Você está lendo...
Audi RS5 ‘emagreceu’ e ficou forte
Avaliação

Audi RS5 ‘emagreceu’ e ficou forte

Esportivo da Audi ganhou motor 2.9 V6 biturbo (450 cv) e fez dieta à base de fibra de carbono

Hairton Ponciano Voz, de Ingolstadt (Alemanha)

07 de mar, 2018 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

Audi RS5/ Crédito: AUDI
Crédito:

Mesmo que o RS5 não andasse bem, perderíamos um bom tempo admirando seus detalhes. O esportivo que a Audi pretende trazer para o Brasil no segundo semestre recebeu um novo motor 2.9 V6 biturbo, que gera 450 cv e 61,2 mkgf de torque. Vamos falar sobre a aplicação prática desses números já, já. Mas, antes, repare nas enormes entradas de ar dos para-choques, na carroceria levemente rebaixada em relação ao A5 normal e na profusão de peças de fibra de carbono. Elas estão no teto, nos retrovisores, nos para-choques, saias laterais e defletor de ar na traseira. E não apenas embelezam; também reduzem o peso (e portanto auxiliam o desempenho).

Mesmo tendo crescido 7,4 cm em relação ao RS5 anterior (o modelo foi para 4,72 m de comprimento), o novo RS5 “emagreceu” 60 quilos (está com 1.655 kg). Agora faça as contas da relação peso-potência: 1.655 kg dividido por 450 cv resulta em 3,7 kg/cv. Isso pede uma autobahn!

Nessas rodovias alemãs, os limites de velocidade em alguns trechos ficam por conta do juízo de cada um. O RS5 apenas obedece. O modelo foi mostrando com rapidez o que significam baixo peso, muita potência e torque exuberante. Deixamos a sede da Audi, em Ingolstadt, e pisamos fundo ao entrar na rodovia. Acompanhado de um ronco vigoroso, o V6 biturbo enche com rapidez. A aceleração de 0 a 100 km/h leva apenas 3,9 segundos, conforme a fabricante. E, segundo nós mesmos, em instantes estávamos a 250 km/h, no limite eletrônico do carro. Opcionalmente, pode-se encomendar liberação até os 280 km/h.

Publicidade


O câmbio automático de oito marchas faz trocas rápidas, enquanto a tração integral Quattro mantém o carro em segurança, juntamente com a nova suspensão. No novo modelo, a traseira recebeu sistema com cinco braços de apoio, no lugar do trapézio do RS5 anterior.

Reparou nos enormes discos de freio de cerâmica e nas rodas aro 20, na foto inferior? São opcionais bem-vindos, para incrementar o visual e a segurança.

Por dentro, o cupê é tão agradável como do lado de fora: os bancos do tipo concha têm bom apoio, e o ambiente de tom escuro mescla alumínio e Alcântara, na alavanca de câmbio e no volante de base reta.


FICHA TÉCNICA

Motor: 2.9, V6, 24V, biturbo, gasolina

Potência (cv): 450 de 5.700 a 6.700 rpm


Torque (mkgf): 61,2 de 1.900 a 5.000 rpm

Câmbio: Automático, 8 marchas

Tração: Integral


Aceleração 0 a 100 km/h: 3,9 segundos

PRÓS E CONTRAS

DESEMPENHO: As acelerações são instantâneas, a direção é direta e a suspensão, equilibrada.


CONTRAS

AUTONOMIA: O RS5 não tem consumo muito elevado, mas o tanque poderia ter um pouco mais que os seus 58 litros.

O jornalista viajou a convite da Audi


Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”