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O fim das fraudes no hodômetro
Legislação

O fim das fraudes no hodômetro

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que determina a inclusão da informação da quilometragem no Certificado de Licenciamento Anual. Para virar lei, o projeto precisa passar pelo Senado. A medida, pretende impedir a adulteração de...

05 de out, 2011 · 5 minutos de leitura.

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 O fim das fraudes no hodômetro

Foto: André Lessa/AE

MILENE RIOS

A Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que determina a inclusão da informação da quilometragem do veículo no Certificado de Licenciamento Anual. Para virar lei, o projeto precisa passar pelo Senado.

A medida, de autoria do deputado Jefferson Campos (PSB-SP), pretende impedir a adulteração de hodômetros. Essa fraude costuma ser feita por comerciantes espertalhões para aumentar o valor de revenda do veículo.

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“Não se trata apenas de perda financeira. Há riscos para a segurança do proprietário, já que é pela quilometragem do veículo que são feitas as revisões e manutenções preventivas”, diz.

Segundo o conselheiro da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), Francisco Satkunas, em carros feitos até a década de 90 o mais comum é desmontar o painel e retroceder manualmente os algarismos. Isso porque a maioria desses hodômetros é mecânica.

Com a adoção da injeção eletrônica, todos os sistemas passaram a ser computadorizados. E a invasão também. “Por meio de um computador dá para acessar o mostrador digital e alterá-lo.”


O avanço tecnológico traz várias vantagens. De acordo com Satkunas, não é possível interferir na central de gerenciamento eletrônico do motor, que registra a quilometragem real. “A consulta pode ser feita em oficinas e autorizadas”, afirma.

O técnico em reparação automotiva Ricardo Rodrighero, da Auto Mecânica Pantera, em São Caetano do Sul (SP), diz ter perdido a conta de quantos carros já viu com hodômetro adulterado. “Se for ‘popular’ e branco, a chance é ainda maior”, diz o especialista, em referência a carros de locadoras. “Peguei um Palio 2004 que marcava 51 mil quilômetros. Ao consultar a central vi que passava dos 150 mil.”

Ele diz que há dicas simples para saber se a marcação não foi burlada. “Basta olhar o desgaste de volante, manopla do câmbio, borrachas dos pedais e se a bateria se é original”, diz. “Desconfie também se esses itens estiverem muito novos. Essa tática é usada para despistar.”


Para ajudar no combate à fraude, a Checkauto, empresa especializada no histórico de veículos, mantém uma campanha gratuita no sitecheckauto.com.br com adoção voluntária para cadastro da quilometragem.

Quem frauda o hodômetro ou vende carros adulterados comete crime contra as relações de consumo, previsto na lei 8.137/90. A pena pode variar de dois a cinco anos de prisão.


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Jornal do Carro
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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.