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GM pretende investir mais R$ 10 bi no Brasil
Mercado

GM pretende investir mais R$ 10 bi no Brasil

GM informa que está negociando com sindicatos, governos e outras partes para viabilizar montante

Rafaela Borges e Tião Oliveira

02 de fev, 2019 · 5 minutos de leitura.

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GM em São Caetano do Sul
GM em São Caetano do Sul
Crédito:Foto: Leonardo Benassatto/Reuters
GM em São Caetano do Sul

Após notícias sobre ameaça de deixar no Brasil, veiculadas nas últimas semanas,  a GM divulgou a primeira nota de esclarecimento.  Nela, informa que pretende investir mais R$ 10 bilhões no País. Esse montante, se confirmado, seria aplicado entre 2020 e 2024.

O investimento, no entanto, vai depender de algumas negociações. “A GM está negociando condições de viabilidade para o novo e adicional investimento de R$ 10 bilhões no período de 2020 a 2024”, informa o comunicado.

Os montante é um adicional aos R$ 13 bilhões do período entre 2014 a 2019. De acordo com o comunicado, foi esse investimento que ajudou a levar a GM à liderança do mercado, conquistada em 2015.

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O valor será investido em novos produtos, de acordo com fontes.

Negociações da GM

O comunicado divulgado começa com a seguinte sentença: “com relação às notícias veiculadas nas mídias”. A empresa, porém, não deixou claro quais notícias.

No entanto, é possível que seja uma resposta à reportagem divulgada nesta sexta-feira (1º) pela Folha de São Paulo. De acordo com o jornal, a GM estaria prometendo ao governo paulista investimento de US$ 9 bilhões para obter incentivos fiscais.


Esse valor, porém, não seria novo, e sim parte dos R$ 13 bilhões do período 2014-2019.

De acordo com a nota, estão sendo feitas negociações para viabilizar o investimento.

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“Como líderes de mercado, estamos assumindo a responsabilidade de encarar de frente os desafios de competitividade que vive a indústria para viabilizar um futuro sustentável aos nossos negócios e o devido retorno aos acionistas”, diz na nota o presidente da GM Mercosul, Carlos Zarlenga.

“Continuamos trabalhando com os sindicatos, concessionários, fornecedores e governo com o objetivo de viabilizar este novo e adicional investimento de R$ 10 bilhões nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos”, ressalta.

Entenda a história

Nas últimas semanas, a imprensa noticiou que a GM deixaria o Brasil se não voltasse a ter lucro. Porém, de acordo com uma fonte ligada à montadora, essa ameaça nunca existiu.


“O que houve foi uma interpretação da imprensa”, disse a fonte. As notícias surgiram a partir de um comunicado divulgado para todos os funcionários da empresa via e-mail.

Nesse e-mail, havia afirmações de Mary Barra, CEO global da empresa, informando que a GM não iria investir na América do Sul para perder dinheiro e que, se não houvesse lucro, teria de “trabalhar com outras opções.”

Para a fonte, essas “outras opções” foram interpretadas como ameaça de deixar o Brasil.


Uma outra fonte, essa ligada às concessionárias, disse que a montadora está realmente trabalhando para mudar algumas coisas não apenas para ela, e sim para toda a indústria.

“É importante uma mudança nos impostos, por exemplo”, afirma. “Mesmo que não consiga tudo, se conseguir algo já vai ser bom.”

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”