Sustentabilidade é a palavra de ordem da Defender que, para quem não se lembra, virou submarca do grupo JLR (Jaguar Land Rover). Agora, a gama da fabricante é composta apenas por modelos eletrificados. Depois de transformar as configurações adiesel em MHEV (híbrida leve), no ano passado, a marca agora aposenta as versões puramente a gasolina e, no lugar, traz as versões híbridas plug-in (PHEV), que alimenta as baterias em tomadas para, assim, poupar o consumo. Já nas concessionárias, tem preço entre R$ 760.250 e R$ 823.250.
Na linha 2024, a gama do Defender fica assim: 90 HSE (diesel, 5 lugares); 110 HSE, X-Dynamic HSE e X (5 ou 7 lugares); e 130 X (8 lugares) e Outbound (5 lugares). Esta última, a princípio, também é novidade na linha 2024. Limitada a apenas 10 unidades, no Brasil, a configuração, basicamente, se destaca pela silhueta maior. Mas tem só 5 assentos, porque “é voltada ao público aventureiro, que precisa de mais espaço de bagagem para acomodar equipamentos, como ski e acessórios para trilhas, ou bikes, por exemplo”, explica Gustavo Coura, gerente de produto JLR.
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Nela, o motor 3.0 turbodiesel D300 Ingenium tem seis cilindros em linha e entrega 300 cv. Torque: 66,2 mkgf. O conjunto, que desde o ano passado ganhou eletrificação, une o motor a combustão e um alternador que funciona como motor elétrico para entregar mais eficiência energética. Dessa forma, usa a rotação do motor para gerar corrente elétrica, e recupera energia quando o carro desacelera. Assim, carrega a bateria de lítio de 48 Volts. Vai de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos.
Ademais, o 130 Outbound tem rodas de 20 polegadas, bem como laterais com cobertura, a fim de proteger o que tiver no porta-malas do carro. Este, por fim, vai de 1.329 litros a até 2.516 litros (com os bancos rebatidos). O carro possui mais de 170 acessórios, como mala lateral, escada e protetor de estepe, por exemplo. Custa R$ 848.726.
Pelo preço, vem com controle de cruzeiro adaptativo de série em todas as versões. No mais, assistente de ponto cego e auxílio em manobras de marcha à ré estão no pacote. A suspensão pneumática eletrônica é regulável e inteligente, assim, permite até 430 mm de articulação e até 900 mm de curso. O sistema de tração Terrain Response 2 e a tecnologia de capô transparente completam a lista.
Motorização PHEV
Voltando à principal novidade da marca, o Defender P404 PHEV (disponível nas versões X-Dynamic HSE e X (ambas, com cinco assentos), utiliza o mesmo motor 2.0 turbo a gasolina de 300 cv oferecido anteriormente. Entretanto, agora, trabalha em conjunto com o propulsor elétrico de 104 cv. Resultado: 404 cv de potência total.
De acordo com a Defender, o 110 PHEV tem 65,2 mkgf de torque (entre 1.500 e 4.400 rpm), dado que ajuda o SUV, com peso superior a 2,5 toneladas, a desenvolver aceleração entre 0 e 100 km/h em apenas 5,6 segundos. Antes, com 300 cv (e sem motor elétrico), realizava o feito em 8,1 s. A velocidade máxima, limitada eletronicamente, se mantém em 191 km/h. Bem como a oferta de câmbio automático de 8 marchas.
A autonomia apenas em modo elétrico é de 51 km (ciclo europeu WLTP), informa a marca. Ou seja, quem gasta, por exemplo, 25 km para ir ao trabalho e outros 25 km para voltar, pode evitar as visitas aos postos de abastecimento, afinal, vai precisar apenas do propulsor movido por baterias. A autonomia total é de até 760 km, quando combinados os dois motores. A Defender afirma que o modelo emite apenas 74g/km de CO2 e é faz até 30,3 km/l.
A bateria, de íons de lítio, fica na parte de trás do carro. Basicamente, abaixo do porta-malas. Em dados, tem 19,2 kWh e pode ser recarregada (até 80%) em wallbox de 7 kW em duas horas. Em aparelhos domésticos, gasta 7 horas para encher as baterias, diz a Defender. Entretanto, ao usar um carregador rápido de 50 kW, o P400e carrega até 80% da capacidade em 30 minutos. A portinhola de carregamento fica do lado esquerdo do veículo.
Visual
Em relação ao design, nada muda na linha 2024. O Defender, que continua em sua quinta geração, remete ao modelo lançado em 2020, que é uma mescla do moderno com o retrô. Na frente, destaque para a pequena grade frontal ladeada por faróis iluminados por LEDs, e coluna “C” pintada da mesma cor da carroceria e pequenas janelas na última seção traseira. As rodas têm 20″. Atrás, pequenos quadradinhos formam o conjunto de lanternas. Tudo, é iluminado por LEDs.
