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Compactos são opção discreta de blindado
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Compactos são opção discreta de blindado

Tião OliveiraPara se proteger da violência urbana, cerca de 8.400 brasileiros compraram veículos blindados zero-km no ano passado. Esse número... leia mais

10 de jun, 2013 · 5 minutos de leitura.

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 Compactos são opção discreta de blindado

Tião Oliveira

Para se proteger da violência urbana, cerca de 8.400 brasileiros compraram veículos blindados zero-km no ano passado. Esse número representa alta de cerca de 3% ante os resultados de 2011. E, embora não haja dados oficiais, profissionais do setor afirmam que muitos consumidores vêm adquirindo blindados compactos para não chamar a atenção no trânsito.

De acordo com Ricardo Camara de Souza, gerente comercial da Avallon Blindagens, é comum donos de carros grandes o procurarem para comprar um segundo veículo – em geral, pequeno. Entre as opções disponíveis no estoque, ele tem um Audi A1, oferecido a R$ 170 mil.

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Mas há modelos bem mais em conta. “Um dos mais procurados é o HB20X, principalmente por causa da suspensão alta”, diz Souza. O hatch com visual aventureiro tem motor 1.6 flexível de até 128 cv e, opcionalmente, câmbio automático. Para um compacto como o da Hyundai, a blindagem da Avallon parte de cerca de R$ 40 mil.

Roberto Godoy, jornalista do Estado especializado em assuntos militares, lembra que é importante ficar atento ao nível da blindagem. A mais usada no País é a 3A, capaz de suportar disparos de armas como Magnum 357, 9mm (pistolas e submetralhadoras), espingardas calibre 12 e até Magnum .44.

“Há tempos as blindadoras oferecem modelos pequenos para quem não quer chamar a atenção a bordo de carrões”, diz Godoy. Segundo ele, algumas empresas instalavam turbo nos motores desses modelos. “O objetivo é evitar o comprometimento do desempenho por causa do peso extra.”


Com o desenvolvimento de sistemas de proteção mais leves, os motores originais dos compactos, geralmente com potência baixa, agora são suficientes. Entre as novidades do segmento está a utilização de aramida no lugar do aço.
O polímero (material ultrarresistente composto por macromoléculas) tem como principal vantagem o baixo peso. Os vidros, maiores responsáveis pelo aumento de peso dos blindados, também evoluíram. As opções mais modernas pesam até 20% menos que os blindados convencionais.

Ou seja: um carro com blindagem de última geração oferece o mesmo nível de proteção de outro com metal e vidros grossos, mas consome menos combustível, com redução do nível de emissões de poluentes. “Nossa blindagem premium é cerca de 30% mais leve que as convencionais”, afirma Souza.

Com IPVA menor (2% ante os 3% dos carros de passeio) e por terem menos área para proteger, as picapinhas são muito procuradas por quem quer um blindado discreto. É o caso da linha Adventure, da Fiat Strada, que tem motor 1.8 de até 132 cv.


Grandalhões. Levantamento da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) aponta que a preferência do consumidor é por utilitários-esportivos, assim como ocorre no mercado “convencional”.

O Toyota Corolla, carro mais blindado do País entre 2004 a 2010, perdeu o posto para o Volkswagen Tiguan.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”