Ultimamente, o segmento de picapes vem passando por transformações. E não estamos falando das grandalhonas amigas do meio ambiente fabricadas pelas gigantes norte-americanas, ou daquele modelo de design esquisito que nunca chega às lojas apesar de anos e anos de promessa. O papo é voltado para dentro de casa, mais precisamente, para as picapes compactas vendidas no Brasil, que vem ganhando aprimoramentos para agradar não só o trabalhador, mas o público em geral. E a última a desempenhar este papel é a Volkswagen Saveiro, que acaba de chegar à linha 2024.
Com a meta de, pelo menos, se aproximar da líder isolada do segmento, a Fiat Strada (que já vendeu mais de 60 mil unidades de janeiro para cá), a Saveiro (que sequer chegou aos 25 mil emplacamentos no período) foi além de um mero facelift na linha 2024. A picape, que tem quatro versões de acabamento, mudou visual, recebeu mudanças estruturais, mais tecnologia e tabela de preços mais interessante. As novidades mecânicas, entretanto, ficaram de lado. Quem sabe, para 2025.
Motor inalterado
A Saveiro 2024 segue vendida, em todas as quatro configurações, apenas com motor 1.6 aspirado, com alimentação flex e potência máxima de 116 cv (106 cv com gasolina). O câmbio segue o mesmo manual de cinco marchas, que é digno de elogios, com ajustes precisos, que respondem quase instantaneamente aos comandos do motorista.
Em questão de variedade, a Saveiro está aquém da Strada, que já oferece opção de motor turbinado e câmbio CVT com simulação de marchas. Este último item, por exemplo, é quase regra nos dias de hoje.
Por outro lado, a Volks compensa com sua mecânica extremamente acertada na Saveiro. Os 16,1 mkgf de torque parecem suficientes para a picape, mas são entregues só aos 4.000 rpm. Ainda assim, não sofre em ultrapassagens ou retomadas de velocidade, por exemplo. Em dados, a Volkswagen afirma que a picape tem 178 km/h de velocidade máxima e leva 10,2 segundos de 0 a 100 km/h. As acelerações não deixam a desejar. Mas nada empolgante. A 100 km/h, o ponteiro já do conta-giros quase belisca os 3.000 rpm. Mas o ruído não chega a incomodar.
Consumo
Outra vantagem, principalmente, em um veículo que prioriza o custo-benefício, é o bom consumo. Ainda não divulgado pelo Inmetro, a Volkswagen se adianta ao informar os números da linha 2024, que fica assim:
- Cabine simples – etanol: 7,9 (cidade); 9,1 (estrada); 8,4 km/l (combinado)
- Cabine simples – gasolina: 11,5 (cidade); 12,9 (estrada); 12,1 km/l (combinado)
- Cabine dupla – etanol: 7,8 (cidade); 8,9 (estrada); 8,3 km/l (combinado)
- Cabine dupla – gasolina: 11,3 (cidade); 12,6 (estrada); 11,9 km/l (combinado)
Vale ressaltar ainda que a Saveiro 2024 – a única da categoria com freio a disco nas quatro rodas em todas as versões – ganhou reforços estruturais. A suspensão, por exemplo, tem mola de duplo estágio na parte de trás.
Na nova versão Extreme (avaliada pelo Jornal do Carro durante o test-drive de lançamento, no interior de São Paulo), que passa a substituir a Cross na posição de topo de linha, tem suspensão elevada em 10 mm. Parece pouco, mas, segundo a Volks, isso garante mais conforto. Seja como for, amortecedores e molas passaram por modificações.
Versões e equipamentos
A Saveiro 2024 continua vendendo a configuração Robust como opção de entrada. O modelo vem, de série, com sensor de estacionamento traseiro, protetor de caçamba e rodas de aço com 15″ cobertas por calotas escurecidas e calçadas por pneus 205/60. Como novidade, a lista tem régua do painel texturizado, indicador de direção nos retrovisores, controle eletrônico de estabilidade e assistente de partida em rampas, luzes DRL e alerta de cinto de segurança. Air bag duplo e freios ABS também estão no pacote, como manda a lei.
Com cabine dupla, a versão Robust CD traz bagageiro longitudinal no teto, desembaçador do vidro traseiro e mimos, como porta-celular no encosto do banco do passageiro. Na Trendline CS, o modelo tem para-choque dianteiro na cor do veículo, bem como espelhos e maçanetas, além de faixas laterais. A iluminação do compartimento de carga, o acabamento de tecido nas portas e a luz de freio são novidade. Tem, ademais, retrovisores com comando elétrico e função tilt-down no lado do passageiro (ele baixa quando se engata a marcha à ré), entre outros itens.
Na nova versão Extreme (cujo logotipo em alusão à configuração vai colado nas laterais do carro e no capô dianteiro) a picape tem capa dos retrovisores externos em preto, todas de liga-leve diamantadas com 15″, novo cluster (em laranja), além de novo design e acabamento das portas e dos bancos – em couro sintético. Nela, a VW inclui também, capota marítima, santantônio, faróis de neblina, câmera de ré, central multimídia com App-Connect (que não oferece conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay) e, por fim, volante (com regulagem de altura e profundidade) e indicador de pressão dos pneus.
Mudanças visuais
A Volks mexeu no design da Saveiro 2024. A dianteira recebeu capô mais alto, grade frontal maior com friso cromado, faróis (ainda com iluminação halógena) redesenhados e para-choque reformulado (subiu o ângulo de ataque para 23,8 graus). Os faróis de neblina, por fim, são redondos e têm abrigo separado da grade inferior.
Na traseira, novas lanternas. Na realidade, as mesmas peças, porém com rearranjo das luzes e acabamento escurecido. Tem para-choque novo e abrigo de placa maior. Nas configurações Trendline e Extreme, há uma faixa entre as lanternas – um adesivo em preto fosco. Essa versão tem pacote opcional Tech. Nele, que custa R$ 2.160, tem: piloto automático, assistente de controle de descida, espelho retrovisor interno eletrocrômico e os sensores de chuva e de luminosidade.
Interior
No interior, a Saveiro já sente o peso da idade. Ao contrário das rivais – dá até para incluir a Chevrolet Montana nesse bolo, já que a versão de entrada é só R$ 7 mil mais cara que a Saveiro de topo -, a picape da Volkswagen é simples. Tem visual datado, retilíneo, com pouca sofisticação e é quase monocromática. O acabamento não deve tanto às demais, mas não salta aos olhos. O volante adotou o novo logotipo da VW, em 2D.
Em relação a espaço, a Saveiro recebe bem os ocupantes da frente na opção cabine dupla – distribuídos em 2,75 metros de entre-eixos. O espaço não é ruim. Mas, para quem viaja no banco de trás, fica apertado. Sem contar que o acesso é feito apenas com um puxão no banco da frente. Afinal, a Saveiro não oferece a opção de quatro portas. A caçamba leva 580 litros (924 l, nas versões com cabine simples).
Preços
- Robust CS – R$ 95.770
- Robust CD – R$ 101.490
- Trendline CS – R$ 109.710
- Extreme CD – R$ 114.580
Tem, no total, quatro cores de acabamento. Afinal, a quinta opção da paleta (cinza Moonstone) vale apenas para a configuração Extreme. O modelo chega às lojas da marca nesta segunda-feira (28).
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