Com o Chevrolet Camaro já fora de combate, a Ford vê o caminho livre para o Mustang. É tanto que a nova (e sétima) geração do muscle car acaba de chegar ao Brasil. Basicamente, a plataforma é a mesma do modelo anterior, vendido no País na versão Mach 1. Entretanto, de acordo com a marca do oval azul, todas as chapas que compõem a carroceria são novas. Por aqui, chega na versão GT Performance. As vendas começam nesta segunda-feira (25) e o preço fica em R$ 529 mil, cerca de R$ 50 mil mais barato que seu antecessor. Entregas, até o fim de junho.
O modelo, que mira até esportivos da Porsche e companhia, também não muda a motorização. Continua em cena o Coyote 5.0 V8 a gasolina, mas agora, ganhou corpo de borboleta eletrônico duplo. Em síntese, coleta mais ar e dá mais potência. Assim, rende 5 cavalos a mais que antes. São, portanto, 488 cv. E o torque também aumentou, pulando de 56,7 mkgf para 58 mkgf. Mas é entregue mais tarde. Antes, às 4.900 rpm, agora, aos 5.000 giros. Ainda assim, na prática, tem vigor de sobra. E quem ajuda na missão é o também recalibrado câmbio automático de 10 marchas com opção de trocas sequenciais por aletas atrás do volante.
Durante a apresentação, a imprensa não pôde dirigir o veículo. Apenas pegamos carona com um piloto de testes da Ford no Campo de Provas da marca, que fica em Tatuí, interior de SP. Foram duas voltas. Mas deu para notar a precisão em curvas e retomadas. A aceleração entre 0 e 100 km/h acontece em 4,3 segundos. E são 250 km/h de velocidade máxima, limitada eletronicamente. De acordo com o pessoal da Ford, “certamente o carro iria além, caso não houvesse o limitador”. E, na hora de conter todo esse ímpeto, freios Brembo nas quatro rodas. Um upgrade, porque antes ficavam apenas na dianteira. O peso do cupê esportivo é de 1.836 kg, informa a marca. Ou seja, 22 kg a mais que a geração anterior.
Visual 100% renovado
Lançado em 1964, o modelo comemora seu aniversário de 60 anos em 2024. Mas, na nova geração, nada de abandonar suas características básicas. Pelo contrário, o cupê mantém suas linhas, o teto baixo, o estilo cupê e a cara agressiva. Mas, claro, vem recheado de novidades. Os para-choques são novos, a grade mantém o formato em “U”, mas também foi modificada e, nos faróis, mudam o formato e a disposição das luzes, agora, formada por três barras iluminadas por LEDs. E tem setas dinâmicas. Nas laterais, rodas de 19″ e linha de cintura mais baixa.
Na parte de trás, aliás, o Mustang está mais vincado, tem novo spoiler e novas lanternas. Seguem divididas em três barras – para manter a tradição -, mas ganharam novo formato. E também contam, pela primeira vez, com setas dinâmicas. As quatro saídas de escape estão lá, na base do para-choque, que aloja a luz de ré ao centro. Na paleta de cores, são oito opções, divididas entre preta, cinza, branca, azul e vermelha.
Habitáculo
Do lado de dentro, tem couro e materiais emborrachados. O acabamento é impecável. Mas a modernidade da cabine se concentra no painel. Agora, tem uma tela em formato curvo que engloba quadro de instrumentos (12,4″) e central multimídia (13,2″). Nela, inclusive, que é dotada do sistema Sync 4, há espelhamento com Android Auto e Apple CarPlay sem a necessidade do uso de fios. Na parte de baixo, tem carregador de celular por indução, o que caracteriza outra novidade na cabine do Mustang.
Além disso, o cupê traz para a sétima geração, uma série de tecnologias inéditas. Tem, por exemplo, cinco modos de condução, quatro de suspensão, três de direção e até de escapamento (também quatro). Tudo muda, desde o comportamento do câmbio até o ronco que sai pelo escape. O carro, inclusive, pode detectar buracos na via e preparar o carro para diminuir o impacto. Ademais, o Remote REV, que também é novidade na linha Mustang, permite ligar o carro a distância. Basta apertar uma tecla na chave que o motor aciona.
Em relação ao espaço, o cupê oferece bastante comodidade para quem vai na frente, inclusive, com bancos reguláveis eletricamente – mas, nos encostos, a regulagem continua manual. Já na parte de trás, a história é outra. Até pela proposta esportiva, carros cupês não costumam priorizar os passageiros traseiros. Ali, apenas crianças pequenas podem viajar sem tanto aperto. Ainda neste quesito, vale lembrar que o carro está mais largo (1,92 metro para 1,96 m) e que o entre-eixos tem 2,72 m. No porta-malas, tem um bom espaço, de 382 litros.
Por fim, cabe explicar que o Mustang completou, no ano passado, oito anos seguidos como o cupê esportivo mais vendido do mundo. A nova geração, que estreou no segundo semestre de 2023 nos Estados Unidos, não tem estimativa correta de vendas por parte da Ford no Brasil, mas a marca afirma que a importação vem sendo feita por meio de lotes. O primeiro deles, com cerca de 200 carros.
Siga o Jornal do Carro no Instagram!