: NOVO ELÉTRICO DE ENTRADA TEM PREÇO DE KWID

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Do outro lado do “ringue” está o GMW Ora 03. Recém-lançado, o hatch da Great Wall Motors se junta à linha Haval H6 como parte da ofensiva da marca para o mercado brasileiro. Disponível em pré-venda com previsão de entrega para outubro, o hatch é o primeiro elétrico da GWM, que já trabalha na fábrica de Iracemápolis (SP) para iniciar a produção local em 2024. E o Ora GT, naturalmente, é candidato à ganhar nacionalização no futuro.

Por isso, o Jornal do Carro traz a seguir um comparativo técnico entre os modelos, com suas diferenças e qual deles é melhor no conjunto e na relação custo/benefício.

Desempenho e autonomia são importantes em um elétrico

GWM ORA 03 elétrico
BYD Dolphin tem menos potência: são 95 cv contra 171 cv do Ora (Vagner Aquino/Jornal do Carro)

Voltado para o conforto, o BYD Dolphin tem um único motor elétrico, na dianteira, que fornece ao pé direito do motorista 95 cv. O torque, no entanto, fica em 18,3 mkgf. A BYD, a princípio, crava que o 0 a 100 km/h é feito em 10,9 segundos e a velocidade máxima: 150 km/h.

BYD Dolphin elétrico
VAGNER AQUINO/ESTADÃO

Feito sobre a base E-platform 3.0, o carro, a princípio , teria 285 km autonomia. Mas uma atualização fez com que o número pulasse para 291 km. Dado, aliás, já considerando a portaria do Inmetro. Vale lembrar que o Dolphin usa bateria Blade, da BYD. Em números, é o equivalente a 69 km/l – caso funcionasse a combustão.


Já o GWM Ora conta com duas versões: a 03 e a GT. O motor elétrico é o mesmo em ambas, com 171 cv e 25,5 mkgf de torque. Entretanto, o que muda entre elas são as baterias, onde a primeira tem 48 kWh e a versão GT, 63 kWh. A marca ainda não fala em autonomia, afinal, não foi homologado pelo Inmetro. Na China e Europa, roda até 400 km conforme o ciclo WLTP. Seja como for, a velocidade máxima é sempre de 160 km/h.

Tecnologia embarcada pode conquistar quem busca um elétrico de entrada

GWM ORA 03
Ora 03 tem display com duas telas que parecem uma só (Vagner Aquino/Jornal do Carro)

No Dolphin, o motorista conta com comodidades como central multimídia giratória de 12,8 polegadas, espelhamento com Android Auto e Apple CarPlay, câmeras 360° nos quatro cantos do carro e painel digital de 5 polegadas; Além disso, há também frenagem automática, assistente de subida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus, aquecimento, ajuste elétrico dos bancos dianteiros, retrovisores elétricos e mais.


BYD Dolphin elétrico
Dolphin oferece multimídia com função rotativa (Vagner Aquino/Jornal do Carro)

No GWM Ora, o motorista encontra teto solar panorâmico, banco com massagem, ventilação e aquecimento e duas telas de 10,25 polegadas no painel, que fazem as vezes de uma tela única. Além disso, há também 7 airbags, controle de cruzeiro adaptativo, frenagem de emergência com reconhecimento de pedestres e ciclistas, frenagem autônoma, assistente de estacionamento e porta-malas com abertura por aproximação. 

Dimensões e espaço interno

GWM ORA 03 elétrico
Porta-malas do Ora é menor que o do Dolphin (Vagner Aquino/Jornal do Carro)

Razoavelmente maior que os rivais de JAC e Renault, o BYD Dolphin mede 4,12 metros de comprimento, 1,77 metro de largura e 1,57 metro de altura, além do generoso entre-eixos de 2,70 metros, digno de um carro médio, por exemplo. No caso do Ora, algumas medidas também são maiores que o rival da BYD. 

O modelo da GWM mede 4,26 metros de comprimento, 1,83 metro de largura, 1,60 metro de altura, além do entre-eixos de 2,65 metros. Por fim, se o assunto é acomodar as bagagens no porta-malas, a BYD sai na frente. O Dolphin conta com 345 litros, enquanto o elétrico da GWM comporta apenas 228 litros.

BYD Dolphin elétrico
Dolphin tem lanternas estilizadas e iluminadas por LEDs (Vagner Aquino/Jornal do Carro)

Valores dos elétricos

O BYD Dolphin chegou no Brasil para provocar o mercado de elétricos, e seu preço de lançamento de R$149.800 é um claro sinal disso. Tão claro, que já provocou outra baixa no preço do Renault Kwid e-Tech, que agora custa R$ 10 mil a menos que o rival chinês. No caso do GWM Ora 03, ainda não há uma quantia oficial para o modelo, que deve ser lançado neste mês de agosto. 

Entretanto, a pré-venda do carro, feita pelo Mercado Livre, já começou, e tem taxa de reserva de R$ 9 mil. Por fim, estima-se que o valor do veículo esteja na casa dos R$ 150 mil aos R$ 200 mil, sendo o maior valor para a versão GT, com bateria maior, por exemplo.

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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.