Baseada no conceito global Emotional Geometry Design, a Nissan – que almeja ser uma das três mais importantes marcas da América Latina – aposta na renovação da Frontier. A picape, nesse sentido, recebeu importantes novidades em termos de design, tecnologia e passou por um reposicionamento de versões. As preexistentes configurações S, Attack e XE mantêm os preços (confira abaixo). Contudo, há três versões inéditas: SE, Platinum e a imponente PRO-4X. As duas últimas ocupam o topo da gama. Platinum mira um público mais urbano, enquanto a PRO-4x é voltada ao off-road. Dentre as diferenças, a primeira oferece itens como teto solar, sensor de pressão dos pneus e o pacote Safety Sheld. Já a segunda tem bloqueio do diferencial traseiro, pneus all terrain e decorações na carroceria.
Veja os preços por versões:
- S 4×4 MT – R$ 230.190
- SE 4×4 AT – R$ 258.990
- Attack 4X4 AT – R$ 263.690
- XE 4×4 AT – R$ 278.990
- Platinum 4×4 AT – R$ 314.590
- PRO-4X 4×4 AT – R$ 314.590
O que mudou?
O modelo importado ao Brasil, vale recordar, continua em produção na fábrica de Córdoba, na Argentina. Nas concessionárias, chega no final de abril. Mas reservas já estão disponíveis. “A Frontier e todos os modelos que vendemos têm por missão serem protagonistas nos segmentos em que atuam”, afirmou Airton Cousseau, presidente da Nissan Mercosul, durante a coletiva. Nesse sentido, mesmo sem ter mudado de geração, o lançamento traz inovações importantes. A começar pelo design.
A grade é nova – está maior – e os faróis, que ganharam quatro projetores iluminados por LEDs, agora têm até assistência de altura e intensidade. Atrás, as lanternas também usam LEDs e apresentam novo desenho. A caçamba, por sua vez, teve a altura aumentada em 25 milímetros e até 50 mm nas laterais. Ela tem volume de 1.054 litros e capacidade de carga de 1.043 kg. A tampa recebeu amortecedores para suavizar a abertura. O para-choques traseiro, por fim, tem um degrau para acesso à caçamba.
Por dentro
Do lado de dentro, o acabamento difere de acordo com a versão. Mas não muda muito em relação ao modelo anterior. O destaque fica com a tela TFT de 7″ no meio do quadro de instrumentos. No mais, a tela central de 8″ reúne funções como conectividade via Bluetooth, reconhecimento de voz e navegação. Tem, ainda, ar-condicionado digital de duas zonas, saídas de ar para o banco traseiro e teto solar (a única do segmento). Por outro lado, não oferece ajuste de profundidade do volante.
Tecnologia de ponta
Para fisgar a clientela, a Nissan apostou alto em tecnologia e trouxe itens inéditos na categoria para a Frontier. Tem alerta avançado de colisão frontal – que monitora dois veículos à frente e o veículo diretamente à frente – e os alertas de tráfego cruzado, de ponto cego e de atenção (recomenda descanso) na lista de equipamentos. Tem, ainda, alerta inteligente de mudança de faixa com assistente de prevenção. Na prática, leva o veículo de volta ao centro da pista se notar mudança involuntária.
Para sair de vagas de estacionamento de ré, a nova Nissan Frontier tem câmeras de visão 360º. Sistema de detecção de objetos em movimento também estão no pacote. Por falar nele, são 33 acessórios diferentes disponíveis na Nissan. A lista de equipamentos, porém, ainda inclui várias outras tecnologias. Desde a versão de entrada, a nova Nissan Frontier traz sistema de auxílio de partida em rampa, controle automático de descida, bloqueio mecânico do diferencial traseiro com limitador e controle eletrônico de frenagem. Na segurança, todas as versões têm seis airbags e ancoragem Isofix.
Teste pesado
Antes de ser lançada, cabe salientar que a Frontier passou por 200 mil km de testes pelo pessoal da engenharia nos últimos 4 anos. E valeu a pena! Afinal, o modelo enfrentou estradas, ruas de terra, lama e até mesmo rios com maestria.
Essa robustez da picape é entregue pelo mesmo motor 2.3 16V diesel, disponível com um turbo (163 cv) ou dois turbos (190 cv), a depender da versão. Ele trabalha em conjunto com o câmbio automático de 7 marchas, que também não recebeu mudanças. Na versão de entrada, é manual de cinco marchas. Ainda sobre o motor, este, de acordo com a Nissan, já cumpre os novos limites de emissões do Proconve L7, em vigor desde 1º de janeiro. Para tanto, traz sistema redutor catalítico (SCR) com Arla 32.
O Jornal do Carro avaliou a versão topo de linha Platinum em Puerto Iguazu (Argentina). Já de cara dá para notar que o torque de 45,9 mkgf já disponível aos 1.500 rpm é suficiente para dar força necessária a picape. Porém, a princípio, continua um pouco pesadão em trecho urbano. Mas esse trecho do test-drive foi bem curto, afinal, a ideia era mostrar que a Frontier faz bonito mesmo é no off-road.
No console central, um seletor permite a escolha do modo de condução. São quatro opções: Standard, Sport, Off Road e Tow. Esta última, ideal para usar com carga máxima ou puxar um reboque. Na prática, deixa o freio motor mais forte e reduz marcha.
4LO
Mas é por meio de outro sistema, o de tração, que a picape enfrentou seus maiores desafios ao longo do trajeto. Pelo Shift-on-the-fly (um botão circular na base do painel) opta-se pelos modos 4X2, 4X4 High e 4X4 Low. Foi, justamente, esse último – representado pela inscrição 4LO – o indicado durante praticamente todo o trajeto.
Nela, imagens em 360º são captadas por câmeras (e exibidas na central multimídia) a velocidades abaixo dos 10 km/h. Uma ajuda e tanto, principalmente em situações como transposição de pontes, por exemplo. E, no teste, teve travessia de rio. Entretanto, foi necessário usar o auxílio do Hill Descent Control.
Apesar de rolar bastante em meio ao barro (podemos dar o desconto de que os pneus enlameados escorregam mais), a Frontier melhorou muito com as suspensões recalibradas. Atrás, segue o conjunto Multilink com molas helicoidais (único na categoria). No mais, tem freio a disco nas quatro rodas, assistente de oscilação do reboque, controle de tração e outros recursos.
Por ora, a Frontier vende cerca de seis vezes menos que sua principal rival, a líder da categoria de picapes médias, Hilux. De acordo com números de março da Fenabrave, associação que reúne os concessionários do País, enquanto o modelo da Toyota emplacou 3.971 unidades, o da Nissan não passou das 618. Estando na quinta posição do ranking de picapes médias, talvez a marca não consiga alcançar a meta de liderar o segmento. Ou seja, se a atualização vai ter resultado, só o tempo dirá.