Com as vendas de usados em alta – 5% entre abril de 2017 e abril de 2018, segundo dados da Fenabrave, que reúne associações de concessionárias –, o fantasma da quilometragem adulterada no hodômetro volta a rondar com frequência as revendas de seminovos. Embora os carros modernos sejam menos suscetíveis, qualquer veículo está sujeito a esse tipo de fraude.
Descobrir se o hodômetro do usado foi alterado é relativamente simples. Desgaste acentuado no acabamento, revestimento de bancos e pneus podem indicar que a baixa quilometragem é enganosa.
Segundo o proprietário da oficina Motorfast, na zona sul, Bruno Tinoco, itens como pedais e volante não costumam estar deteriorados em carros pouco rodados. Se o desgaste for visível, desconfie.
Outro aspecto que deve ser considerado é que um jogo de pneus originais pode rodar cerca de 50 mil quilômetros antes de pedir substituição. Se o veículo tiver baixa quilometragem, mas os pneus foram trocados, vale a pena investigar.
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Para tirar a dúvida, basta checar a data de fabricação impressa na lateral da carcaça. Se esse registro não bater com o período de fabricação do carro, pode indicar que houve fraude.
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Manual do proprietário
O manual do proprietário também dá dicas sobre como o carro foi tratado pelos donos anteriores. Os carimbos das revisões não apenas atestam que a manutenção foi feita de forma adequada como permitem checar a quilometragem a cada serviço. É comum que carros com o hodômetro adulterado “misteriosamente” não tenham o livreto de fábrica.
Outro golpe comum é a retirada das páginas referentes à realização das revisões. Selos de troca de óleo no para-brisa e em peças também indicam o período das manutenções.
Crime
Adulterar o hodômetro de um veículo é crime de estelionato e fraude genérica, de acordo com a lei nº 8078/1990, que rege direitos do consumidor. A pena por esse tipo de fraude pode ser de até três anos de prisão.
Laudo comprova hodômetro
Uma prova cabal da quilometragem do veículo são os laudos produzidos por empresas especializadas. O serviço consiste na verificação de itens como os números de chassi, motor e autenticidade de peças.
O estado da pintura também é analisado para checar se a carroceria sofreu danos. Em empresas de vistoria na capital, o laudo custa cerca de R$ 200. Outra dica clássica é levar o usado a uma oficina de confiança.