O carro elétrico “made in Brazil” vem aí. Segundo o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Bastos, a produção deve começar até 2027. Porém, inicialmente esses veículos devem ser feitos por meio de CKD. Ou seja, o processo em que as peças vêm do exterior para serem montadas em fábricas instaladas no País.
De acordo com Bastos, isso permitirá acelerar o processo de produção. Afinal, nem todas as tecnologias necessárias para a fabricação de carros elétricos estão disponíveis no Brasil. É o caso, por exemplo, das baterias. Seja como for, isso deve mudar em breve. Afinal, a BYD, por exemplo, já informou que pretende produzir esses componentes no País.
Antes, porém, o Brasil vai ser palco de um grande número de lançamentos de veículos híbridos. Nesse sentido, marcas como Fiat e Jeep, Honda, Renault e Volkswagen, por exemplo, vão apostar de início em híbridos leves. Ou seja, em que o motor elétrico não move o carro sozinho. Portanto, serve para ajudar o a combustão e, com isso, permite reduzir as emissões de poluentes.
Carro elétrico e híbrido flex
Além disso, as marcas devem apostar nos motores com tecnologia flexível. Assim, o mais indicado é fazer o abastecimento com etanol. Nesse caso, além de o custo ser menor na maior parte do Brasil, o nível de emissões de poluentes é mais baixo. Entretanto, outras tecnologias também estão a caminho. Por exemplo, os híbridos plug-in (com baterias recarregadas em tomadas) e motor a combustão flexível.
Atualmente, não existe nenhum veículo feito no Brasil com essa tecnologia. Porém, várias marcas entraram na corrida para ter o primeiro híbrido plug-in flex do País. Recentemente, a Toyota, por exemplo, anunciou investimentos de R$ 11 bilhões no Brasil até 2030. Segundo o presidente da empresa, Rafael Chang, parte desses recursos vai ser aplicado na produção de veículos híbridos flex.
No mesmo sentido, a Toyota já confirmou o lançamento, ainda em 2024, de um novo modelo com o sistema. Embora a marca não confirme, trata-se do SUV compacto Yaris Cross. Assim, o carro inédito deve ser o mais em conta da marca no País, na versão apenas com motor a combustão. Atualmente, a Toyota oferece no mercado brasileiro a linha Corolla (sedã e SUV) híbrida flex. Porém, o sistema é importado.
Novas soluções com menos emissões
Da mesma forma que a Toyota, marcas como Caoa Chery e GWM correm para lançar seus veículos híbridos plenos flex. Por ora, o sistema está apenas na linha Tiggo híbrida leve. Segundo informações das duas empresas, os modelos inéditos vão ser plug-in. Além disso, a expectativa é que ambos tenham produção iniciada ainda em 2024. Seja como for, as vendas só devem começar em 2025.
Nesse sentido, a Caoa Chery mantém um centro de pesquisa e Eficiência Energética em parceria com universidades estaduais, além da federal de Goiás. O objetivo é o desenvolvimento de novas soluções de eletrificação veicular. Um dos responsáveis pelo projeto é Marcio Alfonso, que foi CEO da Caoa Chery até 2022 e agora é o diretor de Engenharia e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da GWM.
Não por acaso, a GWM avança no projeto de construção de sua área de pesquisa e desenvolvimento. O complexo vai fazer parte da unidade de Iracemápolis (SP), onde fica a fábrica da empresa. Quando estiver pronto, vai ser o primeiro do tipo na região. Um dos focos é justamente a oferta de dispositivos híbridos flex. Isso inclui um plug-in, que vai ser lançado no futuro Haval H4.
Entretanto, o primeiro carro elétrico feito no Brasil deve ser um BYD. Afinal, a marca chinesa é a que está mais avançada no processo de instalação de fábricas no País. Além disso, assim que a linha de montagem estiver pronta, vai ser possível iniciar a montagem de kits em CKD. Embora não haja detalhes sobre o modelo pioneiro, a aposta é que seja o compacto Dolphin. Vamos aguardar.