Blog do Boris

Dicas de direção (#sqn): como se tornar o pior motorista do mundo

Separamos uma dezena de regrinhas para incomodar quem se julga um bom motorista mas, na hora "agá" faz tudo errado

Boris Feldman

17 de set, 2018 · 7 minutos de leitura.

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Uma dezena de dicas de direção (#sqn) para incomodar quem se julga um bom motorista mas, na hora “agá”, faz tudo errado…

1. Não leve o carro para o recall

“Sou cuidadoso e não vai acontecer acidente nenhum comigo. Sigo todas as dicas de direção”. Na semana passada, um policial dirigia um Honda Civic 2007 em Vitória da Conquista (BA) e bateu no carro da frente. Os airbags se abriram e ele foi levado para o hospital ferido no peito. Os médicos suspeitaram de ele ter levado um tiro até que se identificou a causa: um dos estilhaços que saíram voando a 300 km/h do disparador do airbag.

Fabricados pela Takata, já mataram 23 e feriram centenas. Tem um recall para cerca de 100 milhões de carros no mundo, que levou a fábrica à falência. Mas, no Brasil, apenas 16% dos automóveis foram submetidos ao reparo gratuito. O Civic não tinha sido levado ao recall…

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2. Reclame do trânsito horrível

“Não dá mais para dirigir nesta cidade!”. Minutos depois, pare o carro em fila tripla ao levar ou buscar o filho na escola, pois não dá para encostar 50 metros à frente. E, na esquina seguinte, não hesite em “fechar o cruzamento”.

3. Filhinho piloto

“Olha que gracinha; tão novinho e já quase dirigindo” e põe o filho no colo “só para dar uma voltinha, devagarinho, sem perigo”. Nenhum problema também em colocar uma ou mais crianças no porta-malas do hatch, perua ou utilitário esportivo: “elas adoram grudar o nariz no vidro traseiro”.

4. Quanto mais, melhor

Ignore as dicas de direção dadas no AutoPapo, encoste para abastecer e peça ao frentista para encher até a boca pois, “quanto mais couber, mais rodo sem precisar abastecer”. Reclama depois que o cânister (filtro dos gases emitidos pelo tanque) entupiu e o motor não para de falhar. E das manchas na pintura abaixo da portinhola do abastecimento.


5. Não dê a menor pelota para equipamentos de segurança

Pague caro num carro desprovido de controle eletrônico de estabilidade (ESC), de tração (CT) ou airbags laterais, pois nem imagina qual é sua finalidade. Ou imagina, mas “só servem para quem anda feito um louco por aí”.

6. Banguela para economizar

Use “banguela” nas descidas, mesmo nas mais íngremes , sinuosas e longas de uma rodovia. Acha (mas está enganado) que economiza combustível, mas, na verdade, provoca um desnecessário desgaste do freio e corre risco do fading, fenômeno que deixa o carro sem freios por excesso de aquecimento do sistema. Uma dica de direção furada!

7. Não acredite nas recomendações sobre durabilidade do pneu

O especialista dá várias dicas de direção e fala que o pneu que só conserva suas características durante cinco a seis anos: “Conversa fiada da fábrica para aumentar as vendas!”. E que corre risco de estourar depois de dez anos de fabricação. Coloque o estepe para rodar apesar da validade expirada. Mas não se queixe se ele estourar assim que entrar na estrada.


8. “Proteção”

Os perigosos quebra-matos defronte aos para-choques dianteiros sumiram do mercado. Mas é possível instalar o engate-bola na traseira, que ainda não desapareceu. Acredite na dica de direção, na conversa para boi dormir do vendedor de acessórios: ele jura que o equipamento protege o carro. Mas, a rigor, ele danifica o carro estacionado atrás, quebra a canela do pedestre e deforma seu próprio chassis quando impactado na traseira.

9. Acredite nessas dicas de direção

Acredite nas falsas dicas de direção que correm por aí: não se esqueça de “amaciar” o carro novo por 5.000 km, esquentar o motor de manhã, calibrar acima para reduzir consumo (ou abaixo para aumentar o conforto), instalar economizadores, adicionar querosene no tanque, aplicar insulfilm bem escuro…

10. Luz de alerta?

Não perca tempo em observar se as luzes alerta do painel se acendem ao ligar o carro. Se tiver alguma queimada ou com mal contato, fica tudo por isso mesmo no caso de uma pane. Quando se acende a luz da injeção alertando para um problema na central eletrônica, pode continuar rodando se não tiver “percebido” nada errado. Mas não se assuste com o consumo elevado e baixa performance, pois o motor está em regime de emergência.


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