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Cuidado com hodômetro adulterado na compra do carro usado
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Cuidado com hodômetro adulterado na compra do carro usado

Adulterar quilometragem no hodômetro do veículo é crime; veja como identificar se o usado foi fraudado

Igor Macário

23 de mai, 2018 · 4 minutos de leitura.

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hodômetro
Laudo veicular atesta originalidade do veículo
Crédito:Foto: Marcio Fernandes/Estadão
hodômetro

Com as vendas de usados em alta – 5% entre abril de 2017 e abril de 2018, segundo dados da Fenabrave, que reúne associações de concessionárias –, o fantasma da quilometragem adulterada no hodômetro volta a rondar com frequência as revendas de seminovos. Embora os carros modernos sejam menos suscetíveis, qualquer veículo está sujeito a esse tipo de fraude.

Descobrir se o hodômetro do usado foi alterado é relativamente simples. Desgaste acentuado no acabamento, revestimento de bancos e pneus podem indicar que a baixa quilometragem é enganosa.
Segundo o proprietário da oficina Motorfast, na zona sul, Bruno Tinoco, itens como pedais e volante não costumam estar deteriorados em carros pouco rodados. Se o desgaste for visível, desconfie.

Outro aspecto que deve ser considerado é que um jogo de pneus originais pode rodar cerca de 50 mil quilômetros antes de pedir substituição. Se o veículo tiver baixa quilometragem, mas os pneus foram trocados, vale a pena investigar.

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Para tirar a dúvida, basta checar a data de fabricação impressa na lateral da carcaça. Se esse registro não bater com o período de fabricação do carro, pode indicar que houve fraude.

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Manual do proprietário

O manual do proprietário também dá dicas sobre como o carro foi tratado pelos donos anteriores. Os carimbos das revisões não apenas atestam que a manutenção foi feita de forma adequada como permitem checar a quilometragem a cada serviço. É comum que carros com o hodômetro adulterado “misteriosamente” não tenham o livreto de fábrica.


Outro golpe comum é a retirada das páginas referentes à realização das revisões. Selos de troca de óleo no para-brisa e em peças também indicam o período das manutenções.

Crime

Adulterar o hodômetro de um veículo é crime de estelionato e fraude genérica, de acordo com a lei nº 8078/1990, que rege direitos do consumidor. A pena por esse tipo de fraude pode ser de até três anos de prisão.

Laudo comprova hodômetro

Uma prova cabal da quilometragem do veículo são os laudos produzidos por empresas especializadas. O serviço consiste na verificação de itens como os números de chassi, motor e autenticidade de peças.


O estado da pintura também é analisado para checar se a carroceria sofreu danos. Em empresas de vistoria na capital, o laudo custa cerca de R$ 200. Outra dica clássica é levar o usado a uma oficina de confiança.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”