A General Motors anunciou hoje (2) a dissolução de seus negócios na Venezuela. De acordo com nota divulgada pela companhia nos Estados Unidos, isso ocorreu “após a inesperada apreensão da planta venezuelana da GM em 18 de abril pelas autoridades judiciais, o que obrigou a empresa a cessar as operações e encerrar as relações de trabalho com seus empregados por motivos que ultrapassam a vontade das partes. Todos os ex-empregados receberam os pagamentos devidos e previstos na legislação.”
Com o confisco da fábrica pelo governo de Nicolás Maduro, a subsidiária da GM na cidade de Valência demitiu 2.700 funcionários no dia 24 de abril. Os empregados relataram ter recebido indenização trabalhista por meio de depósito em suas contas bancárias, segundo informou a agência de noticias Reuters.
A GM alega que a planta foi confiscada de forma ilegal, como resultado de um processo movido por duas concessionárias locais que, em 2000, alegaram que não haviam recebido uma encomenda de 10 mil veículos que já teriam sido pagos. O ministro do Trabalho da Venezuela, Francisco Torrealba, negou o confisco da fábrica e disse que a acusação feita pela GM era “absolutamente falsa”.
O encerramento das atividades da GM na Venezuela já havia sido anunciado em meados de abril. De acordo com relatos de ex-funcionários à Reuters, desde o início de 2016 a empresa deixou de produzir carros no país.
A GM informou que entrou com recurso junto ao Supremo Tribunal venezuelano na semana passada para invalidar o processo que levou à apreensão e reverter todas as ações civis e criminais relacionadas (ao caso). Na nota divulgada hoje, a empresa informa que “espera uma decisão rápida e um resultado favorável”.
Sem citar detalhes, a empresa informou que poderia voltar a operar na Venezuela. De acordo com o texto, “embora a empresa tenha cessado as operações, seus executivos expressaram vontade de conversar com autoridades governamentais e líderes sindicais sobre as circunstâncias em que seria possível dar novo início à produção e empregar alguns trabalhadores, com um novo modelo de negócios mais viável.”
Ainda segundo a GM, o processo de dissolução de seus negócios na Venezuela deverá representar um custo de até US $ 100 milhões (cerca de R$ 350 milhões) aos cofres da empresa.