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Que fim levaram os projetos do carro nacional
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Que fim levaram os projetos do carro nacional

Anos 2000 foram produtivos na criação de conceitos de veículos nacionais, mas a maioria não vingou

04 de fev, 2015 · 5 minutos de leitura.

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 Que fim levaram os projetos do carro nacional
Tac Stark foi o que se saiu melhor, chegou a vender 199 unidades, mas agora fábrica está parada

A primeira década dos anos 2000 foi marcada pela retomada da criação de projetos de veículos nacionais, que fez lembrar um importante período dos anos 80. Alguns desapareceram, outros continuam por aí e outros ainda são só promessas.

O jipinho Stark, da TAC, é o mais longevo. Apresentado como protótipo em 2006, o modelo só chegaria às ruas mais de três anos depois, em uma série limitada a 199 unidades. A fábrica, que ficava em Santa Catarina e foi transferida para Sobral, no Ceará, permaneceu parada de 2012 a 2014.

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Atualmente o carro é feito sob encomenda. Os acionistas mantêm a marca, buscam investidores e, para este ano, prometem melhorias no jipe.

Revelado em 2009, o esportivo San Vito S1 nunca saiu do status de protótipo, com apenas um exemplar produzido. Seu criador, Vito Simone, diz que se houver interessados, pode fazer outras unidades.

O Obvio 828 surgiu em 2002, com mecânica VW e a promessa de ser vendido na internet. Doze anos depois, o projeto mudou; agora, a ideia é que o minicarro seja elétrico e oferecido em sistema de compartilhamento. A previsão é que o lançamento ocorra neste ano.


ESTREIAS COM POMPA. Alguns desses sonhos foram mostrados no Salão do Automóvel. Como o Lobini H1, que surgiu em 2002 com motor 1.8 turbo de 180 cv do Audi A3.

O modelo saiu de cena no fim de 2013 por causa da obrigatoriedade de air bags e ABS. Em novembro do ano passado a marca encerrou as atividades.

Em 2010, a Rossin-Bertin levou o Vorax ao Salão. O esportivo teria motor V10 do antigo BMW M5, com 570 cv de potência. Prometido para 2012, o modelo nunca chegou ao mercado. Os responsáveis pelo projeto informam que continuam trabalhando no carro.


O também esportivo DoniRosset foi mostrado dois anos depois e, atualmente, o projeto está à venda, de acordo seu idealizador, William Rosset. O carro foi concebido para ter motor de Dodge Viper preparado para gerar 1.007 cv de potência.

GURGEL FOI O MAIOR SUCESSO NACIONAL. O sonho do carro brasileiro já saiu do papel – e de maneira consistente. A responsável por este feito foi a Gurgel, mais bem sucedida montadora nacional da história, que fechou após produzir 40 mil unidades de 16 modelos diferentes.

Todos os carros foram concebidos pelo idealizador da marca, o engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel. Até os motores eram feitos pela empresa, que foi criada em 1969 e faliu em 1994. Nos anos 80, a Gurgel atingiu seu auge, chegando a exportar veículos para 40 países.


Na mesma época – da proibição das importações -, o engenheiro Mario Hofstetter criou um esportivo com motor 2.0 turbo a álcool que levava seu sobrenome. De 1982 a 1991, foram feitos menos de 20 carros.

Outro esportivo, o Santa Matilde surgiu nos anos 70. Tinha motor seis-cilindros do Opala e foi reestilizado em 1984. Quatro anos depois, saiu de linha.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”