Para manter o “espírito off-road”, a marca optou por manter o estepe fixado na parte externa da tampa do porta-malas. Cabe ressaltar que, apesar de muito bem resolvido, o design do Defender não contribui para a aerodinâmica, afinal, é bem quadradão. Nesse ponto, inclusive, fica inviável driblar o barulho do vento quando em altas rotações.
Conteúdo
Na versão X-Dynamic HSE, que dirigimos ao longo do test-drive, os destaques vão para a tela central de 11,4″, bem como os bancos climatizados revestidos com couro nobre e o acabamento emborrachado (para mais durabilidade e facilidade de limpeza). Tem modos de seleção de terreno, ar-condicionado bi-zone (tri-zone na versão X), quadro de instrumentos digital e teto panorâmico. Tem, por fim, câmera surround 3D, sistema de som Meridian, Head-Up Display (versão X), faróis de neblina dianteiros e três modos de condução selecionáveis: Híbrido, Elétrico (43 km) e Save, que roda só na gasolina e poupa o uso de energia.
Ademais, continua em cena a suspensão pneumática e o Adaptive Dynamics, sistema eletrônico que monitora os movimentos do carro 500 vezes por segundo. Com isso, faz ajustes de forma automática a partir da leitura de variáveis como as condições do piso, a velocidade e a carga transportada. Por fim, carregadores USB e USBC e tecnologias de uso off-road como Terrain Response de segunda geração (com modo automático), por exemplo. Nele, o modelo faz os devidos ajustes de direção e configura o carro para cada tipo de terreno. Por exemplo, é possível modificar a sensibilidade do acelerador (o carro faz de tudo para patinar o menos possível), bem como a resposta do motor – mais ou menos agressiva -, as trocas de marcha, etc.
E tem, ainda, na lista, o capô transparente. Ou seja, a tela central exibe a imagem de uma câmera frontal que ignora a existência do cofre do motor. Tudo, para facilitar o uso no fora de estrada. E mesmo com tanta eletrônica, a Defender garante que o SUV pode imergir até 90 cm.
O teste
O Jornal do Carro andou centenas de quilômetros com a novidade durante a apresentação da nova linha, no Pantanal sul mato-grossense. E o modelo continua com alta capacidade tanto no on-road quanto no fora de estrada.
Aqui, cabe um adendo. Nossa expedição foi de Campo Grande à cidade de Miranda, no Mato Grosso do Sul, onde a Defender tem parceria com o Instituto Onçafari, que trabalha pela conservação ambiental da região.
Voltando ao carro, nada de grandes mudanças de comportamento em relação às versões pré-existentes – salvo o silêncio total em arrancadas e com o uso do motor elétrico, quando carregado. Mesmo um pouco mais pesado (quase 300 kg) que o modelo puramente a combustão, o Defender PHEV não pareceu pesadão ou ficou moroso em retomadas de velocidade.
Para todos os tipos de terrenos
O SUV é bom de asfalto e a fabricante britânica não abriu mão da vocação off-road. Apesar de não ter bloqueio eletrônico do diferencial traseiro, sua tração 4×4 – marca registrada do Defender – tem sistema de gerenciamento totalmente eletrônico. Mas, nele, é de verdade. Em síntese, todas as 8 marchas são reduzidas. Apesar de, coincidentemente, o Pantanal estar com solo relativamente seco (o que não é comum nesta época do ano), o Defender mostrou que não está para brincadeira. Mesmo sem o uso da reduzida, o SUV encara ladeiras, trechos de lama, depressões e os mais variados tipos de terreno, tudo, sem sair dos trilhos. Dificuldade zero no trajeto. Isso porque estávamos em uma área inóspita. Ou seja, aquelas viagens para a praia ou para o campo aos finais de semana são “fichinha” para o SUV inglês.
Além de toda sua capacidade, o Defender 110 PHEV é valente nas acelerações e oferece muito conforto. A carroceria quase não oscila durante curvas fechadas feitas em velocidade mais alta. Tem, ademais, respostas da direção (elétrica) bastante diretas. Mas o volante é grandão. O câmbio, por fim, não tem qualquer tipo de tranco. Trata-se, de fato, de um veículo todo-terreno.
*O jornalista viajou ao Pantanal a convite da Defender
Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?
Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade
26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.
Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.
Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.
Centro de gravidade
Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.
Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento.
E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.
Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:
– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.
– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.
– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.
– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.
– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.