Apresentado aos brasileiros durante o Salão do Automóvel, em novembro do ano passado, o Leaf começa a chegar agora às ruas do País. Importado da Inglaterra, o hatch elétrico tem tabela de R$ 195 mil – são R$ 16.600 a mais que o preço praticado durante o período de pré-venda, quando foram oferecidas 20 unidades.
Os compradores também levam um carregador de parede (wallbox) de 32 ampères, que permite recarregar 100% das baterias em até oito horas. Há também um dispositivo para tomadas convencionais, de 110 ou 220 volts. Com ele, a recarga completa leva de 20 a 40 horas para ser feita. Uma terceira opção é o adaptador do tipo 2, para carregadores de 480 V. Esse sistema, disponível em pontos públicos, recarrega o Leaf em uma hora.
Com 100% de carga, a autonomia do hatch chega a 240 km. O motor gera cerca de 149 cv de potência e 32,6 mkgf de torque – 90% dessa força é enviada instantaneamente às rodas dianteiras.
Nos carros destinados ao Brasil, Argentina, Chile e Colômbia, a Nissan fez mudanças em molas e amortecedores e informa que obteve 15% de aumento na rigidez torcional. A assistência da direção elétrica também foi recalibrada. Ao comparar o sistema com o de outra unidade sem esse ajuste, não percebemos diferenças significativas nas respostas.
Em relação ao Leaf produzido nos Estados Unidos (o carro é produzido também no Japão), há pequenas diferenças, como o acabamento das portas e os comandos do ar-condicionado.
Diferentemente de modelos de outras marcas, nos quais a cor verde é utilizada para identificar que se trata de um carro com nível zero de emissões, o Leaf traz o tom azul nas costuras de bancos, painel e no botão de partida.
O acabamento é bom. A cabine traz peças de outros Nissan, como volante de Kicks e chaves de seta da Frontier. O espaço é suficiente para quatro adultos de até 1,75 metro. As baterias ficam sob o banco traseiro, que é elevado, e quem tem mais de 1,8 metro raspará a cabeça no teto.
O túnel central alto também limita o conforto para um quinto ocupante. Na frente o espaço é bom. Mas, por causa das baterias, o trilho dos bancos é curto. Apesar disso, a posição de guiar agrada.
Nissan Leaf em movimento
Rodando, o silêncio impera a bordo do Leaf. Com o modo normal de condução ativado, o hatch é ágil. Já no Eco, falta fôlego para mover o Nissan, que pesa 1.580 kg.
É preciso algum tempo para se adaptar às frenagens. Isso porque a velocidade cai drasticamente quando o motorista alivia a pressão no acelerador. O sistema batizado pela Nissan de e-Pedal corta o envio de eletricidade ao motor e aciona automaticamente o freio hidráulico. Essa solução facilita a vida no uso urbano, onde a maioria dos compradores do Leaf deverá utilizar o carro. Com o seletor de utilização na posição “B”, o sistema aumenta o nível de regeneração de energia dos freios. E as frenagens ficam mais intensas.
O Leaf é bem equipado. De série há seis air bags, faróis de LEDs, câmeras de 360º, controles de tração, estabilidade e velocidade adaptativo, alertas de risco de colisão frontal (com frenagem de emergência), ponto cego, fadiga e tráfego cruzado, entre outros itens.