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Batom, salto alto e chave de roda
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Batom, salto alto e chave de roda

Muitas motoristas, cansadas de ficar vulneráveis, fazem cursos sobre noções de mecânica para se sentirem mais independentes na hora de encarar um carro enguiçado no meio da rua

22 de set, 2012 · 5 minutos de leitura.

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 Batom, salto alto e chave de roda

THIAGO LASCO

A cena é conhecida: um carro enguiçado no meio da rua e, ao volante, uma mulher com ar perdido. Muitas motoristas, cansadas de ficar vulneráveis, fazem cursos sobre noções de mecânica para se sentirem mais independentes na hora de encarar situações como essas ou mesmo quando têm de levar o veículo à oficina para reparos.

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Algumas empresas oferecem aulas grátis às clientes. A seguradora Porto Seguro adotou a iniciativa em 2003 e forma duas turmas por mês. A rede de concessionárias Caltabiano fez a primeira edição em agosto e vai repetir a dose a cada dois meses.

Já a Clínica Escola Cecília Bellina, que ajuda motoristas habilitados a perder o medo de dirigir, lançou um curso em junho e já está fechando a quarta turma.

Psicóloga da autoescola, Claudia Ballestero diz que a ideia é oferecer dicas sobre o funcionamento do veículo. As alunas aprendem sobre luzes do painel, óleo, água do radiador e calibragem de pneus. “Muitas acham que basta pôr gasolina e sair rodando. Não sabem que têm de cuidar do carro.”


A manutenção preventiva é destacada pelo treinamento da Caltabiano, que dá dicas de direção econômica e ensina a identificar ruídos estranhos.

Os cursos duram de duas a quatro horas. Primeiro há a exposição teórica. Na parte prática as alunas aprendem a identificar peças, medir o nível do óleo e a trocar pneus. “Trocamos até fusível”, conta o mecânico Cristhian Silva, professor da Cecília Bellina.

A proposta não é ensinar a consertar o carro. “O objetivo é que elas aprendam a identificar problemas e não sejam enganadas pelo frentista e pelo mecânico”, explica Claudia.


Para o professor Edson Esteves, da Fundação Educacional Inaciana (FEI), a ênfase deve ser na manutenção leve, em linguagem simples. Ele explica que, com a evolução da mecânica dos veículos, os diagnósticos ficaram mais complexos e os reparos feitos por leigos são coisa do passado. “Antigamente você mesmo desmontava um carburador. Agora, é tudo blindado e regulado eletronicamente. Você fica na mão do especialista.”

Aproveitamento – As alunas costumam ter um bom aproveitamento. “Elas ficam maravilhadas. Se a gente deixar, o curso toma o dia inteiro”, conta Claudia.

A dona de casa Maria Zilda Rodello (foto) é uma das que ganhou mais segurança na rua. “Você aprende a conhecer a máquina e a não ter medo. Se tiver um problema, você sabe que não morre daquilo”, brinca.


Já a vendedora Selma Bicalho diz que vai se sentir mais à vontade na oficina. “Sei que vou entender a explicação do mecânico. E não serei enganada com facilidade”, afirma.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”