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Automóvel completa 130 anos hoje
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Automóvel completa 130 anos hoje

Primeiro veículo com motor a combustão, Patent-Motorwagen saiu às ruas alemãs em 3 de julho de 1886

03 de jul, 2016 · 6 minutos de leitura.

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 Automóvel completa 130 anos hoje
Réplica do triciclo com motor a combustão de 0,75 cv está no museu da Mercedes-Benz na Alemanha

Há exatos 130 anos, no dia 3 de julho de 1886, o primeiro automóvel do mundo com motor a combustão saiu às ruas. Foi nesse dia que o triciclo desenvolvido por Carl Benz circulou pela cidade alemã de Mannheim.

O carro, conhecido como “Patent-Motorwagen” (por ter obtido a patente de veículo motorizado, em 29 de janeiro daquele ano), recebeu motor de um cilindro e 954 cm³ a quatro tempos. Rendia 0,75 cv a 400 rpm, e levava o Patent a 16 km/h de velocidade máxima.

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Resumindo, o cavalo – meio de tração mais usado na época – foi trocado por uma máquina que gerava menos de um cavalo (vapor), e que não permitia ao carro correr mais do que uma carroça tracionada por animal. Mas era apenas o início de um novo ciclo, e uma clara evolução diante dos veículos a vapor, que precisavam de uma caldeira (e, portanto, de mais espaço) para seu funcionamento.

Benz levou uma versão mais evoluída do Patent para o Salão do Automóvel de Munique (Alemanha), em 1888. Porém, de acordo com o livro “A história do automóvel”, do inglês Peter Roberts, a impressão era a de que, “embora o carro a gasolina tenha causado alguma excitação na exposição, ele não era provavelmente mais promissor do que o uso do motor a vapor para viajar em estradas.”

Para tentar provar o contrário e atrair atenção para o carro, no mesmo ano a esposa de Carl, Bertha Benz, decidiu fazer uma viagem de ida e volta de Mannheim a Pforzheim, cidade onde morava sua mãe, a cerca de 90 quilômetros.


Bertha fez o trajeto sem o marido, e na companhia de dois de seus quatro filhos, Eugen, de 15 anos, e Richard, 14.
Durante o percurso, os viajantes tiveram de recorrer a um farmacêutico para obter benzina, que funcionava como combustível. Além disso, com um sapateiro, conseguiram couro, para improvisar o conserto das lonas de freio. Entupimento na passagem de combustível e falhas na ignição foram outros problemas enfrentados pelo trio. Nas subidas, foi necessário descer e empurrar o carro.

Mas, apesar dos percalços, a viagem foi completada, e a partir daí as desconfianças em relação ao motor a explosão foram diminuindo.

A poucos quilômetros da oficina de Carl, outro alemão, Gottlieb Daimler (mais tarde, eles se tornariam sócios), também desenvolvia seu motor a quatro tempos. Para a ignição, ele utilizava um tubo de metal inserido no cilindro. Daimler realizou os primeiros testes públicos do propulsor em um barco, ocultando o fato de estar usando um motor a explosão, o que poderia amedrontar os espectadores.


Patente. Embora o carro de Carl Benz tenha feito sua aparição prática em julho, a patente da invenção foi emitida no início daquele ano.

O certificado – que é uma espécie de “certidão de nascimento” do automóvel – foi registrado no Escritório Imperial Alemão de Patente, em Berlim.

Desde 2011, o documento de 130 anos faz parte do acervo Memória do Mundo, da Unesco, que também inclui a Bíblia de Gutenberg, a Carta Magna e a composição Mass em B Menor, de Johann Sebastian Bach.


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